v. 8 n. 12 (2014): Dossier Rancière II

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O primeiro Dossier Rancière publicado pela revista Aisthe estava intimamente ligado ao seminário “Arte, estética e política: diálogos com Jacques Rancière” que contou com a presença do pensador em 2012. Aos textos dos participantes no seminário, foram acrescentadas uma entrevista exclusiva além de outros textos de pesquisadores da obra de Rancière cuja tradução para o português constituiu um momento importante na recepção do autor no Brasil.

O segundo dossier visa a dar continuidade ao trabalho iniciado no primeiro, contando também com uma importante participação internacional de pesquisadores da Argentina, do Chile, da Espanha, da França, embora, com a exceção de Andrea Soto Calderón, os demais atuem profissionalmente no Brasil.

Tanto Andrea Soto Caderón quanto Eduardo Pellejero abordam o tema da imagem. A primeira visa a situar Rancière dentro de um debate contemporâneo mais amplo, mostrando em que sentido o pensador francês está deslocado de todas as tendências teóricas que hoje abordam o campo da imagem: fenomenologia, semiótica, sociologia crítica, história da arte e antropologia visual. Já Pellejero, propõe-se a uma leitura do livro O espectador emancipado, situando Rancière contra as teorias de cunho platônico que desconfiam da imagem quanto à sua irrealidade e à passividade que ela pode gerar.

O texto de Pedro Hussak é uma discussão em torno do tema do regime estético, no qual ele vai mostrar a aproximação deste conceito com a espiteme foucauldiana, ou seja, como um conjunto de formas historicamente a priori  que determinam um tecido sensível no qual a obra de arte torna-se visível.

Aproximando estética e política, Jordi Carmona, à luz de movimento sociais como o M15, tenta inverter a equaçao proposta por Rancière em torno da revolução estética, ao propor uma leitura destes movimentos a partir do paradigma da ação política. Por fim, ele pretende descortinar um ponto de intercessão entre a estética e a política:  o ócio do plebeu.

Por fim, o artigo de Julien Pallotta, já em um registro mais político, vai traçar a trajetória intelectual de Rancière desde sua pertença ao grupo de Louis Althusser, passando pela militância maoísta, até chegar na noção de uma “democracia radical”.  

A revista Aisthe da Linha de Estética do PPGF-UFRJ deseja assim contribuir para a circulação de ideias estéticas no Brasil e potencializar o debate em torno deste importante autor contemporâneo.

 

 

Pedro Hussak -- Editor convidado

Fernando Santoro -- Editor Chefe

Publicado: 2017-06-09