Alceste entre as personagens femininas em Eurípides

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25187/codex.v8i1.33014

Palavras-chave:

Alceste, personagem, Eurípides, tragédia grega, casamento, morte, filhos

Resumo

O presente estudo tem como objetivo examinar a figura de Alceste na peça homônima de Eurípides, Alceste, como personagem a partir do que ela própria expressa em sua breve participação em cena, ainda com vida. Alceste insere-se no universo das personagens femininas criadas por Eurípides e sua particularidade reside no fato de escolher morrer no lugar do seu marido, Admeto. Alguns estudiosos tendem a pensar que ela o faz por amor ao marido. Em nosso estudo queremos destacar que ela toma a decisão mais preocupada com o futuro dos filhos, sobretudo, exigindo assim que não seja substituída por outra, do que por um motivo amoroso. Com essa personagem, Eurípides faz-nos mergulhar no imaginário do que seria a morte para os atenienses e ao mesmo permite-nos investigar as questões legais relacionadas ao matrimônio e aos litígios resultantes e, nesse caso específico, à herança dos filhos.

Biografia do Autor

Fernando Brandão dos Santos, Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Possui graduação em Letras Clássicas e Vernáculas pela Universidade de São Paulo (1983), graduação em Licenciatura em Letras Português Latim e Grego pela Universidade de São Paulo (1986), Mestrado em Letras (Letras Clássicas) pela Universidade de São Paulo (1989) sob a orientação da Profa. Dra. Filomena Yoshie Hirata e Doutorado em Letras (Letras Clássicas) pela Universidade de São Paulo (1998), sob a orientação da Profa. Dra. Filomena Yoshie Hirata. Atualmente é Professor Assistente Doutor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências e Letras, Campus de Araraquara (FCLAr). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Línguas Clássicas, atuando principalmente nos seguintes temas: tragédia grega, Sófocles e Eurípides, poesia dramática, teatro e leitura dramatizada de textos clássicos. Desenvolveu um estágio acadêmico no Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos do Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra no período de outubro de 2012 a janeiro de 2013, com bolsa da FAPESP, sob a supervisão da Profa. Dra. Maria de Fátima Sousa e Silva.

Referências

ARISTÓTELES. Póetica. Edicíon trilingue por Valentín García Yebra, Madrid: Editorial Gregos, 1974.

BURNETT, Anne Pippin. “The Virtues of Admetus”. In SEGAL, Eric. Oxford Readings in Greek Tragedy. Oxford: Oxford Clarendon Press, 1983, pp. 254-271.

DUYSINX, François. “Les passages lyriques dans l’ Alceste d’ Euripide. L’ Antiquité Classique 31, 1962, pp. 189-233.

EURIPIDES. Alcestis. Edited with Introduction & Commentary by L. P. E. Parker. Oxford: Oxford Clarendon Press, 2007.

EURIPIDES. Alcestis. With Notes and Commetary by. C. A. E. Luschnig and H. M. Roisman. Oklahoma: University of Oklahoma Press, 2003.

EURIPIDES. Opera. Cyclops, Alcestis, Medea, Heraclidae, Hippolytus, Andromacha, Hecuba. Tomus I. Edidit J. Diggle. Oxford: Oxford University Press, 1984.

EURIPIDES. Alcestis. Edited with introduction and commentary by A. M. Dale. Oxford: Oxford University Press, 1978 [1954].

EURIPIDES. Hippolytos. Edited with introduction and commentaries by W. S. Barrett. Oxford: Oxford Clarendon Press, 1964.

ESTEVE, J. Les innovations musicales dans la tragédie grecque. Nimes: La Laborieuse, 1902

GRUBE, G. M. A. The Drama of Euripides. London: Methuen & Co., 1973 [1941].

LESKY, A Tragédia grega. 2a. ed. Trad. Alberto Guzik. São Paulo: Editora Perspectiva, 1976.

LLOYD, Michael. The agon in Euripides. Oxford: Oxford Clarendon Press, 1992.

MARKANTONATOS, Andreas. Euripides’ Alcestis. Narrative, Myth, and Religion. Berlin/Boston: Walter de Gruyter, 2013.

MASQUERAY, Paul. Théorie des formes lyriques de la tragédie grecque. Paris: Librairie C. Klincksiec, 1895.

PATHMANATHAN, R. Sri. “Death in Greek Tragedy”. Greece & Rome 12, vol 1, 1965, pp. 2-14.

REHM, R. Marriage to death. The conflation of wedding and funeral rituals in greek tragedy. Princeton/New Jersey: Princeton University Press, 1994.

RIBEIRO JUNIOR, W. A. Enganos, enganadores e enganados no mito e na tragédia de Eurípides. Tese de Doutorado. São Paulo: USP, 2011.

ROMILLY, Jacqueline de. L’évolution du pathétique d’ Eschyle à Euripide. Paris: Les Belles Lettres, 1980.

SIFAKIS, G. M. “Children in Greek Tragedy”. Bulletin of the Institute of Classical Studies 26, 1979, pp. 67-80.

SANTOS, Fernando Brandão. “Eurípides, o Poeta do Feminino: o caso de Alceste”. In: SILVA, G. J. da e SILVA, M. A. de O. (org.) A ideia de história na Antiguidade Clássica. São Paulo: Alameda, 2017, cap. 4, pp. 91-113.

SANTOS, Fernando Brandão. “Quando Eurípides influencia Sófocles: um estudo sobre a estruturação da poesia trágica grega”. In: FACHIN, Lídia e DEZOTTI, Maria C. C. (Org.). Teatro em debate. São Paulo/Araraquara: Cultura Acadêmica/Laboratório Editorial, 2003, pp. 105-118.

SANTOS, Fernando Brandão. “O heroísmo no sacrifício ou o sacrifício do heroísmo? Uma leitura da Alceste de Eurípides”. Alfa 32, 1988, pp. 101-118.

SEGAL, Charles. Euripides and the Poetics of Sorrow. Art, Gender and Commemoration in Alcestis, Hippolytus, and Hecuba. Durham/London: Duke University Press, 1993.

Site citado:

Tribunal de Justiça Estado de São Paulo Especialidades, Família e Sucessões. Disponível em: <https://www.tjsp.jus.br/Especialidade/Especialidade/FamiliaSucessoes>. Acesso em: 04/02/2020.

Downloads

Publicado

2020-06-30

Como Citar

Santos, F. B. dos. (2020). Alceste entre as personagens femininas em Eurípides. CODEX - Revista De Estudos Clássicos, 8(1), 197–212. https://doi.org/10.25187/codex.v8i1.33014

Edição

Seção

Dossiê: Caracterização no drama antigo: tragédia