Alma e movimento em Aristóteles

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47661/afcl.v13i25.24769

Palavras-chave:

Aristóteles, alma, corpo, movimento, ato, potência

Resumo

No presente artigo, busco entender, a partir de Aristóteles, o nexo entre corpo e alma, tal como este é estabelecido no tratadoDe anima, em decorrência de uma investigação sobre o movimento. Investigo as razões que levaram Aristóteles a sustentar que a alma não se move, justamente por ser princípio do movimento. Ao negar que a alma seja ela mesma um vivente, o estagirita se posiciona de maneira crítica em relação ao diálogo Fédonde Platão, abrindo caminho para a consideração filosófica do corpo vivo e de sua funcionalidade. Na função (érgon) ou obra a desempenhar, em seu ser capaz de tal obra, reside a especificidade do vivente, que pode não passar ao ato. A diferença entre corpo vivo e inanimado é acentuada, tornando-se incontornável pensar a especificidade do vivo a partir de suas manifestações. Um pensamento sobre a vida que descobre o próprio pensamento como vida. 

Biografia do Autor

Francisco Moraes, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Doutorou-se em filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro com a tese: O problema do Noûs em Aristóteles. É professor adjunto de filosofia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e professor permanente do Programa de Pós-Graduação em filosofia (PPGF) da UFRJ. Traduziu o livro A vontade de poder de Friedrich Nietzsche, sendo também autor de diversos artigos publicados em revistas de filosofia e de capítulos de livros, a maior parte deles em filosofia antiga e contemporânea. É líder do grupo de pesquisa Noûs: Estudos de hermenêutica filosófica e de história da filosofia, cadastrado junto ao CNPQ.

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Publicado

2019-09-13