The philosopher, his predecessors, the commentator and his critics: on the criticism of Harold Cherniss's critique of Aristotle as a source for early Greek philosophy

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47661/afcl.v10i19.3764

Palavras-chave:

Aristóteles, Pré-socráticos, doxografia, Harold Cherniss

Resumo

Ao estudar os primeiros filósofos gregos, geralmente não é suficiente recorrer apenas aos fragmentos. Os testemunhos são úteis e às vezes essenciais para reconstituir suas doutrinas. No entanto, lidar com os testemunhos -- e nossa principal fonte de testemunhos é Aristóteles e a tradição peripatética -- pode ser difícil. A crítica de Aristóteles à filosofia pré-socrática de Harold Cherniss (1935) foi um marco importante no estudo da transmissão de Aristóteles das doutrinas de seus predecessores pré-platônicos. Os críticos de Cherniss, entretanto, foram duros sobre sua leitura de Aristóteles. Se Aristóteles distorce intencionalmente as doutrinas pré-socráticas, como os críticos de Cherniss o acusam de acusar Aristóteles, então seria muito arriscado usar Aristóteles como fonte. Se ele intencionalmente distorce seus antecessores, devemos esperar que ele faça tudo o que puder para esconder todos os vestígios disso. No entanto, se ele é sincero, as chamadas distorções podem parecer assim porque ele não pode evitar ver seus antecessores através de suas próprias lentes. Neste artigo, analiso três tipos paradigmáticos de crítica realizada contra Cherniss: a que visa salvaguardar a confiabilidade de Aristóteles como fonte para a filosofia grega antiga, a que pretende salvaguardar seu direito ao título de historiador e outra que rejeita ambas as discussões como encobrimento da atividade filosófica de Aristóteles. Mesmo que algumas das conclusões de Cherniss sobre as doutrinas dos filósofos gregos antigos possam parecer ultrapassadas, seu método geral continua válido: o testemunho de Aristóteles deve ser abordado de forma cuidadosa e sistemática, a fim de remover interpretações equivocadas e eventuais distorções. Os três tipos de crítica analisados, no entanto, não parecem tocar o cerne desse método. Ao contrário, parecem concordar com as premissas básicas, mas de alguma forma insistem que a crítica de Cherniss é inapropriada.

Biografia do Autor

Gustavo Laet Gomes, Universidade Federal de Minas Gerais

Mestrando no Programa de Pós-Graduação do Departamento de Filosofia da UFMG

Referências

AUBENQUE, P. L'histoire de la philosophie est-elle ou non philosophique? Oui et non. In: CASSIN, B. Nos Grecs et leurs modernes: Les stratégies contemporaines d'appropriation de l'antiquité. Paris: Éditions du Seuil, 1992. p. 17-36.

BRUNSCHWIG, J. L'histoire de la philosophie est-elle ou non philosophique? Non et oui. In: CASSIN, B. Nos Grecs et leurs modernes. Les stratégies contemporaines d'appropriation de l'antiquité. Paris: Éditions du Seuil, 1992. p. 37-96.

CHERNISS, H. F. Aristotle's Criticism of Presocratic Philosophy. Baltimore: John Hopkins Press, 1935.

CHERNISS, H. F. The Characteristics and Effects of Presocratic Philosophy. In: TARÁN, L. Selected Papers of Harold F. Cherniss. Leiden: E. J. Brill, 1977 (1st pub. 1951). p. 62-88.

COLLOBERT, C. Aristotle's Review of the Presocratics: Is Aristotle Finally a Historian of Philosophy? Journal of the History of Philosophy, Baltimore, v. 40, n. 3, Jul. 2002. 281-295.

DIELS, H. Die Fragmente der Vorsokratiker. 6th ed., rev. by Walther Kranz. ed. Berlin: Weidmann, 1952 (1st ed. 1903).

FREDE, M. Aristotle's Account of the Origins of Philosophy. Rhizai. A Journal for Ancient Philosophy and Science, n. 1, 2004. p. 9-44.

GADAMER, H.-G. The Beginning of Philosophy. Tradução de Rod Coltman. New York: Continuum, 2001.

GUTHRIE, W. K. C. Aristotle as a Historian of Philosophy: Some Preliminaries. The Journal of Hellenic Studies, London, v. 77, n. 1, 1957. p. 35-41.

KIRK, G. S.; RAVEN, J. E. The Presocratic Philosophers: A critical history with a selection of texts. Cambridge: Cambridge University Press, 1957.

LESZL, W. I Primi Atomisti: Raccolta dei testi che riguardano Leucippo e Democrito. Firenze: Leo S. Olschki, 2009.

LONG, C. P. Saving ta legomena: Aristotle and the History of Philosophy. The Review of Metaphysics, Washington, v. 60, Dec. 2006. 247-267.

MANSFELD, J. Sources. In: LONG, A. A. The Cambridge Companion to Early Greek Philosophy. Cambridge: Cambridge University Press, 1999. Cap. 2, p. 22-44.

MAQUEO, D. E. T. Aristóteles: ¿historiador de la filosofía? Tópicos, México, n. 14, p. 83-103, 1998.

MCDIARMID, J. B. Theophrastus on the Presocratic Causes. Harvard Studies in Classical Philology, Cambridge, v. 61, 1953. 85-156.

NIGHTINGALE, A. W. Spectacles of Truth in Classical Greek Philosophy. New York: Cambridge University Press, 2004.

POWELL, C. T. Why Aristotle has no Philosophy of History. History of Philosophy Quarterly, v. 4, n. 3, Plato and Aristotle Issue, p. 343-357, Jul. 1987.

RUNIA, D. T. The Sources for Presocratic Philosophy. In: CURD, P.; GRAHAM, D. W. The Oxford Handbook of Presocratic Philosophy. Oxford: Oxford University Press, 2009. Cap. 2, p. 1-48 (e-book by Oxford Handbooks Online).

STEVENSON, J. G. Aristotle as historian of philosophy. The Journal of Hellenic Studies, London, v. 94, Nov 1974. 138-143.

TAYLOR, C. C. W. The Atomists: Leucippus and Democritus. Toronto: University of Toronto Press, 1999.

Downloads

Publicado

2016-01-26