A APROPRIAÇÃO, PASTEURIZAÇÃO E MERCANTILIZAÇÃO DA PRECARIEDADE ANALÓGICA PELA INDÚSTRIA DA FOTOGRAFIA DIGITAL / The appropriation, pasteurization and mercantilization of analogue precariety by the digital photography industry

Autores

DOI:

https://doi.org/10.37235/ae.n40.11

Resumo

Proponho uma reflexão sobre como câmeras de baixa fidelidade contribuem para subversão da fotografia tradicional e para a consolidação de uma estética caracterizada por ruídos e falhas, denominada estética da precariedade. Abordo ainda a apropriação, padronização e mercantilização da estética da precariedade pela indústria fotográfica digital, por meio de aplicativos de edição de imagens e redes sociais de compartilhamento de fotos e vídeos.

Palavras-chave: Estética da precariedade; Fotografia de baixa fidelidade; Fotografia analógica; Fotografia digital; Indústria fotográfica.

Abstract

I propose a reflection on how low-fidelity cameras contribute to the subversion of traditional photography and to the consolidation of an aesthetic characterized by noise and flaws, called precariousness aesthetics. I also address the appropriation, standardization and commercialization of the precariousness aesthetic by the digital photographic industry, through image editing apps and photo and video sharing social networking services.

Keywords: Precariousness aesthetics; Low fidelity photography; Analog photography; Digital photography, Photographic industry.

Biografia do Autor

Paula Davies Rezende

Paula Davies Rezende é formada em Audiovisual pela ECA/USP, e mestra em Estética e História da Arte pelo MAC/USP. Pesquisa sobre a agência de elementos não-humanos na produção artística. Este texto é parte de sua dissertação de mestrado Estética da precariedade: a agência dos equipamentos técnicos na fotografia de Miroslav Tichý.

Referências

Barthes, Roland. A câmara clara: nota sobre a fotografia. Tradução Júlio Castañon Guimarães. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012.

Beiguelman, Giselle. Reinventar o futuro é preciso. In: Magalhães, Ana Gonçalves; Beiguelman, Giselle (org). Futuros Possíveis: arte, museus e arquivos digitais. Editora Peiró-polis LTDA, 2014.

Benjamin, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: _____. Magia e técnica, arte e política, v. 1. Tradução Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1994.

Dubois, Philippe. Máquinas de imagens: uma questão de linha geral. In: _____. Cinema, vídeo, Godard. São Paulo: Cosac & Naify, 2004.

Flores, Laura González. Fotografia e pintura: dois meios diferentes. Tradução Danilo Vilela Bandeira. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.

Flusser, Vilém. Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.

Flusser, Vilém. O universo das imagens técnicas elogio da superficialidade. São Paulo: An-nablume, 2009.

Greenberg, Clement. Arte e cultura. Tradução Otacilio Nunes. São Paulo, Atica, 1996.

Menkman, Rosa. The glitch moment(um). Amsterdam: Institute of Network Cultures, 2011. Disponível em: <http://www.networkcultures.org/_uploads/NN#4_RosaMenkman.pdf>. Acesso em: 12 ago 2016.

Pitkin, Hanna Fenichel. Representação: palavras, instituições e idéias. Lua Nova, São Paulo , n. 67, p. 15-47, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452006000200003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 28 dez. 2015.

Steyerl, Hito. In defense of the poor image. e-flux journal, v. 10, n. 11, 2009.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

02-12-2020

Edição

v. 26 n. 40 (2020): Políticas e Arte

Seção

Artigos

Licença

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
  1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
  2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
  3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).