O solipsismo na filosofia de George Berkeley

Autores

  • Vinícius França Freitas UFMG

DOI:

https://doi.org/10.35920/arf.v23i2.48672

Palavras-chave:

solipsismo, Berkeley, mundo externos, outras mentes, solipsism, external world, other minds

Resumo

O artigo avança a hipótese de que a filosofia de George Berkeley não supera o solipsismo. Para isso, apresentam-se quatro dificuldades em seus argumentos em favor de outras existências: (I) o argumento sobre a existência de uma causa externa para as ideias sensíveis enfrenta a dificuldade de não eliminar a possibilidade de a própria mente ser
a causa dessas ideias; (II) o argumento presente nos Diálogos para provar a existência de Deus é circular: ele pressupõe a existência de objetos distintos da mente, contudo, o argumento para a existência desses últimos pressupõe a existência de Deus; (III) o argumento em favor da existência de objetos distintos da mente, além de envolvido na circularidade mencionada, é desenvolvido sem com que Berkeley apresente uma noção clara do que são esses objetos; (IV) o argumento em favor da existência de outras mentes, no que parece ser sua intepretação mais plausível – que afirma que é possível inferior a existência de outras mentes a partir da observação nos indivíduos de ações irregulares, inconstantes e viciosas –, enfrenta a dificuldade de que, em um cenário em que ações desse tipo não existem, Berkeley perde a evidência da existência de outras mentes.

Referências

ADAMS, R. 1973. Berkeley’s ‘Notion’ of Spiritual Substance. Archiv für Geschichte der Philosophie. vol. 1, n.4, pp. 47-69. DOI: https://doi.org/10.1515/agph.1973.55.1.47

AVRAMIDES, A. 2001. Other Minds. Londres e New York: Routledge.

AYERS, M. 1987. Divine Ideas and Berkeley’s Proofs of God’s Existence. In: SOSA, E. (org.) Essays on the Philosophy of George Berkeley. Dordrecht / Boston / Lancaster / Tóquio: D. Reidel Publishing Company. DOI: https://doi.org/10.1007/978-94-009-4798- 6_7

BENNETT, J. 1965. Berkeley and God. Philosophy. vol. XL, n. 153, pp. 207-221.

BENNETT, J. 2001. Learning from Six Philosophers: Descartes, Spinoza, Leibniz, Locke, Berkeley, Hume. V. 2. Oxford: Claredon Press. DOI: https://doi.org/10.1093/0198250924.001.0001

BENNETT, J. 1971. Locke, Berkeley Hume: Central Themes. Oxford: Oxford University Press, 1971.

BERKELEY, G. 2008. Obras filosóficas. Trad. Jaimir Comte. São Paulo: Unespe. BRACKEN, H. 1959. The Early Reception of Berkeley’s Immaterialism (1710-1733). Haia: Martinus Nijhoff. DOI: https://doi.org/10.1007/978-94-010-3567-5

DESCARTES, R. 2004. Meditações sobre filosofia primeira. Trad. Fausto Castilho. Campinas: UNICAMP .

DICKER, G. 2011. Berkeley’s Idealism: A Critical Examination. Oxford: Oxford University Press. DOI: https://doi.org/10.1093/acprof:oso/9780195381467.001.0001

FALKENSTEIN, L. 1990. Berkeley’s Arguments for Other Minds. History of Philosophy Quarterly. vol. VII, n. 4, pp. 431-440.

FLAGE, D. 1985. Berkeley’s Notions. Philosophy and Phenomenological Research. vol. XLV, n. 3, pp. 407-425. DOI: https://doi.org/10.2307/2107273

FOGELIN, R. 2001. Berkeley and the Principles of Human Knowledge. Londres e New York: Routledge.

GREY, D. 1952. The Solipsism of Bishop Berkeley. The Philosophical Quarterly. vol. II, n. 9, pp. 338-349. DOI: https://doi.org/10.2307/2216814

HILL, J. 2010. The Synthesis of Empiricism and Innatism in Berkeley’s Doctrine of Notions. Berkeley Studies. vol. XXI, pp. 03-15.

HUME, D. 2001. Tratado da natureza humana. Trad. Deborah Danowski. São Paulo: UNESP.

MAE BETTCHER, T. 2008. Berkeley: A Guide for the Perplexed. Londres e New York: Continuum.

REID, T. 2002. Essays on the Intellectual Powers of Man. Ed. Derek Brookes. Edinburgh: Edinburgh University Press.

STROUD, B. 2003. Hume. Londres e New York: Routledge.

TURGOT, J. 2017. Existência. In: DIDEROT, D.; D’ALEMBERT J. le R. Enciclopédia, ou Dicionário razoado das ciências, das artes e dos ofícios. Volume VI (Metafísica). Trad. Pedro Paulo Pimenta, Maria das Graças de Souza e Thomas Kawauche. São Paulo: Unesp.

URMSON, J. 2011. Berkeley. Trad. Jaimir Comte. Florianópolis.

VAN ITEN, R. 1962. Berkeley’s Alleged Solipsism. Revue Internationale de Philosophie. vol. XVI, n. 3, pp. 447-452.

Downloads

Publicado

2021-12-10