O uso das mídias móveis por crianças atendidas pelo programa Primeira Infância Melhor (PIM) em Pelotas – RS

Autores

  • Marcos Roberto Silva De Souza Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Medicina, Terapia Ocupacional e Psicologia, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil http://orcid.org/0000-0002-6033-7575
  • Giovana Fagundes Luczinski Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Medicina, Terapia Ocupacional e Psicologia, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil https://orcid.org/0000-0001-8318-8157
  • Renata Cristina Rocha da Silva Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Medicina, Terapia Ocupacional e Psicologia, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil http://orcid.org/0000-0001-6565-5655

DOI:

https://doi.org/10.54948/desidades.v0i32.49699

Palavras-chave:

primeira infância, PIM, mídias móveis, infância e tecnologia

Resumo

Este artigo apresenta um estudo com 25 famílias atendidas pelo programa Primeira Infância Melhor (PIM) na cidade de Pelotas – RS, Brasil, que investigou o uso das mídias por crianças entre 2 e 4 anos de idade. Por meio de um questionário foram coletados dados sociodemográficos e características das famílias, como o uso das tecnologias na interação com as crianças. A maioria das cuidadoras eram mulheres brancas e casadas, com média de idade de 33 anos e renda na faixa de 1 salário mínimo. Foi verificada a média de 2,84 aparelhos celulares por residência e, entre as crianças, o maior descritor de tempo de acesso foi de 1 hora diária, predominantemente durante o dia. A análise dos dados nessa população contraria uma realidade na qual crianças estão cada vez mais conectadas. Entretanto, a literatura enfatiza esse tempo como excessivo para a faixa etária pesquisada, sendo importante fomentar a discussão interdisciplinar.

Biografia do Autor

Marcos Roberto Silva De Souza, Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Medicina, Terapia Ocupacional e Psicologia, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil

Bacharel em Psicologia, pela Universidade Federal de Pelotas-RS.

Aluno Especial em: Acervos Documentais e Preservação do Patrimonio Historico, do curso de Po´s graduação em Memoria Social e Patrimônio Cultural.

Giovana Fagundes Luczinski, Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Medicina, Terapia Ocupacional e Psicologia, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil

Professora Adjunta no curso de graduação em Psicologia na UFPEL  na área de Tratamento e Prevenção Psicológico com ênfase na perspectiva existencial-fenomenológica. Atividades: docência, estágio em saúde coletiva, pesquisa, extensão, atividades administrativas. UFPel

Renata Cristina Rocha da Silva, Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Medicina, Terapia Ocupacional e Psicologia, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil

Terapeuta Ocupacional, Mestre em Ciencia Medicas- UFRGS, doutora em Ciencias Cirurgicas-UFRGS e professora na Universidade Federal de Pelotas.

Referências

AMANTE, L. As TIC na escola e no jardim de infância: motivos e fatores para a sua integração. Sísifo: Revista de Ciências da Educação, v. 3, n. 3 p. 51-64, 2007. Disponível: <http://sisifo.ie.ulisboa.pt/index.php/sisifo/article/view/61>. Acesso em: 26 nov. 2019.

ARIÈS, P. História social da infância e da família. Rio de Janeiro: LCT, 1978.

ASSEMANY, N. M. Superestimulação na infância: uma questão contemporânea. Cad. psicanal., Rio de Janeiro, v. 38, n. 34, p. 231-243, jun. 2016. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952016000100012&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 14 ago. 2021.

ATTALI, J. L’Hommenomade. Paris: Fayard, 2003.

AUBERT, N. (Org.). L’individu hypermoderne. Ramonville Saint-Agne: Éditions Érès, 2004.

BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

BHUTTA, Z. A.; AHMED, T.; BLACK, R. E. What works? Interventions for maternal and child undernutrition and survival. Lancet, v. 371, ed. 9610, p. 417-440, 2008. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/S0140-6736(07)61693-6>. Acesso em: 21 jun. 2019.

BRASIL. Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, 1990. Disponível em: <https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=8069&ano=1990&ato=461cXRq1keFpWT13a>. Acesso em: 21 jun. 2019.

BRASIL. Lei nº 13.257 de 08 de março de 2016. Dispõe sobre as políticas públicas para a primeira infância. Brasília, 2016. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm>. Acesso em: 21 jun. 2019.

BUCKINGHAM, D. Crescer na era das mídias digitais. São Paulo: Edições Loyola, 2007.

CHRISTAKIS, C. Interactive media use at younger than the age of 2 years: time to rethink the American Academy of Pediatrics guideline. JAMA Pediatr., v. 168, n. 5, p. 399-400, 2014.

COMMON SENSE MEDIA. Zero to eight: children's media use in America. USA: Common Sense Media, 2011. Disponível em: < https://www.ftc.gov/sites/default/files/documents/public_comments/california-00325%C2%A0/00325-82243.pdf >. Acesso em: 21 jun. 2020.

DAHLBERG, G.; MOSS, P.; PENCE, A. Qualidade na educação da primeira infância: perspectiva pós-moderna. Porto Alegre: Artmed, 2003.

DIAS, P.; BRITO, R. Crianças (0 a 8 anos) e tecnologias digitais: um estudo quantitativo exploratório. Relatório Nacional Portugal. Lisboa: Centro de Estudos Comunicação e Cultura, 2016. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10400.14/19160>. Acesso em: 10 jun. 2019.

FEIJOO, A. M. C. L.; PROTÁSIO, M. M.; GILL, D. Considerações sobre o desenvolvimento infantil em uma perspectiva existencial. In: FEIJOO, A. M. L. C.; FEIJOO, E. L. (Orgs.). Ser criança: uma compreensão existencial da experiência infantil. Rio de Janeiro: Edições IFEN, 2015. p.115-164.

GOUVÊA, M. C. S. Infantia: entre a anterioridade e a alteridade. In: SOUTO, K. C. N. et al. (Org.). A infância na mídia. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 13-45.

HOLLOWAY, D.; GREEN, L.; LOVE, C. It's all about the apps: parental mediation of pre-schoolers digital lives. Media International Australia, v. 153, n. 1, p. 148-156, 2014. Disponível em: <https://doi.org/10.1177/1329878X1415300117>. Acesso em: 20 jun. 2019.

KARSAKLIAN, E. Comportamento do consumidor. 2 ed. São Paulo: Atlas S.A., 2008.

KUHLMANN, J. M. Infância e educação infantil: uma abordagem histórica. 2 ed. Porto Alegre: Mediação, 2001.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos da metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

LEMOLA, S. et al. Adolescents’ electronic media use at night, sleep disturbance, and depressive symptoms in the smartphone age. Springer, v. 44, p. 405-418, 2015. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/s10964-014-0176-x>. Acesso em: 20 jun. 2019.

MADIGAN, S. et al. Associação entre o tempo de tela e o desempenho das crianças em um teste de triagem de desenvolvimento. Jama Pediatrics, v. 173, n. 3, p. 244-250, 2019. Disponível em: <https://jamanetwork.com/journals/jamapediatrics/fullarticle/2722666>. Acesso em: 12 jun. 2019.

MATA, I. R. S. et al. As implicações da pandemia da COVID-19 na saúde mental e no comportamento das crianças. Resid. Pediatr., v. 10, n. 3, p. 1-5, 2020. Disponível em: <https://residenciapediatrica.com.br/detalhes/643/as%20implicacoes%20da%20pandemia%20da%20covid-19%20na%20saude%20mental%20e%20no%20comportamento%20das%20criancas>. Acesso em: 12 mar. 2021.

MORO, E. L. S.; ESTABEL, L. B. As tecnologias de informação e de comunicação no processo de ensino e de aprendizagem. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 15, n. 34, p. 1-21, 22 nov. 2019. Disponível em: <https://rbpg.capes.gov.br/index.php/rbpg/article/view/1607/882>. Acesso em: 22 abr. 2020.

NAÇÕES UNIDAS BRASIL. OMS divulga recomendações sobre uso de aparelhos eletrônicos por crianças de até 5 anos. 29 abr. 2019. Disponível em: <https://brasil.un.org/pt-br/press-centre/press-releases>. Acesso em: 11 jun. 2019.

NÚCLEO CIÊNCIA PELA INF NCIA. NCPI. Repercussões da pandemia de COVID-19 no desenvolvimento infantil. Tradução Melissa Harkin. São Paulo: Fundação Marília Cecília Souto Vidigal, 2020. Disponível em: <https://ncpi.org.br/publicacoes/wp-pandemia/>. Acesso em: 22 jan. 2022.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. OPS. Manual para vigilância do desenvolvimento no contexto da AIDPI. Washington D.C.: OPAS, 2005.

PAIVA, N. M. N.; COSTA, J. S. A influência da tecnologia na infância: desenvolvimento ou ameaça? Psicologia.pt, v. 1, p. 1-13, 2015. Disponível em: <http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0839.pdf>. Acesso em: 7 jun. 2019.

PIAGET, J. La formación del símbolo em el ninõ. México: Editorial, Fondo de Cultura Económica, 1961.

PIMENTA, A. C. Sonhar, brincar, criar, interpretar. São Paulo: Ática, 1986.

POSTMAN, N. O desaparecimento da infância. Rio de Janeiro: Graphia Editorial, 2005.

PRENSKY, M. Digital natives, digital immigrants – part 1. On The Horizon, v. 9, n. 5, p. 1-6, set. 2001. Disponível em: <https://doi.org/10.1108/10748120110424816>. Acesso em: 10 jun. 2019.

RAPPAPORT, C. R.; FIORI, W. R; DAVIS, C. Psicologia do desenvolvimento: a idade pré-escolar. Vol. 3. São Paulo: EPU, 1981.

RIO GRANDE DO SUL. Programa Primeira Infância Melhor: guia da família. 7. ed. Porto Alegre: Companhia Rio-Grandense de Artes Gráficas (CORAG), 2016a.

RIO GRANDE DO SUL. Programa Primeira Infância Melhor: guia da gestante. 7. ed. Porto Alegre: Companhia Rio-Grandense de Artes Gráficas (CORAG), 2016b.

SÁNCHEZ-TERUEL, D.; ROBLES-BELLO, M. A. Riesgos y potencialidades de la era digital para la infancia y la adolescencia. Educación y Humanismo, v. 18, n. 31, p. 186-204, dez. 2016. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.17081/eduhum.18.31.1374>. Acesso em: 21 jan. 2021.

SANTOS, J. Uso de tecnologia por crianças: benefício ou perda da infância. Gazeta do Povo. 20 abr. 2015. Sempre Família. Disponível em: <https://www.semprefamilia.com.br/tecnologia/uso-de-tecnologia-por-criancas-beneficio-ou-perda-da-infancia/>. Acesso em: 20 abr. 2019.

SCHNEIDER, A.; RAMIRES, V. R. Primeira Infância Melhor: uma inovação em política pública. Brasília: Unesco, Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, 2007.

SISTEMA DE INFORMAÇÃO PRIMEIRA INF NCIA MELHOR. SISPIM. PIM-Dados. Porto Alegre: Secretaria Estadual da Saúde/RS, 2018. Disponível em: <http://www.pim.saude.rs.gov.br/site/o-pim/dados/>. Acesso em: 18 abr. 2019.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. SBP. SBP lança conjunto de orientações em defesa da “Saúde das crianças e adolescentes na Era Digital”. 6 nov. 2016. Disponível em: <https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/sbp-lanca-conjunto-de-orientacoes-em-defesa-da-saude-das-criancas-e-adolescentes-na-era-digital/>. Acesso em: 20 nov. 2019.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. SBP lança manual de orientação #MENOS TELAS #MAIS SAÚDE. 12 dez. 2019. Disponível em: <https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/menos-telas-mais-saude/>. Acesso em: 20 nov. 2019.

SOUZA, S. J.; SALGADO, R. G. A Criança na idade mídia: reflexões sobre cultura lúdica, capitalismo e educação. In: SARMENTO, M.; GOUVÊA, M. C. S. (Orgs.). Estudos da infância: educação e práticas sociais – Vol. 2. Petrópolis: Editora Vozes, 2009. p. 207-221.

TAVARES, J. et al. Manual de psicologia do desenvolvimento e aprendizagem. Porto: Porto Editora, 2007.

VENANCIO, S. I. Why invest in early childhood? Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 28, e3253, 2020. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1518-8345.0000-3253>. Acesso em: 25 jan. 2022.

VYGOTSKY, L. S. Formação social da mente. Tradução José Cippola Neto, Luis Silveira Menna Barreto e Solange Castro Afeche. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

ZORZAN, S. P. Gestão de qualidade em educação: a experiência do programa Primeira Infância Melhor. 2012. 73 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2012.

Downloads

Publicado

03-06-2022

Edição

Seção

TEMAS EM DESTAQUE