A FORMAÇÃO DE ADJETIVOS EM -OSO NO PORTUGUÊS ARCAICO: UMA ANÁLISE SEGUNDO A TEORIA DA OTIMALIDADE

Autores

  • Tamires Costa e Silva Mielo Unesp

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2018.v20n2a18049

Palavras-chave:

formação de adjetivos, sufixo -oso, Português Arcaico, morfofonologia, Teoria da Otimalidade

Resumo

O presente artigo tem por objetivo apresentar a análise morfológica e fonológica da formação de adjetivos em -oso no Português Arcaico. Para tal, foram coletados 35 adjetivos com essa formação, das 100 primeiras Cantigas de Santa Maria, documento representativo da época aqui considerada Português Arcaico. Os vocábulos foram primeiramente submetidos à análise morfológica, segundo a teoria dos Constituintes imediatos, por meio da qual verificou-se que a maior parte dos adjetivos formados pelo sufixo -oso (26 de um total de 35) são derivados de substantivos. Ao observar a formação dos adjetivos em questão, constatou-se que eles passam por um processo de adaptação morfofonológica, como a supressão da vogal temática, o que é o caso do adjetivo ‘espantoso' (‘espanto' + -oso > ‘espantoso'), por exemplo. Passou-se, então, à análise fonológica desses processos por meio da Teoria da Otimalidade, que se baseia no ranqueamento de restrições fonológicas vigente em um determinado sistema linguístico. Diante desta teoria, foram elaborados tableaux que indicam as restrições violadas pelas formações e a possível hierarquia dessas restrições. De acordo com os dados, foi visto que a restrição MAX, a qual proíbe a supressão de elementos do input no output, é a mais baixa da hierarquia neste contexto fonológico, visto que é violada na maioria dos casos.

Biografia do Autor

Tamires Costa e Silva Mielo, Unesp

Bacharel e lecenciada em Letras portguês/francês pela Unesp de Araraquara. Mestre em linguística e língua portguesa, na área de análise morfológica fonológica pela mesma universidade. Doutoranda em linguística e língua portuguesa também pela Unesp.

Referências

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Publicado

2018-12-28