MALIGNA ROSA QUE DEVESSE MURCHAR: A ESTÉTICA DA VIOLÊNCIA NO CONTO ZORAIDE COLHE MARGARIDAS, DE BRENO ACCIOLY

Autores

  • Eberton de Oliveira Universidade Federal de Alagoas

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2021.v23n1a39066

Palavras-chave:

Estética. Narrativa. Violência. Literatura alagoana. Breno Accioly.

Resumo

Este artigo tem por objetivo analisar a estetização da violência presente na obra do alagoano Breno Accioly, através do recorte que traceja a linguagem literária no conto Zoraide Colhe Margaridas, presente na obra Os cata-ventos (1999). Breno Accioly pertence à geração modernista de 45 e apresenta uma forte influência barroca na sua estética que, interligada a fatores sociais, culturais e memorialistas, conduzem o seu estilo. A violência como um estrato social e cultural apresenta caminhos para afirmar a existência de uma estética da violência em diversas narrativas literárias, como observado na obra de Fonseca (2011), Resende (2011) e Ferréz (2014). Para sustentar a hipótese utilizamos um percurso teórico crítico através de textos que tratam do tema tanto em aspectos sociais, como em aspectos literários, entrecruzando esses saberes. Utilizamos na análise textos de Schollhammer (2009), Rosset (1989), Bomfim (2005; 2007), Odalia (2012), Eco (1971), Vasconcelos (2005), entre outros. Desse modo, constataremos como as narrativas acciolyanas possuem uma base de criação violenta.

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Publicado

2021-06-30

Edição

Seção

Dossiê de Literatura/Literature Dossier