O ‘coming out’ compulsório de atletas olímpicas lésbicas

Autores

  • Waleska Vigo Francisco Universidade de São Paulo - USP

Palavras-chave:

lésbicas, coming out, homossexualidade, estudos olímpicos, esporte e sexualidades

Resumo

O coming out (“saída do armário”) como escolha particular deveria dar-se no tempo determinado pelos sujeitos que optam por tal decisão. Porém, quando se trata de pessoas públicas, muitas vezes não tem sido essa a prática. Atletas olímpicas lésbicas têm experimentado um modo compulsório de coming out que se dá a partir dos meios de comunicação. Entendendo os Jogos Olímpicos como um cenário arranjado e receptivo aos mesmos conflitos da vida ordinária, este artigo discute a estrutura heterossexista que ainda cerca o esporte e, para atestar essa ocorrência, analisa as narrativas das próprias atletas olímpicas. Como argumento para explicar o coming out compulsório, mobiliza-se o conceito de vontade de saber de Michel Foucault, isto é, a ideia de um controle social que submete o sujeito à explanação de sua sexualidade, objetivando capturar os “desviantes” para adequá-los à norma dominante.

Biografia do Autor

Waleska Vigo Francisco, Universidade de São Paulo - USP

Doutoranda em ciências na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da Universidade de São Paulo (USP). Graduada em educação física pela Fefisa – Faculdades Integradas de Santo André e especialista em condicionamento físico aplicado à prevenção cardiológica primária e secundária pelo Instituto do Coração (Incor), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Integrante do Grupo de Estudos Olímpicos da FE-USP

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Publicado

2021-06-26

Edição

Seção

Dossiê Olhares Cruzados sobre a Normalização