‘Disforia’ e ‘incongruência’ de gênero: Notas sobre a gestão biomédica da(s) infância(s) e adolescência(s) ‘trans’

Autores

Palavras-chave:

crianças, adolescentes, gênero, transgeneridade, cuidado em saúde

Resumo

Este artigo discute modalidades de compreensão e gestão fornecidas pelos saberes biomédicos para a assistência em saúde de crianças e adolescentes trans e/ou não conformes de gênero. Tomando como objeto as normas, diretrizes e resoluções que buscam estabelecer e regular práticas de saúde ao grupo em questão, como o DSM-V, as NDA da World Professional Association for Transgender Health (WPATH) e as diretrizes da Sociedade Americana de Endocrinologia, analisa-se as categorias diagnósticas, seus critérios e as orientações para o manejo das intervenções clínicas. Ao longo das três seções que compõem o texto, discute-se as relações entre as convenções biomédicas e determinados valores e concepções sociais de gênero presentes nos documentos. Conclui-se que apesar do caráter pretensamente técnico, os documentos atualizam expectativas socioculturais tanto na definição de categorias diagnósticas como na orientação para as intervenções hormonais.

Biografia do Autor

Júlia Clara de Pontes, Universidade de São Paulo

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e do Trabalho (PST) da Universidade de São Paulo (USP) e bacharela em psicologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Integra o Laboratório Interdisciplinar Ciências Humanas, Sociais e Saúde (LICHSS), do Instituto Saúde e Sociedade (ISS), da Unifesp.

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Publicado

2021-06-26

Edição

Seção

Dossiê Olhares Cruzados sobre a Normalização