Verde e preto: ideias e experiências anarquistas e socialistas libertárias diante das questões ecológicas, ambientais e agrárias

Autores

Palavras-chave:

Anarquismo, Ecologia Social, Ecologia Libertária, Lutas do Campo

Resumo

Esse artigo busca mostrar um balanço de ideias e experiências anarquistas diante das questões ecológica, ambientais e agrárias. Além disso, também mostra que, ao formular questões antidominações, não subjugando uma opressão à outra, o socialismo libertário e anarquistas podem apresentar os melhores métodos para pensarmos sociedades sustentáveis, ecológicas e socialistas. Nesse sentido, falaremos primeiramente das formulações de dois grandes teóricos que encabeçaram o contato do anarquismo e a ecologia - embora esse último termo não fosse utilizado - Piotr Kropotkin e Eliseé Reclus. Depois passamos para como a experiência dos anarquistas entre camponeses e indígenas fez essa ideologia estar à frente entre seus concorrentes revolucionários nos debates da importância da questão agrária numa revolução e na construção do socialismo, o que fez parte dos anarquistas verem com maus olhos o industrialismo socialista também. Após isso mostraremos alguns debates anarquistas após 1968, quando o ambientalismo e o movimento ecológico entraram à tona, assim como movimentos antiglobalização e de minorias étnicas que rebuscaram questões ambientais, agrárias e ecológicas em suas experiências. Após isso, concluímos com um balanço sobre a importância de movimentos anarquistas de centros urbanos, sindicais e movimentos sociais imbricarem uma luta que envolva tais questões.

Biografia do Autor

Kauan Willian W Dos Santos, Universidade de São Paulo

Doutorando em História Social (USP). Professor da rede pública municipal de São Paulo (SP)

Referências

ANDERSON, Benedict (2014), Sob três bandeiras: anarquismo e imaginação anticolonial. São Paulo, Unicamp.

ARELLANO (2012), Alejandro Buenostro e as raízes do fenômeno Chiapas: o “Já Basta” da resistência zapatista. São Paulo: Alfarrabio Editorial.

ARSHINOV, Piotr (1976), História do Movimento Macknovista: a insurreição dos camponeses da Ucrânia. Lisboa: Assírio & Alvim.

BOOKCHIN, Murray (2011). Anarquismo crítica e autocrítica. São Paulo: Editora Hedra.

BOOKCHIN, Murray (2010). Ecologia Social e outros ensaios. Rio de Janeiro: Achiamé.

BOOKCHIN, Murray (2015), The ecology of freedom. California, Ak Press.

CORRÊA, Felipe (2014). A prática revolucionária da Makhnovitchina (1918-1921). ITHA – Instituto de Teoria e História Anarquista, p.1-21.

CORRÊA, Felipe (2015). Bandeira negra: rediscutindo o anarquismo. Curitiba, Prismas.

CORRÊA, Felipe (2019). “Unidade real de pensamento e ação”: teoria política e trajetória de Mikhail Bakunin. Tese (Doutorado em Educação), Universidade Estadual de Campinas, São Paulo.

DEMUNER, Davi Matias (2017). A internacionalização do movimento zapatista: a presença da solidariedade da classe internacional em Chiapas. Estudos Internacionais, ISSN 2317-773X, Belo Horizonte, número 2, p.73-89.

DE PAULA, Amir El Hakim (2017). Piotr Kropotkin e o apoio mútuo: a solidariedade enquanto substrato fundamental da natureza e da sociedade. Élisée - Revista De Geografia Da UEG, ISSN 2316-4360, Goiás, número 2, p.9-26.

DIRIK, Dillar; GRAEBER, David; Comitê de Resistência Curda (2015). A Revolução Ignorada: Liberação da Mulher, democracia direta e pluralismo radical no Oriente Médio. São Paulo: Autonomia Literária.

EJÉRCITO ZAPATISTA DE LIBERACIÓN NACIONAL (2021). Primeira parte... uma declaração pela vida. In: enlacezapatista.ezln.org. Disponível em: https://enlacezapatista.ezln.org.mx/2021/01/01/primeira-parte-uma-declaracao-pela-vida/. Acesso em 15 de janeiro de 2021.

FERREIRA, José Maria Carvalho (2006). Élisée reclus: vida e obra de um apaixonado da natureza e da anarquia. Verve, ISSN 1676-9090, São Paulo, p.109-134.

KROPOTKIN, Piotr (2011), A conquista do pão. São Paulo, Achiamé.

LöWY, Michael (2014), O que é o ecossocialismo?. São Paulo, Cortez.

LUDD, Ned (2003). Urgência das Ruas - Black Block, Reclaim the Streets e os Dias de Ação Global. São Paulo: Conrad Editora.

MAKHNO, Nestor (2001), Nestor Makhno e a revolução social na Ucrânia. São Paulo: Imaginário.

MALDONADO, Sergio (2015). Ricardo Flores Magón and the Transnational Anarchists in Los Angeles, 1900-1922. Perspectives, número 2, Califórnia, p.49-70.

MILANI, Marco (2015). Uma leitura vertiginosa: os fanzines punks no Brasil e o discurso de união e conscientização (1981-1995). Dissertação (Mestrado em História). Universidade Estadual de São Paulo, Assis – SP.

RECLUS, Éliseé (2010). A anarquista e os animais. São Paulo, Ateneu Diego Giménez.

REGERÁCION (1911). “Terra Y Libertad”, archivomagon.net/.

SANTOS, Kauan Willian dos (2020). Anarquismo e Antiespecismo: Ação direta e Ecologia Social nos bastidores do resgate dos cães beagles em São Paulo em 2013. IN: MOTA, Ana; SANTOS, Kauan Willian dos (Orgs). Libertação Animal, Libertação Humana: Veganismo, Política e Conexões no Brasil. Minas Gerais: Editora Garcia, pp.29-48.

SILVA, Rafael Viana da (2018). A miséria do apoliticismo e as raízes de esquerda do anarquismo. ITHA – Instituto de Teoria e História Anarquista, p.1-13.

SOUKI, Léa Guimarães (2018). Barcelona: a persistência de uma cultura libertária. Projeto História, ISSN 2176-2767, volume 63, p.240-278.

VAN DER WALT, Lucien (2018). Fora das Sombras: a base de massas, a composição de classe e a infIuência popular do anarquismo e do sindicalismo. IN: FERREIRA, Andrey Cordeiro Ferreira (ed.). Pensamento e Práticas Insurgentes: Anarquismo e Autonomias nos Levantes e Resistências do Capitalismo no Século XXI; Niterói; Alternativa Editora, pp. 119-158.

WILLIAMS, Raymond (1989), Resources of hope: culture, democracy, socialism. Londres, Verso Books.

WOMACK, John (1968). Zapata and the Mexican Revolution. New York, Vintage Books.

Downloads

Publicado

2021-06-20

Edição

Seção

Artigos