UMA CASA DE SANTO ANARQUISTA: UMA PERSPECTIVA DECOLONIAL E LIBERTÁRIA NAS PRÁTICAS RELIGIOSAS AFRO-BRASILEIRAS.

Autores

Palavras-chave:

Casa de santo, decolonial, anarquismo, comunalismo, contra-hegemônia

Resumo

Este artigo busca fazer uma reflexão das casas de santo em uma leitura decolonial, libertária e anarquista. Entendendo que os cultos de matriz africana sobreviveram a violência colonial à margem de um Estado autoritário e racista. Desta forma, os indivíduos que estão inseridos nas suas sociabilidades fazem parte de um estado hegemônico brasileiro excludente, porém ainda apresentam diversos aspectos que remetem a formas comunais tradicionais africanas de governabilidade, que resistiram ao epistemicídio colonial. Análise que parte de um giro epistemológico decolonial em que a noção de comunalismo africano é ponto focal ao permitir uma perspectiva das comunidades africanas tradicionais por um viés anarquista. Formas de governo que buscam uma consciência social de grupo em um espírito de igualdade e de compartilhamento, que Mbha e Igariway vão perceber sendo formas anárquicas propostas na prática, antes mesmo do conceito ser produzido na Europa. E, por tanto, ainda estão presentes nos ritos e sociabilidades dentro da casa de santo

Biografia do Autor

Rafael Garcia Madalen Eiras, Mestre Humanidades Culturas e Arte ( PPGHCA) Professor Anos Iniciais - SME/ RJ

Rafael Garcia Madalen Eiras, Universidade do Grande Rio

Doutorando em cinema e audiovisual PPGCine/UFF, mestre em Humanidades, culturas e Artes (PPGHCA - UNIGRANRIO (2020). Graduado em História pela Universidade Cândido Mendes (2015) e Graduado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Estácio de Sá (2007). Especializado em Fotografia e Imagem pela Universidade Cândido Mendes (2009). E-mail: eiras.rafael@ gmail.com. Lattes iD: http://lattes.cnpq.br/9152399332013877. Rio de Janeiro, Brasil.

Referências

ADEOFE, Leke. (2004) Personal Identity in African Metaphysics. In: BROWN, Lee (ed.) African Philosophy. New and Traditional Perspectives. New York: Oxford UP.

AREDA, Feipe. (2008) Exu e a reescrita do mundo. Revista África e Africanidades - Ano I - n.1 – maio. 2008 - ISSN 1983-235

BRAGA JÚNIOR, Geraldo. (2020) Educação tradicional africana e lei 10.639/03: em busca de diálogos entre Benin e Brasil. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), [S.l.], v. 12, n. Ed. Especial, p. 109-125, abr. 2020. ISSN 2177-2770. Disponível em: . Acesso em: 20 maio 2020.

DE MORAES, Wallace. (2020) A necrofilía colonialista outrocida no Brasil. Revista EStudos Libertários (REAL), UFRJ, VOL. 2. N º3; ED. ESPECIAL Nº1.

FERRACINI, Rosemberg Lopes. (2020) Aprendendo com a comunidades-tereiro em Palmas-TO na luta antirracista. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), [S.l.], v. 12, n. Ed. Especi, p. 221-242, abr. 2020. ISSN 2177-2770. Disponível em: . Acesso em: 20 maio 2020.

HADDOCK-LOBO, Rafael (2020) Maria Navalha e a Filosofia Popular Brasileira - um “trabalho” de campo. Revista Calundu –Vol.4, N.2.

JESUS, Olorode Ògìyán Kálàfó Jayro Pereira de. ALVES, Míriam Cristiane. (20220) Apresentação In: ALVES, Miriam Crsitine; JESUS, Olorode Ògìyàn Kálàfó Jayro Pereira de ( Orgs.). A Matriz Africana: Epistemologias e Metodologias Negras, Descoloniais e Antirracistas. Porto Alegre: Rede Unida.

JUNIOR, Luiz Alberto Chaves. (2015) Identidades candomblecistas em foco: a história de vida como axé pedagógico. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

LOPES, Nei; SIMAS, Luiz Antonio.(2020) Filosofias africanas: uma introdução. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

MBAH, Sam; I. E., IGARIWAY. (2018) Anarquismo africano: a história de um Movimento. Tradução Pedro Gomes de Souza Barros; prefácio Alessandra C. Moraes — Rio de Janeiro: Rizoma.

NASCIMENTO, Abdias do. (2002) O Quilombismo. Brasilia. Fundação Palmares/OR Editor Produtor.

PORTILHO, Kaká. Prefácio. (2020) Prefácio. In: ALVES, Miriam Crsitine; JESUS, Olorode Ògìyàn Kálàfó Jayro Pereira de ( Orgs.). A Matriz Africana: Epistemologias e Metodologias Negras, Descoloniais e Antirracistas. Porto Alegre: Rede Unida.

RAMOS, Eurico. (2011) Revendo o Candomblé: Respostas às mais frequentes perguntas sobre religião. Rio de Janeiro: Mauad X.

SANTOS, Juana Elben dos; Mestra Didi. (1994) A religião nagô, geradora e reserva dos valores culturais no Brasil. Bahia Análise e Dados, o Negro. Salvador, v.3, n. 4, p. 47-55.

SANTOS, Juana Elbein dos. (2020) Os nagó e a morte: pàdé, àṣẹ̀ṣẹ̀ e o culto égún na Bahia. 11. ed. Petrópolis: Vozes.

SILVEIRA, Marialda Jovita. (2004) A educação pelo silêncio: o feitiço da linguagem no candomblé /Marialda Jovita Silveira. – Ilhéus, Ba: Editus, 2004.

SILVEIRA, Hendrix Silveira. (2020). Afroteologia do Oró. In: ALVES, Miriam Crsitine; JESUS, Olorode Ògìyàn Kálàfó Jayro Pereira de (Orgs.). A Matriz Africana: Epistemologias e Metodologias Negras, Descoloniais e Antirracistas. Porto Alegre: Rede Unida, 2020.

SOUZA, Monique Navarro; ALVES, Míriam Cristiane (2020). Discursividades amaorosas: agenciamentos éticos africanos e descoloniais. In: ALVES, Miriam Crsitine; JESUS, Olorode Ògìyàn Kálàfó Jayro Pereira de (Orgs.). A Matriz Africana: Epistemologias e Metodologias Negras, Descoloniais e Antirracistas. Porto Alegre: Rede Unida.

VERGER, Pierre Fatumbi.(1996) Orixás. Salvador: Corrupio.

VOGEL, Arno: MELLO, Marco. Antonio da Silva: BARROS, José Flávio Pessoa de. (1993) A Galinha D´angola, iniciação e identidade na cultura Afro-Brasileira. Rio de Janeiro: Pallas.

Downloads

Publicado

2022-02-09

Edição

Seção

Artigos