Para [não] brincar com o absurdo do mundo: a desventura do pessimismo em A náusea, de Jean-Paul Sartre

Autores

  • Renato Pardal Capistrano

Resumo

A observação de Albert Camus, feita em uma crítica publicada logo após o lançamento de A náusea, defende uma correlação necessária e delicada entre a arte narrativa e o pensamento teórico. Introduzida como mandamento de uma poética romanesca, a ausência de uma explícita apresentação dos conceitos (sob os quais se assumem as peripécias vividas pelas personagens literárias no mundo fictício criado pelo autor) prevê, como valor de criação para a forma literária, não a faculdade de julgar por dedução, mas ao contrário, aquela faculdade que, partindo da multiplicidade de formas flexiona-se sobre sua própria conformidade a fim de descobrir seu sentido.

Referências

BENJAMIN, Walter. A origem do drama barroco alemão. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Editora Brasiliense, 1984.

__________. O conceito de crítica de arte no romantismo alemão. Trad. Márcio Seligmann Silva. São Paulo: Editora Iluminuras, 2002.

BORNHEIM, Gerd. Sartre: Metafísica e existencialismo. São Paulo: Perspectiva, 2007.

CAMUS, Albert. A inteligência e o cadafalso. Trad. Manuel da Costa Pinto e Cristina Murachco. Rio de Janeiro: Editora Record, 1998.

LUKACS, Gyorg. “A propos de l'essence et de la forme de l'essai: une lettre à Leo Popper. In: L'âme et les formes. Trad. Guy Haarscher. Paris: Editions Gallimard, 1974.

SARTRE, Jean-Paul. A náusea. Trad. Rita Braga. São Paulo: Círculo do Livro, 1986.

__________. A imaginação. Trad. Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM, 2009.

__________. O que é a literatura?. Trad. Carlos Felipe Moisés. São Paulo: Editora Ática, 2004.

__________. O ser e o nada -- Ensaio de ontologia fenomenológica. Trad. Paulo Perdigão. Petrópolis: Editora Vozes, 2008.

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Publicado

2011-04-30

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Artigos