A retórica do fagmento em 2666, de Roberto Bolaño

Autores

  • Raphaella Lira

Resumo

Toda obra literária necessita, como afirma Umberto Eco, de um título. Querendo ou não, é nesse mesmo título que o escritor irá oferecer as primeiras possibilidades interpretativas de sua obra ao leitor. Sabendo disso, qual o questionamento que levanta 2666, de Roberto Bolaño? Um título que, à primeira vista, já alude ao imaginário apocalíptico cristão, antecede que tipo de narrativa? Quais são os enigmas que guardarão suas páginas? O escritor argentino Alan Pauls, em um artigo de opinião sobre a obra de Bolaño, afirma que 2666 é um título misterioso. “De que se trata? Uma chave numerológica? Um toque de milenarismo satânico?”, se questiona Pauls, ainda tentando ler no número escolhido para título algo que deixe entrever, não só, as páginas que por ele são compreendidas, mas também uma chave de interpretação que desvele essa escolha tão pouco usual.

Referências

ADORNO. Theodor W. Essays on Music. Berkeley: University of California Press,2002.

BARTHES, Roland. Arcimboldo ou retórico e mágico. In: O óbvio e o obtuso. Trad. Léa Novaes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.

BATAILLE, Georges. La littérature et le mal. Gallimard, 2000.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Trad.Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,2000.

BENJAMIN, Walter. Obras Escolhidas vol.1. trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1987.

BOLAÑO, Roberto. 2666. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Companhia das letras, 2010

CACERES, Alexis Candia. Todos los males el mal la “estética de la aniquilación en la narrativa de Roberto Bolaño.

COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria. Trad. de Cleonice Paes Barreto Mourão e Consuelo Fortes Santiago. Belo Horizonte: UFMG,2006.

EAGLETON, Terry. As Ilusões do pós-modernismo. Trad.Elisabeth Barbosa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

ESPINOSA, Patricia H. Secreto y simulacro en 2666.

ECO, Umberto. Pós-escrito a O nome da rosa. Trad. Letizia Zini Antunes e Álvaro Lorencini. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

HOBSBAWN, Eric. Era dos extremos. Trad. Marcos Santarrita. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

ISER, Wolfgang. Atos de fingir.In: O fictício e o imaginário: perspectivas de uma antropologia literária. Rio de Janeiro: Eduerj,1996

SAID, Edward W. Estilo tardio. Trad. Samuel Titan Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

Downloads

Publicado

2011-08-30

Edição

Seção

Artigos