Transversalidade e novos olhares em tradução; a interface tradução-jornalismo e a dinâmica da tradução como representação cultural

Autores

  • Meta Elisabeth Zipser Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC
  • Maria José Damiani Costa Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC
  • Silvana Ayub Polchlopek Universidade Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR
  • Hutan do Céu de Almeida Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC

Palavras-chave:

Tradução, Interdisciplinaridade, Jornalismo, Representação cultural

Resumo

A interdisciplinaridade tem como desafio não apenas complementar, mas, sobretudo, propor novos olhares e reflexões sobre determinados objetos de estudo, caso da interface tradução-jornalismo (ZIPSER, 2002), entroncamento de áreas como filosofia, sociologia, comunicação, antropologia e história. Ancorada no conceito de tradução como ato comunicativo (NORD, 1991) e no jornalismo como mapa cultural de sociedades (ESSER, 1998), trabalha-se um conceito textual ampliado para o fato noticioso. Neste processo, o jornalista é tradutor do fato; deslocamentos de enfoque geram diferentes leituras/traduções para o evento, em ambientes culturais distintos, e estratégias empregadas na produção textual revelam marcas que representam culturalmente o fato para o leitor-final, fundamentando pesquisas desenvolvidas no grupo TRAC (tradução e cultura) da UFSC. Articulado no funcionalismo alemão para os estudos tradutórios, o grupo explora situações como: a representação cultural em textos de livros didáticos, de países lusófonos, de língua alemã, no contexto canadense e norte-americano, além de textos publicitários, administrativos e literários.

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Publicado

02/17/2020