A maçonaria e os movimentos de insurreição do período colonial do Brasil: a questão da difusão social da escrita

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24206/lh.v7iespec.38000

Palavras-chave:

Brasil. História da Cultura Escrita. Difusão social da escrita. Movimentos de Insurreição. Maçonaria.

Resumo

Propõe-se, aqui, mais uma via para a compreensão do fenômeno da difusão social da escrita na história do Brasil colonial e pós-colonial: os movimentos de insurreição e a sua relação com a inserção da maçonaria no território brasileiro. Com base na mensuração dos índices de alfabetismo e na análise da circulação da escrita no contexto das sedições ocorridas em finais do período colonial – a saber, a Inconfidência Mineira (1789), a Revolta dos Letrados (1794) e a Conspiração dos Alfaiates (1798) –, foi possível identificar a intensa presença do universo maçônico neste contexto e sua efetiva contribuição para a inserção das camadas subalternas da população colonial no universo da cultura escrita.

Biografia do Autor

André Luiz Alves Moreno, Universidade do Estado da Bahia

É Doutor e Mestre em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia, desenvolvendo pesquisas sobre a difusão social da escrita em conjunturas sediciosas. É Licenciado e Bacharel em Letras Vernáculas pela mesma Universidade. Vincula-se ao Projeto Memória em Papel (CNPQ/UFBA), coordenado pelas Professoras Doutoras Alícia Duhá Lose e Lívia Borges Magalhães, atuando em investigações de cunho filológico, paleográfico e arquivístico no âmbito do Brasil. Dentre suas várias temáticas de investigação, interessa-se pela reconstituição histórica da difusão social da escrita no Brasil, principalmente em relação aos períodos colonial e imperial. Dedica-se, também, à reconstituição da história social da escrita na região da Chapada Diamantina, coordenando o Projeto "Escritas Diamantinas: Programa de Estudos em História, Sociedade e Cultura Escrita na região da Chapada Diamantina-BA", desenvolvido no âmbito da Universidade do Estado da Bahia, onde é atualmente Professor. Atua nas áreas de Filologia, História da Cultura Escrita e Linguística Histórica.

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Publicado

2021-09-20