Fernando Pessoa, leituras do inacabamento

Autores

  • Karen Cristina Teixeira Pellegrini
  • Annita Costa Malufe

DOI:

https://doi.org/10.35520/metamorfoses.2021.v1n18a51004

Resumo

O intuito do presente artigo é pensar de que forma as publicações feitas a partir do espólio de Fernando Pessoa acabam por apagar as marcas do texto pessoano, que pela escolha de seus editores se torna um texto mais coeso do que aquele deixado pelo autor. Discute-se o fato de que o inacabamento, que faz parte da construção do texto pessoano, foi deixado de lado naquelas edições que não são edições críticas, e que essa busca por uma homogeneidade acaba prejudicando a condição de multiplicidade implicada na obra do autor. A partir da leitura do editor de Pessoa, Jerónimo Pizarro, e de autores como Zumthor, Deleuze e Nietzsche, busca-se estabelecer a importância de uma leitura de Pessoa atenta à performance do texto pessoano, que considere a heterogeneidade de seu espolio, em que cada seleção de um editor seja uma possibilidade de multiplicar sua obra e não reduzi-la. Assim, será preciso olhos de filólogo nietzschiano para se ter a prudência necessária para adentar na arca do poeta.

Biografia do Autor

Karen Cristina Teixeira Pellegrini

Doutoranda do Programa de Estudos Pós-Graduados Literatura e Crítica Literária da PUC-SP, (bolsista CAPES), mestre pela mesma instituição (2015), Atualmente é participante do grupo de pesquisa Estudos de poética interconexões diacrônico-sincrônicas na poesia brasileira e portuguesa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Annita Costa Malufe

Docente do Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária da PUC-SP. Bolsista Produtividade (PQ2) do CNPq com projeto sobre Samuel Beckett e filosofia contemporânea. Doutora em Teoria e História Literária pelo IEL/ Unicamp, publicada em livro: "Poéticas da imanência: Ana Cristina Cesar e Marcos Siscar" (Ed.7Letras/FAPESP, 2011). Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP com o trabalho também publicado: "Territórios dispersos: a poética de Ana Cristina Cesar" (Ed.Annablume/FAPESP, 2006). Realizou Pós-Doutorado sobre Samuel Beckett na USP (CNPq) no Depto. de Teoria Literária, sob supervisão de Fábio de Souza Andrade (2013) e, com auxílio FAPESP, realizou pós-doutorado na PUC-SP sobre poéticas contemporâneas e a escrita do filósofo Gilles Deleuze, sob supervisão de Peter Pál Pelbart (2009-2012). É autora de 7 livros de poemas.

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Publicado

2022-03-31