A burguesia interna brasileira e a integração regional da América do Sul (1991-2016)

Autores

  • Tatiana Berriger Universidade Federal do ABC

Palavras-chave:

Burguesia interna brasileira, Mercosul, Integração regional

Resumo

Neste artigo pretendemos trazer algumas reflexões sobre a relação da burguesia interna brasileira e o Mercosul. Propomo-nos a responder a seguinte indagação: qual é a relação entre a posição política ideológica dessa fração e o baixo compromisso político do bloco? Dividimos a história do Mercosul em cinco fases: 1991 e 1994 - período da criação; 1995 a 1998 - período da consolidação do bloco; 1999 a 2002 momento de crise; 2003 a 2008 o relançamento do bloco e o arquivamento da ALCA; a última fase que tem início em 2008 e vai até 2016, momento do impeachmeant da presidenta Dilma. A nossa hipótese é que desde 2008, e mais especialmente de 2012 em diante, abriu-se uma nova fase em que a burguesia brasileira passou a questionar os contornos políticos do bloco. Isso se deve primeiramente à própria posição econômica, política e ideológica dessa fração de classe, e conjunturalmente a quatro elementos: 1) as pressões do capital financeiro e do imperialismo sobre os governos latino-americanos;; 2) o novo papel que a China desempenha na economia regional; 3) a fraqueza política ideológica da grande burguesia interna brasileira; 4) a equivocada análise de que o Brasil estaria isolado face aos mega acordos comerciais inter-regionais que estavam sendo negociados.

Biografia do Autor

Tatiana Berriger, Universidade Federal do ABC

Professora de Relações Internacionais da UFABC

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Publicado

2017-11-28

Edição

Seção

Artigos e Ensaios