ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL NO CONTEXTO DA ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL DO IFRJ ‒ CAMPUS REALENGO: BUROCRATIZAR OU HUMANIZAR OS PROCESSOS DE TRABALHO?

Autores

  • Lívia Di Renna Vianna Brum Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ)
  • Sandra Cristina Alves de Melo Machado Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ)
  • Sara Carolina de Castilho Dâmaso dos Santos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ)
  • Flávia de Carvalho Rodrigues Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ)

Palavras-chave:

IFRJ ‒ Campus Realengo, Vulnerabilidade, Permanência, Direitos, Assistência Estudantil.

Resumo

Este artigo busca apresentar as vivências de trabalho do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) ‒ Campus Realengo no programa de assistência estudantil, visando problematizar os principais conceitos dentro da área e o esforço empreendido pela equipe para a construção de diretrizes menos burocráticas na condução da seleção e acompanhamento de estudantes. O trabalho aponta que os processos de trabalho necessitam de contínua revisão e aperfeiçoamento, uma vez que são ressignificados a cada edital mediante as distintas compreensões e experiências vividas pelos estudantes em relação ao pertencimento a classes sociais marginalizadas e vulnerabilizadas. Demonstra-se ainda o trabalho coletivo da equipe na construção de uma proposta que fortaleça a assistência estudantil como direito do estudante, minimizando assim o sentimento de vergonha e constrangimento ao requerer a participação no programa.

Biografia do Autor

Lívia Di Renna Vianna Brum, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ)

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com os títulos de psicólogo, bacharel e licenciado, especialização em Clínica Psicanalítica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialização em Psicoterapia Infanto-Juvenil pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e mestrado em Saúde Coletiva pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Atualmente trabalha como psicóloga na Coordenação Técnico Pedagógica (CoTP) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ).

Sandra Cristina Alves de Melo Machado, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ)

Possui graduação em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestrado em Serviço Social pela UFRJ e é doutoranda em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Atualmente trabalha como assistente social na Coordenação Técnico Pedagógica (CoTP) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ). 

Sara Carolina de Castilho Dâmaso dos Santos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ)

Possui graduação em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), especialização em Ensino de História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e é mestranda em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente trabalha como técnica em assuntos educacionais na Coordenação Técnico Pedagógica (CoTP) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ). 

Flávia de Carvalho Rodrigues, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ)

Possui graduação em Nutrição pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade Plínio Leite (UNIPLI). Atualmente trabalha como nutricionista na Coordenação Técnico Pedagógica (CoTP) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ).

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Publicado

2017-05-26

Edição

Seção

Artigo