O CINEMA COMO LUGAR DA LITERATURA: A QUESTÃO DAS REFRAÇÕES DE PERSUASÃO DE JANE AUSTEN

Autores

  • Debora Cristina de Almeida Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.61358/policromias.v2i2.13554

Palavras-chave:

adaptação, cinema, refrações, Lefevere, Hutcheon

Resumo

O presente trabalho propõe uma leitura comparativa do processo de adaptação do romance Persuasão (1818), da romancista inglesa Jane Austen (1775-1817), para suas duas versões cinematográficas produzidas pela BBC (1995 e 2007), abordando as implicações do diálogo intersemiótico entre a narrativa verbal do romance e a narrativa cinematográfica, bem como as motivações, seleções e ressignificações peculiares de cada versão. O objetivo é promover a discussão sobre a questão das refrações, características do sistema de mecenato, considerando como suporte teórico-metodológico os apontamentos de Lefevere (2007) a respeito dos elementos constituintes desse sistema: os componentes ideológico, econômico e de status. Articulando-se a teoria das refrações de Lefevere (ibid) com os preceitos de Stam (2008) e Hutcheon (2013) a respeito da natureza criativo-interpretativa do processo de apropriação e transposição intertextual que é a adaptação, analisar-se-ão as operações de seleção, ampliação e concretização pelas quais passa o texto-fonte, no que concerne a modificações, descartes, transcodificações e suplementações feitas pelos adaptadores quando da passagem do texto literário para o filme, bem como os efeitos de sentido imbricados em cada um dos processos adaptativos.

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Publicado

2017-12-31

Edição

Seção

Artigos