A PRODUÇÃO DA RESISTÊNCIA PELA MEMÓRIA:O FURO NO IMAGINÁRIO.

Autores

Palavras-chave:

Memória Discursiva. Imaginário. Resistência.

Resumo

Pretende-se compreender como na produção simbólica de fotografias do Projeto Seca, Xote e Baião, desenvolvido com alunos do ensino médio, na Paraíba, se entrecruza como furo, pela direção da memória a questão da imagem na relação com o Imaginário, termo discutido por Vanier (2005) como um dos registros da experiência psíquica. Direcionamos nossa análise para o exame da memória como lugar de identificação, de evidencias estabilizadas que podem (devem) ser resignificadas, deslocadas, por meio das modificações simbólicas, despontando como campo de resistência não voluntarista dada à constituição do sujeito pelo par ideologia e inconsciente. Pela condição das novas formulações possíveis a regularização dos discursos estabilizados pode ser alterada, modificada, de acordo com Pêcheux (2015) pode ruir sob o peso do acontecimento discursivo novo que vem perturbar a memória. Destarte é sob essa condição que a movimentação dos sentidos nas fotografias em estudo se processa materializando a ideologia, na relação do dito e do não dito.

Biografia do Autor

Teodulino Mangueira Rosendo, Universidade do Sul de Santa Catarina

Graduado em Letras- UFCG (2003)

Mestre em Métodos e Gestão da Avaliação - UFSC (2015)

Doutorando em ciências da Linguagem - UNISUL-SC (2017)

Membro Grupo de Pesquisa em Linguagem e Psicanálise -UNISUL- (2017)

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Publicado

2019-06-30

Edição

Seção

Artigos