O documento telejornalístico universitário: a representação temática da informação aplicada ao contexto audiovisual

The university television news document: the thematic representation of information applied to the audiovisual context

José Jullian Souza

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4007-8545

Mestre em Biblioteconomia- Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia da Universidade Federal do Cariri (PPGB/UFCA)

e-mail: jullianjose64@gmail.com

Paulo Eduardo Cajazeira

ORCID: http://orcid.org/0000-0001-8060-9358

Pós-doutorado em Ciências da Comunicação- Universidade da Beira Interior, Portugal. Doutor em Comunicação e Semiótica – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

e-mail: paulo.cajazeira@ufca.edu.br

RESUMO: O estudo tem como proposta apresentar um modelo de representação temática da informação aplicado, especificamente, ao documento telejornalístico universitário. A partir das suas características multimidiáticas (textual, iconográfica e sonora) observa-se a necessidade de desenvolver uma aplicação que abarque a dinâmica própria deste modelo documental, ainda pouco pesquisado no âmbito científico. Esta proposta parte da interdisciplinaridade de estudos na área da Biblioteconomia, Ciência da Informação e Ciência da Comunicação, visualizando a necessidade de alargamento de pesquisas. A metodologia parte de uma abordagem qualitativa, pesquisa documental e descritiva, apresentando uma proposta de aplicação de representação temática. Dessa forma, é possível fazer alguns apontamentos como, por exemplo, a necessidade de uma melhor representação da informação, que identifique as características do documento telejornalístico universitário, propiciando acesso, uso, recuperação e apropriação da informação em seu caráter audiovisual.

PALAVRAS-CHAVE: Representação temática da informação. Documento telejornalístico. Indexação audiovisual.

ABSTRACT: The study aims to present a model of thematic representation of information applied, specifically, to the university television news document. Based on its multimedia characteristics (textual, iconographic and sound), it is observed the need to develop an application that includes the dynamics of this documentary model, which is still little sought in the scientific field. This proposal is based on the interdisciplinarity of studies in the area of Library Science, Information Science and Communication Science, visualizing the need for broadening research. The methodology starts from a qualitative approach, documentary and descriptive research, presenting a proposal for the application of thematic representation. Thus, it is possible to make some notes, such as the need for a better representation of information, which identifies the characteristics of the university television news document, providing access, use, retrieval and appropriation of the information in its audiovisual nature.

Keywords: Thematic representation of information. Television news document. Audiovisual indexing.

1 Introdução

As universidades, assim como outras instituições, são grandes produtoras de documentos e informações. Neste cenário, observa-se a realidade dos cursos de jornalismo e da sua produção de documentos audiovisuais que ocorrem tanto nas disciplinas de telejornalismo, como na produção do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Voltando-se para a compreensão do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Cariri (UFCA), este estudo objetiva investigar e propor um modelo de tratamento documental para o documento telejornalístico, uma vez que esses documentos são poucos explorados e a sua memória tem permanecido esquecida.

Assim, ao visualizar poucas pesquisas no âmbito do objeto de estudo em questão, esta pesquisa propicia o desenvolvimento de uma reflexão sobre as práticas de representação e tratamento, especificamente, para o documento telejornalístico. Com isso, propõe-se um modelo de aplicação que possa abarcar a sua dimensão multimidiática: textual, iconográfica e sonora.

Desta forma, este artigo pretende apresentar esta proposta a partir da interdisciplinaridade de estudos entre os campos do conhecimento da Biblioteconomia, Ciência da Informação (BCI) e Ciência da Comunicação, com enfoque no Jornalismo – vislumbrando um entrelaçamento fundamental para a compreensão do objeto de estudo. Visto que, como explicitam Tártaglia e Brutuce (2015, p. 331) “[...] os registros audiovisuais só ultimamente passaram a ser compreendidos como documentos e reconhecidos como patrimônio a ser preservado e divulgado”. Este pensamento também se apresenta nas ideias de Tauil e Simionato (2016) ao explicarem que na área da BCI, o acervo e o documento audiovisual não são contemplados por falta de uma delimitação concisa.

A reflexão desses autores desencadeou a observação sobre os documentos telejornalísticos universitários, enquanto objeto de estudo. Sobretudo, pela interdisciplinaridade dos campos, falta de pesquisas sobre a temática e o desejo em manter viva a memória destes documentos. Além disso, tem-se a necessidade de buscar um modelo de representação temática da informação que propicie aos profissionais do curso de Jornalismo, dentro dos Centros de Documentação (Cedoc), realizarem esse tratamento e poderem colaborar com a preservação da informação e dos documentos audiovisuais. Uma vez que nestes ambientes não se encontra mão de obra qualificada e com instruções para tal finalidade, o que acarreta o esquecimento dessas memórias audiovisuais.

Neste sentido, parte-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, perpassando pelo levantamento bibliográfico sobre o tema, uso da pesquisa documental e descritiva. Na pesquisa documental foi realizada um levantamento de TCCs produtos audiovisuais, constando 22 produções entre 2013 e 2019, tendo como recorte para este artigo a utilização de um destes produtos: o documentário televisivo “A imagem vale mais”, de 2017, que possibilitou a realização da aplicação da proposta de representação temática para o documento telejornalístico universitário.

De acordo com Sá-Silva, Almeida e Guindani (2009) este tipo de pesquisa propõe ao pesquisador a sistematização e interpretação das informações. E, em conjunto faz-se uso da pesquisa descritiva que conforme explicita Richardson (2011) tem como seu objetivo a descrição sistemática de determinado fenômeno ou área do saber, a qual se deseja investigar, de modo objetivo e detalhado. Por fim, apresentação a aplicação da proposta de representação temática para o documento telejornalístico universitário.

2 Informação, documento e o cenário jornalístico

A informação pode assumir diferentes formas de representação como, por exemplo, a partir do seu caráter textual identificada em um livro; a informação iconográfica, visualizada em uma pintura ou fotografia e a informação sonora, que pode ser ouvida através de um programa de rádio ou no cenário contemporâneo dos podcasts. É também possível identificar a informação oriunda na imbricação dessas características apresentadas, desenvolvendo o que os autores compreendem por Informação Audiovisual (IA). De forma objetiva, a IA é a integração de características multimidiáticas formadas pela imbricação do texto, imagem e som, como pode ser visualizada nos documentos telejornalísticos.

A concepção desse formato de informação perpassa pelo que Le Coadic (1994, p. 5) explicita sobre o seu conceito: “[...] a informação é um conhecimento inscrito (gravado) sob a forma escrita (impressa ou numérica), oral ou audiovisual e em um suporte”. Ancorando-se nesta conceituação de informação materializada, entende-se que a IA é contida nos documentos telejornalísticos, enquanto um novo modelo documental de apresentação da informação.

Para Santos et al. (2018), este tipo de informação é construído a partir de múltiplos sentidos (imagem + som + texto) e é oriunda da formação desse tipo informacional possuindo características próprias e passando por processos de alteração e transformação com o decorrer do tempo. Ela também perpassa por um processo de convergência, que pode ser considerado como natural do próprio homem, a partir da visualização do surgimento de novas linguagens e experimentações. Sendo assim, é preciso destacar os elementos presentes da informação audiovisual, que proporcionam e condicionam a sua formação. Uma vez que a sua característica é formada por diferentes formatos, gerando o documento audiovisual.

Desta forma, observa-se a existência do Documento Audiovisual (DA). A utilização do termo audiovisual, em detrimento do termo “imagem em movimento”, dá-se no uso de que o audiovisual necessita do elemento sonoro, o que difere do termo “imagem em movimento”. Essa nomenclatura é reforçada por autores como Santini e Calvi (2013, p. 166-167, grifo nosso) ao enfatizarem que “[...] o uso geral do termo ‘áudio/visual’ tende a suprimir o componente áudio e a ressaltar o componente visual, levando em conta que o componente sonoro não se restringe como suporte da imagem-movimento (vídeo).

A compreensão da IA possibilita a visualização do DA, que se caracteriza como um documento que é formado por gravações de “[...] sons e/ou imagens em movimento dispostos em um suporte (fita cassete, fita Beta, CD, DVD etc.)” (BUARQUE, 2008, p.1). Além disso, o DA possui características específicas como: a) registro, transmissão, percepção e compreensão da necessidade de um dispositivo tecnológico (para a visualização do seu conteúdo); b) conteúdo visual e/ou sonoro que tem duração linear e c) cujo propósito é a comunicação daquele conteúdo, mais do que a utilização da tecnologia para outros propósitos (EDMONDSON, 1998).

O que direciona o olhar da pesquisa para a reflexão sobre o termo “documento especial” ao longo do tempo. De acordo com Bellotto (1991, p. 14) a “[...] forma/função pela qual o documento é criado é que determina seu uso e seu destino de armazenamento futuro. É a razão de sua origem [...], e não o suporte sobre o qual está constituído, que vai determinar sua condição de documento de arquivo”. Para Pearce-Moses (2005) o documento especial é aquele que está armazenado separado de outros documentos, pois suas características exigem tratamentos específicos ou seu formato é de grandes dimensões.

Nesta perspectiva, é possível identificar que a IA e o DA passam a ser vistos sob novos olhares na BCI. Essa mudança de perspectiva é fundamental, pois a sociedade contemporânea está cercada pelos mais diversos tipos de documentos e dentre eles destacam-se os audiovisuais — produzidos a cada instante e em alta velocidade, corroborando com o entendimento desta pesquisa que busca visualizar a importância destes documentos para sociedade contemporânea. Assim, faz-se o recorte para o documento telejornalístico universitário, denominação que será utilizada neste artigo, com ênfase nos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC).

Diante do exposto, compreende-se como um dos campos produtores de DA e IA as práticas jornalísticas, em particular o telejornalismo. A construção de reportagens televisivas ao longo da existência da TV tem demonstrado a relevância e a necessidade de vislumbrar tais documentos para a reconstrução da memória social e preservação da história do Brasil. E, para além dos documentos produzidos em emissoras de TV — e que já possuem critérios de preservação —, é preciso destacar os documentos telejornalísticos universitários.

3 O Documento audiovisual jornalístico universitário

A visualização do documento telejornalístico universitário é identificada, principalmente, na produção vinculada à matriz curricular das disciplinas de telejornalismo nos cursos de Jornalismo. Além disso, alguns cursos também possibilitam que o estudante realize o seu TCC em formato de produto jornalístico como um documento televisivo ou grande reportagem televisiva. Neste sentido, e alinhado com este estudo, tem-se o Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Cariri e o uso dos seus documentos telejornalísticos universitários.

De acordo com o Projeto Pedagógico do Curso de Jornalismo (PPC) da Universidade Federal do Cariri (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI, 2016, p. 129)

O Produto Jornalístico permite que o (a) aluno (a) desenvolva, de forma experimental, a criação de um produto jornalístico que possa contribuir para o amadurecimento profissional. A disciplina está relacionada ao campo da experimentação, mas exige rigor necessário à realização dos trabalhos, partindo do pressuposto de que o (a) aluno (a) esteja apto (a) a ingressar formalmente no mercado de trabalho. É premissa fundamental para o desenvolvimento do projeto que o trabalho a ser desenvolvido tenha ou viabilidade comercial (mercadológica) ou relevância cultural.

Dentro das possibilidades que abarba o TCC produto audiovisual, atenta-se para a produção de um documentário televisivo ou uma grande reportagem televisiva enquanto modalidades de documentos telejornalísticos:

Produto Jornalístico

Descrição

Documentário televisivo

Com o objetivo de desenvolver um documentário televisivo, o (a)aluno (a) deverá desenvolver um projeto em que conste a captação e edição final do documentário. O documentário deverá ter um mínimo de quinze minutos. Pode ser feito por até três pessoas, sendo a avaliação individual.

Grande reportagem televisiva

Consiste numa série de cinco videorreportagens temáticas, que abordem o mesmo assunto. Ou seja, o aluno, até o número de quatro, realizará cinco videorreportagens que constituirão uma série jornalística televisiva com tempo total de 15 minutos. Não há regulação individual de tempo das videorreportagens.

Com base no quadro 1 e nos produtos audiovisuais explicitados, identifica-se a necessidade de explanar os estudos acerca do documento audiovisual elaborados na universidade. Uma vez que, de acordo com López-Yepes et al. (2017, p. 401)

[...] as universidades e seus diversos serviços têm um patrimônio audiovisual apreciável sobre sua criação, evolução histórica e realizações, que não são acessíveis ou são pouco referenciadas. Apesar disso, é um tema pouco levantado e discutido nos campos e fóruns profissionais da área de Biblioteconomia e Documentação: a bibliografia existente é muito escassa existente.

Conforme o autor, são poucas as discussões e os espaços dedicados e/ou elaborados para a construção de um pensamento coletivo, sobre o documento audiovisual que é produzido na universidade. Sendo necessária uma movimentação, para que se possa construir uma literatura sobre a área, observar a realidade em diferentes países e, principalmente, fundamentar uma base mais sólida de tratamento para esse modelo documental.

A produção audiovisual dos arquivos-bibliotecas-centros/serviços de documentação universitários deve ser complementada com o gerado (produção estrangeira) por outras bibliotecas, serviços e plataformas audiovisuais universitárias, e mesmo com sua presença na mídia e instituições estreitamente relacionadas, cujos fundos audiovisuais podem enriquecer o trabalho que está sendo realizado desenvolve no ambiente universitário. Por outro lado, é necessária a participação dos professores, estudantes e pesquisadores em produção audiovisual nesses ambientes universitários (LÓPEZ-YEPES et al.,2017, p. 401).

Neste sentido é que o fortalecimento e a necessidade de realização deste estudo se concentra, visando a preservação a partir da representação destes documentos no século XXI. E, sob o uso das potencialidades dos ambientes digitais de informação para o seu arquivamento, recuperação e disponibilização.


4 A Representação temática da informação audiovisual

O processo de representação pode ser considerado como algo intrínseco ao homem, que está sempre se valendo desse ato para se referir e identificar um objeto. É algo que ocorre de forma natural sem que haja a necessidade de uma racionalização. Porém, essa racionalização é presente na BCI buscando organizar e representar as informações contidas em um primeiro momento nos suportes documentais em caráter escritos (textuais).

Na compreensão da organização e representação da informação Brascher e Café (2008, p. 5) explicam a relação existente entre elas:

A organização da informação é, portanto, um processo que envolve a descrição física e de conteúdo dos objetos informacionais. O produto desse processo descritivo é a representação da informação, entendida como um conjunto de elementos descritivos que representam os atributos de um objeto informacional específico.

Com isso, o produto da organização é o foco da pesquisa: a representação. Uma vez que a ideia de representar parte do princípio de tornar mais fácil a identificação e compreensão do conteúdo de um documento. Mediante tal concepção, a representação da informação torna-se uma atividade viva e sob a produção de novos cenários intelectuais, reproduzindo o conteúdo dos documentos, a fim de disponibilizar sua recuperação e assimilação por parte dos usuários (MAIMONE; SILVEIRA; TÁLAMO, 2011).

É neste sentido que se pode falar sobre a representação temática da informação e do Tratamento Temático da Informação (TTI), que é denominado por Guinchat e Menou (1994) de “[...] tratamento intelectual”, no qual o TTI demanda do bibliotecário um grande esforço mental, para compreender a abrangência do documento. Segundo os autores, esse processo consiste na descrição bibliográfica, descrição de conteúdo, armazenamento, pesquisa e difusão, em que todas estas operações visam as necessidades do usuário.

No TTI, são observados dois pontos fundamentais que compreendem o documento: de um lado, o seu conteúdo e, de outro, a sua estrutura (MIRANDA; SIMEÃO, 2002). Essa combinação de fatores para o tratamento temático deve ser visualizada buscando à sua completude, tendo tanto as operações que abrangem a descrição física (suporte) como o seu conteúdo temático (informação). Assim, visualiza-se um ciclo documental no processo de TTI ocupando um papel estrategicamente intermediário entre os ambientes de informações e os usuários.

Deste modo “[...] tem por objeto os aspectos vinculados à análise, descrição e representação do conteúdo dos documentos, bem como suas inevitáveis interfaces com as teorias e sistemas de armazenamento e recuperação da informação” (BARITÉ, 1999, p. 124). Ou seja, as duas formas de abordagem e análise da informação podem caminhar em conjunto contribuindo para uma melhor forma de representação da informação. É neste contexto que Kobashi (1994) observa as etapas e o processos de representação, a partir do seguinte modelo estrutural (figura 1):

Ao visualizar os procedimentos da representação temática (lado direito da imagem), a autora explicita todas as etapas: documento, análise documentária, resumo e indexação e nesta última a linguagem documentária utilizada. Detendo-se sobre o processo de indexação cujo interesse do artigo é vislumbrado para propor um modelo de representação específico para o documento telejornalístico universitário, a indexação é vista como um processo de análise documentária realizado sobre os documentos com a finalidade de determinar-lhes um conjunto de palavras-chave ou assuntos, facilitando a sua armazenagem em bases de dados e recuperação atendendo as necessidades de informação (FUJITA; LEIVA, 2012).

Ao tratar especificamente sobre a utilização da indexação de assunto, no contexto da pesquisa, destacam-se duas etapas que são essenciais: análise conceitual e tradução. Elas são etapas intelectuais e ambas são distintas, mas podendo ocorrer de forma simultânea (LANCASTER, 2004). A análise conceitual implica a identificação do assunto do documento, a partir do uso de termos atribuídos. Ela está relacionada com a leitura técnica, que considera diferentes partes do documento para garantir que as devidas informações estarão presentes: título e subtítulo; resumo; sumário; introdução; ilustrações, diagramas, tabelas e seus títulos explicativos; referências; palavras ou grupo de palavras em destaque (sublinhadas, impressas em tipos diferentes) e conclusão (CUNHA; MAZINI, 1989).

Na tradução, o objetivo é determinar os termos que serão atribuídos ao documento, pois a partir dos conceitos analisados e traduzidos para a linguagem de indexação do sistema os termos são inseridos dentro de uma base de dados, com base em uma estratégia de recuperação. Deste modo, a tradução é tão importante quando a análise conceitual, visto que o uso de termos incorretos ou imprecisos poderá acarretar a falha da busca. O indexador deve atentar-se ao que de fato é significativo para representar o conteúdo do documento. Ou seja, a escolha dos termos e das palavras-chave deve ser realizada direcionada para o usuário do ambiente informacional.

Diante do exposto, tem-se o seguinte processo de indexação utilizado atualmente para o tratamento dos documentos de um modo geral (quadro 2):

Etapas

Descrição

Análise conceitual

Título e subtítulo; Resumo; Sumário; Introdução; Ilustrações, Diagramas, tabelas e seus títulos explicativos; Referências; Palavras ou grupo de palavras em destaque (sublinhadas, impressas em tipos diferentes); Conclusão.

Identificação dos conceitos

Qual o assunto de que trata o documento? Como se define o assunto em termos de teorias, hipóteses? O assunto contém uma ação, uma operação, um processo? O documento se refere a métodos, técnicas e instrumentos especiais? Esses aspectos foram considerados no contexto de um local ou ambiente especial?

Tradução

Existência do descritor no Catálogo de Autoridades; Uso de instrumentos de controle de vocabulário; Negociação entre bibliotecários.

As etapas dispostas no quadro acima descrevem como ocorre o processo de TTI clássico contida nos documentos, porém o que se observa é que essa mesma proposta não considera as características próprias e particulares de cada documento. E, é neste caso que se visualiza o problema da representação diante dos documentos audiovisuais, de modo geral, e ainda mais no caso do documento telejornalístico produzido na universidade, como os TCCs.

O que propõe a reflexão sobre a sua representação, armazenamento em sistemas de bancos de dados, e posteriormente o acesso, uso e apropriação da informação. Visto que, como explica Smit (1987) quando se trata da representação e busca por uma imagem, seja ela fotográfica ou audiovisual, entende-se que é algo muito específico em comparação com uma informação que está contida em um material escrito, como um livro.

Deste modo, “[...] quem trabalha com imagens trabalha com mais detalhes, mais informações e, principalmente, com informações menos evidentes [...]” (SMIT, 1987, p. 101). Com isso, tratando-se do processo de tratamento e recuperação da informação, a autora destaca a transcodificação. Mas, como realizar essa transcodificação? Essa é a questão principal acerca do documento audiovisual.

A partir da visualização deste problema é que surge a intenção em desenvolver uma proposta aplicável a esta realidade, que é oriunda do modelo utilizado pela Documentação espanhola para o tratamento de documentos telejornalísticos das emissoras de televisão. Deste modo, os estudos de Fournial (1986), Caldera-Serrano e Moral (2002) apresentam uma importante discussão sobre as fases da análise documental para o documento audiovisual. Essas fases estão divididas em: visualização, resumo e indexação.

Conforme explicam os autores, a etapa de visualização ocorre “[...] antes de entrar na análise de qualquer peça audiovisual, o documento deve ser visto em sua totalidade. Não é necessário apenas assistir à imagem, mas será igualmente necessário assistir à trilha sonora” (CALDERA-SERRANO, MORAL, 2002). Ela implica o conhecimento de características específicas da linguagem e favorece a realização de um processamento adequado na seleção das informações. Ou seja, não deve se ater apenas a um aspecto do documento, mas a toda a sua estrutura — no caso do documento telejornalístico, por exemplo, o texto, imagem e som.

Na etapa de produção do resumo, deve-se buscar a precisão das informações contidas no documento, que serão condensadas para que o usuário tenha uma breve ideia do assunto. O resumo é uma sequência do item anterior, que possibilita ter uma ideia geral do documento. Nesta etapa descreve-se apenas as informações fundamentais que estão do conteúdo, pois assim será possível realizar uma melhor representação da informação, bem como no momento da recuperação.

Por fim, tem-se a indexação que visa “[...] compatibilizar a linguagem utilizada por uma comunidade de usuários e entre várias instituições” (MAIMONE; KOBASHI; MOTA, 2016, p. 77). Essa compatibilização ocorre por meio de uma linguagem controlada, desenvolvida de acordo com cada ambiente de informação e visando o usuário (CALDERA- SERRANO; MORAL, 2002).

Na indexação usa-se um vocabulário específico a partir do uso de termos (palavras-chave), que buscam descrever temas e/ou assuntos abordados no documento. Assim, de acordo com Fujita (2003, p. 60) “[...] a indexação compreende a análise de assunto como uma das etapas mais importantes do trabalho do indexador [que] tem como objetivo identificar e selecionar os conceitos que representam a essência de um documento”. É a partir dos assuntos do documento que o indexador tomará as decisões acerca dos termos que serão utilizados para representar aquele documento.

Entende-se que os modelos utilizados no Brasil e na Espanha mantêm aproximações e corroboram para a proposição de um modelo voltado, especificamente, para o documento telejornalístico universitário. Cada uma dessas etapas possibilita uma apropriação e contato mais profundo com a informação audiovisual, por parte do profissional da informação, que realizará tais procedimentos de análise do documento. Dessa forma, no quadro abaixo, destaca-se o objetivo de cada uma das etapas elaboradas:

Etapas

Descrição

1ª Visualização

Uma visualização mais geral documento, para se situar no contexto do conteúdo.

Decupagem

Descrever detalhadamente todo o conteúdo contido no documento (texto, imagem e som).

2ª Visualização

Aqui, tem-se uma visualização mais apurada, esmiuçada do conteúdo, principalmente dos itens em linguagem não-verbal. Uma vez que todo o conteúdo foi decupado, essa segunda visualização possibilita ver detalhes mais técnicos. Essa etapa serve para tirar dúvidas sobre a coleta de informações do documento.

Resumo

Deve contemplar de forma sucinta as informações principais do documento (contextualização).

Indexação

Definir os termos descritores, que serão inseridos no sistema para a sua posterior recuperação (de preferência faz-se uso da linguagem natural).

A construção dessas etapas de forma mais expandida do que o modelo espanhol e o brasileiro é decorrente da necessidade de um maior detalhamento das informações do documento, que é elaborado na universidade a exemplo dos TCCs produtos audiovisuais como o documentário televisivo e a grande reportagem televisiva. Com isso, essas cinco etapas perpassam a possibilidade do aprofundamento do contato entre o profissional da informação e os documentos.

O que se considera como elemento novo nesta proposta é a introdução da decupagem. Palavra oriunda do francês découpage (do verbo découper), que significa recortar, cortar. Aplicado na linguagem audiovisual, a decupagem diz respeito ao processo de dividir as cenas de um roteiro em planos, como parte do planejamento da filmagem.

A decupagem é muito utilizada no cinema e na televisão, principalmente no telejornalismo, possibilitando que o editor possa ter um panorama geral de todo o conteúdo. Ao descrever todo o conteúdo contido no documento é possível estabelecer os cortes e recortes, visualizar, de modo geral, todo o contexto e particularidades do documento. Assim, se configura como uma técnica que pode ser aplicada ao documento telejornalístico.

O objetivo da decupagem é traduzir tudo o que pertence ao documento, para isso é preciso estar atento à tríade de características (texto, imagem e áudio), descrevendo os planos, os lugares, as personagens, os ângulos entre outras informações. Por exemplo, se no conteúdo de um documentário televisivo há um diálogo entre dois personagens, o profissional precisará decupar a cena, visto que podem ter informações que possibilitam no momento de definir termos para recuperar, que não estão expressos no título ou resumo.

A necessidade de desenvolvimento deste modelo perpassa o Cedoc dos cursos de Jornalismo, os quais não possuem profissionais especializados para a realização do procedimento de representação como bibliotecários ou arquivistas. Sendo assim, tal proposição surge mediante a observação deste cenário — especificamente na realidade do Curso de Jornalismo da UFCA, ao qual esse modelo foi proposto inicialmente —, em que esses lugares de produção de conteúdo audiovisual jornalístico existe em larga escala. Mas, não são tratados visando a recuperação da informação.

5 Proposta de aplicação

Explicitadas as etapas da proposta de aplicação do TTI para o documento telejornalístico universitário, torna-se preciso demonstrar na prática como ocorre esse processo. A aplicação ocorreu a partir do TCC documentário televisivo “A imagem vale mais” (ALMEIDA; NASCIMENTO, 2017). A definição desse documento deu-se devido às informações contidas em seu conteúdo, que resguarda e mantém proximidade com a história da região do Cariri cearense, mais especificamente da cidade de Juazeiro do Norte, localizada no sul do estado do Ceará.

A primeira etapa, a visualização, possibilita que o profissional possa se situar acerca do conteúdo do documento. Nesta etapa pode-se fazer algumas anotações sobre as informações mais expressivas, que ressaltem os olhos. Mas, no geral, ela serve para uma contextualização do conteúdo. O título, por exemplo, já indica algumas informações. No caso do documento selecionado tem-se a palavra “imagem”. Ela ainda se apresenta de forma ampla, observada antes de assistir ao documento, mas pode ser reservada para as próximas fases.

No processo de visualizar o conteúdo outras informações e palavras podem ser destacadas, como: artesanato sobre o padre Cícero, religiosidade, arte no Cariri cearense, igreja católica, romaria, história do padre Cícero, relação entre religião e economia, setor econômico de Juazeiro do Norte, o poder da imagem religiosa sobre a população, a fé e a cidade. Além de anotar as imagens e os sons: Praça Padre Cícero, Igreja do Socorro, Memorial Padre Cícero, entrevista no jardim, pessoas sentadas rezando na igreja, pessoas cantando na igreja, romeiros na procissão etc.

Na segunda etapa, a decupagem, o objetivo é detalhar toda a informação contida no documento. Essa extração das informações será útil para o processo de escrita do resumo e seleção de termos indexadores, que partirá da linguagem natural facilitando o processo de comunicação interna do arquivo de imagem (quadro 4).

Título do documento: A imagem vale mais

Tempo total: 21’ 44”

Ano de produção: 2017

Tempo

Sequência

Plano

Descrição

Cenário

Áudio

00’ 02’’

1

1

Nome da Universidade Federal do Cariri

Fundo preto

Som ambiente

00’ 10’’

2

1

Plano fechado, mostrando o braço de um artesão. Ao redor observa-se um saco de gesso, balde branco e materiais para a produção de peças.

Ateliê

Som ambiente

00’ 29’’

2

2

Plano fechado, mostrando o artesão trabalhando com o gesso e um molde.

Ateliê

Som Ambiente

Primeiramente, é preciso explicitar o funcionamento da dinâmica informacional do Quadro 4, acerca do modelo de decupagem do documento audiovisual. No item “Tempo”, o profissional da informação irá delimitar e precisar o momento exato de determinada informação, ao descrever o seu conteúdo. Assim, as aspas simples (’) indicam os minutos e as aspas duplas (”) os segundos transcorridos do vídeo, ou seja, para demarcar o aspecto temporal do vídeo é necessária a utilização das aspas simples e duplas. Em seguida, encontra-se o item “Sequência” que funciona como um conjunto de anúncios ou informações constituídas por uma série. Como demonstrado no Quadro 4, a segunda e terceira sequência remetem a mesma série (centradas na figura do artesão). Com isso, elas devem receber a mesma numeração.

O plano é a distância entre a câmera e o objeto que está sendo filmado. Cada plano pode ter um enquadramento diferente — informação que deve ser apresentada no quadro a partir da visualização dos tipos presentes ao longo do vídeo. Assim, cada numeração (1, 2, 3 etc.) representa um tipo de plano como por exemplo: plano aberto (1) e plano fechado (2). Ele pode ser um plano aberto, quando a câmera está distante do objeto e ocupa uma parte pequena do cenário — um plano de ambientação; o plano médio mantém uma distância média entre a câmera e o objeto e ocupa uma parte considerável da tela — um plano de posicionamento e movimentação e; o plano fechado, quando a câmera está bem aproximada do objeto ocupando todo o espaço — um plano de intimidação e expressão.

No item “Decupagem”, como o próprio nome sugere, o profissional deverá descrever o recorte de cena e tempo selecionados para explicar o que há nessa cena. O próximo item “Cenário”, serve para situar a localização de determinado acontecimento e, por fim, no item “Áudio”, deverá haver a descrição de que tipo de som (ou a sua ausência) está ocorrendo naquele trecho selecionado para o processo de decupagem.

Devido ao volume de informações do documentário televisivo, não é possível inserir todas as informações no processo de decupagem para o artigo. Sendo assim, espera-se que essa exemplificação possa servir de base para a réplica e utilização deste modelo. Uma vez que o restante do tempo e das informações seguem o mesmo padrão de descrição, a partir do modelo de decupagem.

Neste exemplo, são descritas as informações básicas e essenciais do documento como título, tempo de duração e ano de produção, o que já corrobora com a filtragem de informações sobre o conteúdo. Além disso, também possui as informações principais do conteúdo: tempo, sequência, plano, descrição do conteúdo (a decupagem), o cenário e áudio.

Dessa forma, com a decupagem é possível detectar informações precisas, como, por exemplo: as diferentes sonoridades, todos os locais que serviram de gravação (principalmente lugares públicos como as igrejas, o Memorial e o centro comercial de Juazeiro do Norte), a constante presença da imagem do Padre Cícero, que reforça a sua presença no conteúdo do documento. Ou seja, são fatores que, implicados no processo de indexação do documento audiovisual, e que a partir dessa fase de análise visam a contribuir para uma melhor representação da informação em seu formato audiovisual.

A terceira fase, a 2ª visualização, funciona no sentido de reforçar as informações que já foram registradas. Sobretudo, no que se refere às características de imagem e som. Estes são detalhes que podem passar despercebidos – até mesmo com a decupagem. Com isso, a proposta dessa terceira etapa funciona como um “tira teima” acerca das informações do documento audiovisual. No caso do documentário televisivo em análise, percebe-se muitas características sonoras, muitas imagens que têm um valor potencial para a representação da informação.

Após essas três primeiras fases, o profissional se prepara para a produção do resumo – a quarta etapa. No resumo é preciso estar atento à simplificação e à sua utilidade. Ele precisa fornecer a ideia central do documento ao usuário, para este poder identificar se há ou não interesse em assistir à produção telejornalística em busca de alguma informação específica. Dessa forma, é possível chegar ao seguinte resumo:

Documentário que retrata sobre a imagem do Padre Cícero e a sua relação com o crescimento econômico da cidade de Juazeiro do Norte no século XXI, a partir do uso da sua imagem seja em estátuas, garrafas, fotografias, comércios locais, que exploram o poder da imagem religiosa aliada a arte, economia, fé e crença populares.

Após essas etapas, o profissional responsável iniciará a etapa de indexação com o processo de seleção dos termos. No documentário televisivo analisado tem-se como palavra em destaque, desde o título, “imagem”, mas que por si só é muito abrangente para o conteúdo do documento. Assim, pensando na indexação a partir do seu contexto de exaustividade e com as outras informações disponíveis chega-se a termos como: imagem religiosa, imagem do padre Cícero, imagem católica, Juazeiro do Norte, Cariri cearense, religião, economia, fé, catolicismo, comércio, romaria, música religiosa, música, sacra, arte religiosa, poder religioso, história do padre Cícero, história de Juazeiro do Norte entre outras.

Os termos selecionados, partindo de uma linguagem natural, corroboram para a indexação do documento “A imagem vale mais”. Observa-se que são propostos diversos termos que estão relacionados tanto com o título, o resumo e a decupagem. Dessa forma, por mais que os termos sejam abrangentes, eles possibilitam abarcar uma diversidade de informações contidas no conteúdo do documento. E, além disso, perpassam a tríade de características.

É importante ressaltar que a proposta segue um modelo de aplicação a grupo específico e a um objeto em específico também, sendo necessária uma construção que perpassa o perfil de público e os tipos de documentos. No caso do telejornalismo, a decupagem já é uma realidade presente tanto em emissoras de TV, quanto na elaboração de um produto audiovisual nas disciplinas de telejornalismo. Ou seja, essa mesma proposta pode ser estendida e replicada nos departamentos de arquivos audiovisuais dos cursos de Jornalismo, como está sendo exposto para o uso na UFCA. Além disso, o uso dessas informações ocorreu no Centro de Documentação dos cursos de Jornalismo, tendo um nicho mais afunilado, o que proporciona o uso da linguagem natural.

6 Considerações finais

O objetivo desta proposta de aplicação da representação temática da informação, voltada especificamente para o documento telejornalístico universitário é possibilitar um tratamento mais adequado a esses documentos que são produzidos nos cursos de Jornalismo. Além de instruir os profissionais do Cedoc a tratarem essas imagens e preservá-las, ainda que em sua formação básica não se tenha competências para tal finalidade. E, com isso, fazer com que a memória social destes estudantes, destes cursos e instituição seja preservada.

Nesta perspectiva, não se visualiza com esta pesquisa e proposta minimizar ou suprimir a importância do bibliotecário ou arquivista acerca da sua função e conhecimento. Ao contrário disso, o que se espera é que nestes ambientes informacionais onde a informação audiovisual circula cotidianamente e não se tem um profissional qualificado, tal proposta possibilite que esses documentos recebam um tratamento possível. Um tratamento que possa, também, atender às especificidades deste modelo documental que se diferencia de outros tipos de documentos devido às suas características multimidiáticas. A proposta em questão, dessa forma, adentra a realidade dos cursos de jornalismo, como foi verificado com a realização do estudo no Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Cariri

A necessidade de um tratamento adequado, preservação e recuperação das informações destes documentos, como no caso dos TCCs, tem se mostrado relevante e significante para a reflexão no campo informacional. Visto que, eles, por vezes, são esquecidos pelos ambientes e atores que deveriam prezar e zelar pela sua disseminação enquanto forma de conhecimento social que deve ultrapassar as barreiras e muros da universidade.

Com isso, esta pesquisa tem a função social decorrente da observação da informação em seu tempo de conhecimento interativo (BARRETO, 2002) e do paradigma social da informação (CAPURRO, 2003), em que “[...] a informação assumiu um novo status após a internet e principalmente com a sua interface gráfica world wide web” (BARRETO, 2007, p. 28). Desta forma, o fluxo informacional é modificado a partir da transferência da informação.

Neste sentido, conclui-se que uma proposta de representação e tratamento temático dos documentos telejornalísticos universitários, objeto singular e pouco pesquisado, é necessária para que a informação audiovisual possa ser apropriada e reapropriada pelos usuários. E, desta forma, fazer a informação circular, se disseminar e produzir conhecimentos nas mais diversas esferas dinâmicas do universo informacional. Além disso, constrói-se um sistema de memória audiovisual que pode ser arquivada e disseminada sob o uso das potencialidades da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), estabelecendo o desenvolvimento de um sistema de memória audiovisual digital (CAJAZEIRA; SOUZA, 2020).

Referências:

ALMEIDA, Alcina Laiany Braga; NASCIMENTO, Iúrio Ferreira do. A imagem vale mais. Juazeiro do Norte, 2017. Vídeo (21 min), 3,8 GB, formato MP4.

BARITÉ, Mário. Formación de recursos humanos en el área de información en el Mercosur: compatibilización curricular y competencias del profesional de la información en el Mercosur. Santiago, Chile: Universidad Tecnológica Metropolitana, 1999.

BARRETO, Aldo de Albuquerque. A condição da informação. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 16. n. 3, p. 67-74, 2002.

BARRETO, Aldo de Albuquerque. Uma história da ciência da informação. In: TOUTAIN, Lídia Maria Batista Brandão. (Org.). Para entender a ciência da informação. Salvador: EDUFBA, 2007.

BRASCHER, Marisa; CAFÉ, Lígia. Organização da Informação ou Organização do Conhecimento. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 9., 2008, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: USP, 2008. Disponível em: http://enancib.ibict.br/index.php/enancib/ixenancib/paper/view/3016. Acesso em: 19 ago. 2019.

BELLOTTO, Heloisa Liberralli. Arquivos permanentes: tratamento documental. São Paulo: T. A. Queiroz Editor, 1991.

BUARQUE, Marco Dreer. Estratégias de preservação de longo prazo em acervos sonoros e audiovisuais. In: ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA ORAL, 9., 2008, São Leopoldo, RS. Anais [...]. São Leopoldo, RS: UNISINOS, 2008.

CAJAZEIRA, Paulo Eduardo Silva Lins; SOUZA, José Jullian Gomes de. O arquivamento e a disponibilização dos produtos audiovisuais universitários do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Cariri. Folha de Rosto, Juazeiro do Norte, v.6, n. 1, p. 39-49, jan./abr., 2020. Disponível em: https://periodicos.ufca.edu.br/ojs/index.php/folhaderosto/article/view/429/430. Acesso em: 01 mai. 2020.

CALDERA-SERRANO, Jorge; MORAL, María Victoria Nuño. Etapas del tratamiento documental de imagen en movimiento para televisión. Revista General de Información y Documentación, v. 12, n. 2, p. 375-392, 2002.

CAPURRO, Rafael. Epistemologia e ciência da informação. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 5., 2003, Belo Horizonte. Anais [...].

Belo Horizonte: ANCIB, 2003.

CUNHA, Isabel Maria Ribeiro Ferín; MAZINI, Elisabeth Sardelli. Análise documentária: considerações teóricas e experimentações. São Paulo: FEBAB, 1989.

EDMONDSON, Ray. Uma filosofia dos arquivos audiovisuais. Paris: UNESCO, 1998.

FOURNIAL, Catherine. Análisis documental de imágenes en movimiento. Panorama de los archivos audiovisuales. Madrid, Servicios de Publicaciones de RTVE, 1986, p. 249- 258.

FUJITA, Mariângela Spotti Lopes. A identificação de conceitos no processo de análise de assunto para indexação. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, v. 1, n. 1, p. 60- 90, jul./dez., 2003. Disponível em: http://server01.bc.unicamp.br/revbib/artigos/art_5.pdf. Acesso em: 24 jan. 2020.

FUJITA, Mariângela Spotti. Lopes; LEIVA, Isidoro Gil. Política de indexação latino- americana. In: LEIVA, Isidoro Gil; FUJITA, Mariângela Spotti Lopes. (Ed.). Política de indexação. São Paulo: Cultura Acadêmica; Marília: Oficina Universitária, 2012. p. 121-

136. Disponível em: https://www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/politica-de- indexacao_ebook.pdf. Acesso em: 8 abr. 2020.

GUINCHAT, Claire; MENOU, Michel. Introdução geral às ciências e técnicas da informação e documentação. Brasília: IBICT, 1994.

KOBASHI, Nair Yumiko. A elaboração de informações documentárias: em busca de uma metodologia. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) - Escola de Comunicação e Arte, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1994.

LANCASTER, Frederick Wilfrid. Indexação e resumos: teoria e prática. 2. ed. Brasília, DF: Brinquet de Lemos, 2004.

LE COADIC, Yves-François. A ciência da informação. Brasília: Briquet de Lemos, 1994.

LÓPEZ-YEPES, Alfonso et al. Patrimonio sonoro y audiovisual universitario hispano- brasileño (UCM, UEX, UnB, UFBA): cine, prensa, radio, televisión, web social en archivos bibliotecas-centros de documentación. In: CERVERÓ, Aurora Cuevas; CUADRADO, Sonia Sánchez; BAJÓN, Maria Teresa Fernández; SIMEÃO, Elmira. Investigación en Información, documentación y sociedad: Perspectivas y tendencias. Madrid: Universidad Complutense de Madrid, 2017.

MAIMONE, Giovana Deliberalli; KOBASHI, Nair Yumiko; MOTA, Denysson Axel Ribeiro. Indexação: teoria e métodos. In: SILVA, José Fernando Modesto da; PALETTA, Francisco Carlos. (Org.). Tópicos Para o Ensino de Biblioteconomia. São Paulo: ECA/CBD/USP, 2016, v. 1, p. 73-85. Disponível em: http://www3.eca.usp.br/sites/default/files/form/biblioteca/acervo/producao- academica/002749723.pdf Acesso em: 9 abr. 2020.

MAIMONE, Giovana Deliberalli; SILVEIRA, Naira Christofoletti; TÁLAMO, Maria de Fátima Gonçalves Moreira. Reflexões acerca das relações entre representação temática e descritiva. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v. 21, n. 1, p. 27-35, jan./abr., 2011. Disponível em: http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/issue/archive. Acesso em: 18 jan. 2020.

MIRANDA, Antônio de; SIMEÃO, Elmira Luzia Melo Soares. A conceituação de massa documental e o ciclo de interação entre tecnologia e o registro do conhecimento. DataGramaZero, Rio de Janeiro, v. 3, n. 4, p.1-8. ago., 2002. Disponível em: https://www.brapci.inf.br/index.php/article/view/0000001054. Acesso em: 19 jan. 2020.

PEARCE-MOSES, Richard. A glossary of Archival and Records terminology. Chicago: The Society of American Archivists, 2005. Disponível em: http://files.archivists.org/pubs/free/SAA-Glossary-2005.pdf. Acesso em: 5 ago. 2019.

RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

SANTINI, Rose. Marie; CALVI, Juan. C. O consumo audiovisual e suas lógicas sociais na rede. Comunicação, Mídia e Consumo (pp.159-182). V.10, n.27. São Paulo, 2013. Disponível em: http://revistacmc.espm.br/index.php/revistacmc/article/view/531/pdf. Acesso em: 9 abr. 2020.

SANTOS, Francisco Edvander Pires et al. Documento e informação audiovisual: bases conceituais numa perspectiva neodocumentalista. Em Questão, Porto Alegre, v. 24, n. 2, p. 235-259, maio/ago., 2018. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/76085/47504. Acesso em: 28 jul. 2019.

SÁ-SILVA, Jackson Ronie; ALMEIDA, Cristóvão Domingos de; GUINDANI, Joel Felipe. Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, n. 1, 2009. Disponível em: https://periodicos.furg.br/rbhcs/article/view/10351/pdf. Acesso em: 9 abr. 2020.

SMIT, Johanna Wilhelmina. A análise da imagem: um primeiro plano. In: SMIT, Johanna Wilhelmina. Análise documentária: a análise da síntese. Brasília: IBICT, 1987.

TAUIL, Júlio César Silveira; SIMIONATO, Ana Carolina. O estado da arte da preservação de acervos audiovisuais. In: SEMINÁRIO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS HUMANAS, 11., 2016, Londrina. Anais [...]. Londrina, 2016. Disponível em: http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws.com/socialsciencesproceedings/xi- sepech/gt1_12.pdf. Acesso em: 20 jul. 2019.

TÁRTAGLIA, Ana Renata; BUTRUCE, Débora. Entre letras e imagens: o acervo audiovisual do arquivo da Academia Brasileira de Letras. Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro n. 9, 2015, p.327-340. Disponível em: www.pro.rio.rj.gov.br/revistaagcrj/wp- content/uploads/2016/11/e09_a19.pdf. Acesso em: 05 jul. 2019.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI. Projeto Pedagógico do Curso de Jornalismo. Juazeiro do Norte: UFCA, 2016. Disponível em: https://documentos.ufca.edu.br/wp-folder/wp-content/uploads/2019/08/JornalismoUFCA- Projeto-Pol%C3%ADtico-Pedag%C3%B3gico-2016.pdf. Acesso em: 6 dez. 2019.

Fonte: Elaboração própria baseada no PPC de Jornalismo (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI, 2016).

Quadro 1 - Modalidades de produtos audiovisuais jornalísticos

Figura 1 - A representação de documentos

Fonte: Elaboração própria baseada em Kobashi (1994).

Fonte: Elaboração própria baseada em Lancaster (2004); Fujita e Leiva (2012).

Quadro 2 - Etapas do tratamento temático

Fonte: Elaboração própria (2020)

Quadro 3 - Etapas de tratamento temático para o documento audiovisual jornalístico

Fonte: Elaboração própria (2020)

Quadro 4 - Modelo de decupagem

Quadro 5 - Produção do resumo

Fonte: Elaboração própria (2020)