Internet and OSD: mapping research on objectives of sustainable development in the brazilian internet

Internet y ODS: mapeo de la investigación sobre los objetivos de desarrollo sostenible en internet brasileña

Internet e ODS: mapeamento de pesquisas sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável na internet brasileira

Hinton Bentes

ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1180-0751

Mestrando em Ciências da Informação pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Brasil.

Email: hinton@amazoniatec.com.br

Aline Christian Pimentel Almeida

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7421-5632

Doutora em Engenharia de Recursos Naturais pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Brasil.

Email: alinecpas@ufpa.br

Bruno Leite

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6904-5376

Mestrando em Administração de Empresas pela Estácio-RJ, Brasil

Email: obrunoleite@estacio.br

RESUMO: A Organização das Nações Unidas, em 2015, após sua Assembleia Geral, desenvolveu 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para serem aplicados no mundo até o ano de 2030, visando o bem-estar social e ambiental. A proposta de pesquisa neste artigo é de levantar os temas mais pesquisados na internet referente aos objetivos junto à plataforma Google Trends, analisando quais dentre os 17 objetivos são os cinco mais pesquisados no Brasil entre junho de 2014 e junho de 2019, totalizando 79.643 buscas. E, aplicando o método de Vilfredo Pareto, foi possível identificar como objetivos mais pesquisados o 7º (Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos), com 23.618 pesquisas; o 3º (Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos), tendo 14.560 pesquisas; o 2º (Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável), com 14.371 pesquisas; o 8º (Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos), com 14.272 acessos; e o 4º (Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos), tendo 12.822 pesquisas. Os resultados demonstram para as instituições públicas, privadas e a sociedade que as questões da base da pirâmide são as prioridades a serem solucionadas no olhar das pessoas que acessam o Google para realizar suas pesquisas.

PALAVRAS-CHAVE: ONG. Ecossistemas Colaborativos. Big Data.

ABSTRACT: The United Nations, in 2015, after its General Assembly, developed 17 Objectives of Sustainable to be implemented in the world by the year 2030, aiming at social and environmental well-being. The research proposal in this article is to raise the most searched topics on the Internet regarding the objectives with the Google Trends platform, analyzing which among the 17 objectives are the five most searched in Brazil between June 2014 and June 2019, totaling 79,643 searches. And, applying the Vilfredo Pareto method, it was possible to identify as more researched objectives the 7th (Ensuring reliable, sustainable, modern and affordable access to energy for all), with 23,618 searches; the 3rd (Ensuring a healthy life and promoting well-being for all), with 14,560 searches; the 2nd (Ending hunger, achieving food security, improving nutrition and promoting sustainable agriculture), with 14,371 searches; the 8th (Promoting sustained, inclusive and sustainable economic growth, full and productive employment and decent work for all), with 14,272 accesses; and the 4th (Ensuring inclusive, equitable and quality education, and promoting lifelong learning opportunities for all), with 12,822 searches. The results demonstrate to public, private institutions and society that the issues at the base of the pyramid are the priorities to be solved in the eyes of people who access Google to perform their searches.

Keywords: NGO. Collaborative Ecosystems. Big Data. Sustainable Development.

RESUMEN: La Organización de las Naciones Unidas, en 2015, después de su Asamblea General, desarrolló 17 Objetivos de Desarrollo Sostenible para ser aplicados en el mundo hasta el año 2030, buscando el bienestar social y ambiental. La propuesta de investigación en este artículo es plantear los temas más buscados en Internet referente a los objetivos con la plataforma Google Trends, analizando cuáles de los 17 objetivos son los cinco más buscados en Brasil entre junio de 2014 y junio de 2019, totalizando 79.643 búsquedas. Y, aplicando el método de Vilfredo Pareto, fue posible identificar como objetivos más investigados el 7º (Asegurar el acceso confiable, sostenible, moderno y a precio asequible a la energía para todos), con 23.618 búsquedas; el 3º (Asegurar una vida sana y promover el bienestar para todos), con 14.560 búsquedas; el 2º (Acabar con el hambre, lograr la seguridad alimentaria, mejorar la nutrición y promover la agricultura sostenible), con 14.371 búsquedas; el 8º (Promover el crecimiento económico sostenido, inclusivo y sostenible, el empleo pleno y productivo y el trabajo decente para todos), con 14.272 accesos; y el 4º (Asegurar la educación inclusiva, equitativa y de calidad, y promover oportunidades de aprendizaje a lo largo de la vida para todos), con 12.822 búsquedas. Los resultados demuestran para las instituciones públicas, privadas y la sociedad que las cuestiones de la base de la pirámide son las prioridades a ser resueltas en la mirada de las personas que acceden a Google para realizar sus búsquedas.

PALABRAS CLAVE: ONG. Ecosistemas de colaboración. Big Data. Desarrollo Sostenible

1 Introdução

A questão ambiental é analisada tanto no contexto da contemplação como de melhores formas para o seu uso, historicamente iniciado pelos filósofos gregos e romanos, e, na era moderna, os economistas, administradores, engenheiros entre outros profissionais para fazer manutenção dos recursos naturais como uma fonte estratégica para o desenvolvimento da sociedade.

Quando se analisa o perfil de uma sociedade, segundo Bertalanffy (1975), deve-se monitorar suas ações sistêmicas, pois o que muda são os fatores de consumo e as ferramentas de mensuração de impactos, e se não tivermos métricas eficientes e eficazes para realizar a tomada de decisão sobre a utilização dos recursos naturais e a busca do bem-estar e preservação da humanidade podem ocorrer situações catastróficas.

No século XXI, os desafios permanecem os mesmos, mas agora há o ambiente virtual, na rede mundial de computadores e, conforme apresentado por Kozinets (2002), este estudo através da netnografia é mais rápido, mais simples e menos dispendioso do que a etnografia tradicional e mais naturalista e discreta do que grupos focais ou entrevistas.

A Organização das Nações Unidas – ONU, em 2015, desenvolveu os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, objetivos estes que deveriam ser implementados por todos os países do mundo e atingindo a sua meta completa até 2030, visando a construção de um planeta mais participativo e alinhado com o bem-estar da sociedade com o meio ambiente.

Com os 17 Objetivos não há como obter um índice de progresso social, uma vez que essas análises se desenvolvem através de medidas combinatórias, buscando aferir a qualidade de vida de países, que vão desde as necessidades básicas de sobrevivência, água, qualidade dos alimentos, abrigos, segurança pública e pessoal até as fundações do bem-estar, educação, informação, saúde e meio ambiente, além de oportunidades, direitos, liberdade de escolha, inclusão e acesso ao ensino de qualidade, desde a estrutura básica até a superior.

Nos estudos da gestão ambiental produzidos por Barbieri (2011), Barros (2013) e Brehmer, Podoynitsyna e Langerak (2017) é possível verificar a aplicação de conceitos de preservação ambiental através de instrumentos consolidados nacional e mundialmente como os da ABNT (2014) e ABNT (2015) que copilam ações da ISO voltadas para este propósito, que é o de conservar e preservar o meio ambiente de forma eficiente para todos que dependem dele.

Já a demiurgia do empreendedorismo, segundo Porter (1989), Mintzberg (2000), Hisrich (2014) e Oliveira (2015), baseia-se em uma atividade intrínseca ao ser humano, pois as atividades humanas foram iniciadas com a busca da preservação da vida e depois com a busca das melhorias socioeconômicas, e todas essas linhas estão diretamente ligadas às questões ambientais e ao desenvolvimento humano.

Para este trabalho utilizou-se a definição de organizações ambientalmente sustentáveis apresentada por Brehmer, Podoynitsyna e Langerak (2018) como aquelas que criam e capturam valor enquanto protegem o ambiente natural, reduzem a poluição ambiental, minimizam o consumo de energia e material, buscando a eficiência hídrica, conforme visto em Dangelico e Pontrandolfo (2015), Linder e Williander (2015) e Bocken (2016).

Analisando o modelo de mapeamento netnográfico alvitrado por Kozinets (2002) e o modelo analítico de pesquisa proposto por Snelson (2016), gerou-se a Figura 1:

Tendo em vista todos esses modelos e discussões, surgiram duas hipóteses: I) Os temas mais pesquisados na internet referentes aos ODS podem ser considerados como áreas de maior interesse? II) Analisar quais dentre os 17 ODS são os mais pesquisados pelos brasileiros. Desta forma, os objetivos deste trabalho são: a) revelar o volume de pesquisa nos últimos cinco anos dos ODS no Google Brasil; b) analisar, junto ao método de Vilfredo Pareto, os ODS mais buscando e assim criar um indicador de prioridade.

Para o primeiro objetivo, adotou-se uma abordagem explorativa e elaborou-se uma análise situacional junto ao Google Trends – GT, identificando quais são os ODS mais pesquisados dentro dos Estados do Brasil. As questões de pesquisa específicas abordadas são: (a) analisando os termos e conexões e (b) quais seriam as áreas de projeto de maior pesquisa? Para o segundo objetivo, apresentamos uma análise classificatória desses termos buscando, assim, qualificar este modelo de aplicação.

2 Teoria e hipóteses

2.1 Quais são os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável?

A proposta da ONU é de que nos próximos anos a vida de bilhões de pessoas em situação de extrema vulnerabilidade seja alterada de uma forma positiva. Para ilustrar a importância de ações como essas é possível identificar em Pisani, Kourula, Kolk e Meijer (2017) que “é especialmente importante investigar as práticas de responsabilidade social nos países em desenvolvimento devido aos vazios institucionais generalizados que caracterizam esses ambientes”, ambientes estes que não são de responsabilidade apenas da esfera pública e sim da sociedade como um todo.

Os ODS são apresentados através de 17 pontos de desenvolvimento socioambiental, conforme identificado na Tabela 1:

Objetivo 1

Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.

Objetivo 2

Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.

Objetivo 3

Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.

Objetivo 4

Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

Objetivo 5

Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

Objetivo 6

Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.

Objetivo 7

Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos.

Objetivo 8

Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos.

Objetivo 9

Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.

Objetivo 10

Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.

Objetivo 11

Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

Objetivo 12

Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.

Objetivo 13

Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos.

Objetivo 14

Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.

Objetivo 15

Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.

Objetivo 16

Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.

Objetivo 17

Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.

2.2 Propagação de informações e o Big Data

No século XXI, as principais fontes de informação, como jornais, revistas, órgãos públicos e empresas privadas, encontram-se nas redes mundiais de computadores, conhecida como Internet, e, de acordo com a pesquisa realizada, o pesquisador deve utilizar um sistema conhecido como “Big Data”. Conforme Lyon (2014) este termo, “Big Data”, sugere que o tamanho é sua característica principal.

Dessa forma, podemos considerar que para que uma pesquisa atenda à Ciência e aos seus interessados, ela não deve vir apenas alinhada com suas ideias, mas sim baseada também em uma vasta quantidade de dados, gerada pelas práticas de Big Data e posteriormente analisadas, conforme Alperin, Gomez e Haustein (2019), que corroboram com a proposta de que deve-se disponibilizar diversas fontes e métodos, tanto de encontrar temas, como de propagar informações e ferramentas de compartilhamento, para que depois dessas buscas possam ser realizadas as devidas análises do tema.

As buscas na Internet ocorrem por diversos motivos, desde estudos acadêmicos até profissionais mostrando o dinamismo existente nos padrões alinhados com desejos, preocupações e interesses sobre o assunto pesquisado. Esses dados levantados no GT demonstram as tendências de pesquisas realizadas, e com isso foi possível o monitoramento desses resultados.

2.3 Ecossistemas digitais e os objetivos de desenvolvimento sustentável

Conforme apresentado em Anca e Marcela (2014), na economia do conhecimento os desenvolvedores são aqueles que trazem competitividade, inovação e crescimento ao modelo, e a proposta analítica apresentada neste contexto é a correlação existente em como o cidadão que busca informações na rede mundial de computadores pode combinar a aplicação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de uma Nação com uma ferramenta de minimização de suas carências criativas e com isso poder tratar suas demandas socioambientais, fazendo com que elas sejam atendidas em um curto espaço de tempo.

Quando Wald, Laubier e Charanya (2019) analisaram o contexto das estratégias digitais junto às organizações foi possível identificar a necessidade de criar o que chamaram de estratégias de ecossistema, que são a combinação das expertises que as organizações devem possuir para poder conviver com sustentabilidade dentro dos seus mercados competitivos.

Ecossistemas Colaborativos Digitais

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Sistema de produtos / serviços / soluções

Vários tipos de negócio

Desafio dos novos players do mercado emergente

Teias de valor de ecossistema altamente adaptáveis

Liderança de inovação e velocidade para o mercado

Principalmente monetário e não monetário

FOCO

TIPO DE NEGOCIAÇÃO

GEOGRAFIA

ESTRUTURA

JUSTIFICATIVA

VALOR

Expansão da qualidade dos seres humanos / animais / meio ambiente

Progressão de direitos e deveres da sociedade mundial

Aplicação nos cinco continentes

Relação entre políticas públicas e ações da sociedade

Necessidades socioambientais para melhorar

Principalmente monetário e não monetário

É possível identificar na Tabela 2, conforme analisado por Brehmer, Podoynitsyna e Langerak (2018), que “o valor é criado e capturado através dos limites organizacionais, investigando as transferências de valor entre a organização focal e a rede externa de atores do modelo de negócios”. Dessa forma, podemos considerar que a relação entre os ecossistemas colaborativos digitais busca o desenvolvimento das economias através de modelos adaptáveis à realidade mercadológica onde estão inseridos, e os objetivos de desenvolvimento sustentável, por sua vez, buscam a otimização dos óbices socioambientais onde estão inseridos, ou seja, em todo o mundo.

3 Projeto e método de pesquisa

3.1 Dados e amostra

Realizou-se uma pesquisa multinível, mapeando além dos 17 ODS uma combinação de variáveis alinhadas, tornando o ecossistema digital colaborativo com os ODS. Dessa forma, identificou-se 145.203 resultados, opções de variáveis para os ODS no período de 2014 a 2019.

Para preencher a lacuna na literatura deste artigo, junto aos 17 Objetivos analisou-se sistematicamente a natureza do grau de interesse da sociedade brasileira sobre esses temas através do mapeamento de uma grande quantidade de resultados no período de cinco anos (de junho de 2014 a junho de 2019), uma vez que a hipótese deste trabalho vem para realizar uma contribuição para o desenvolvimento da abordagem baseada em evidência, conforme estudo de Kotnik e Petrin (2017), que afirmam que abordagens como essas podem garantir um processo empreendedor e de especialização cada vez mais disruptivo e inteligente, desde que esteja alinhado aos graus de interesse das temáticas junto à sociedade.

Categoria/Subcategoria: ODS

Localização: Brasil

Intervalo de tempo: 2014-2019

Objetivo 1

Acabar com a pobreza

Objetivo 2

Acabar com a fome + segurança alimentar + melhoria da nutrição + agricultura sustentável

Objetivo 3

Bem-estar para todos + vida saudável

Objetivo 4

Educação inclusiva + oportunidades de aprendizagem

Objetivo 5

Igualdade de gênero + empoderamento feminino

Objetivo 6

Disponibilidade de água + gestão sustentável da água + saneamento para todos

Objetivo 7

Acesso à energia + energia sustentável + energia acessível + energia moderna

Objetivo 8

Crescimento econômico + crescimento econômico inclusivo + crescimento econômico sustentável + emprego pleno + emprego produtivo + trabalho decente

Objetivo 9

Infraestruturas resilientes + industrialização inclusiva + industrialização sustentável + fomento à inovação

Objetivo 10

Reduzir a desigualdade

Objetivo 11

Cidades inclusivas + cidades seguras + cidade resilientes + cidades sustentáveis

Objetivo 12

Produção sustentável + consumo sustentável

Objetivo 13

Mudanças climáticas + combater a mudança climática + mudanças climáticas e impactos

Objetivo 14

Conservação dos oceanos + uso sustentável dos mares + recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável

Objetivo 15

Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres + gerir as florestas de forma sustentável + combater a desertificação + deter e reverter a degradação da terra + deter a perda de biodiversidade

Objetivo 16

Sociedades pacíficas + sociedades inclusivas + acesso à justiça para todos + instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis

Objetivo 17

Parceria global para o desenvolvimento sustentável

Os números expressam a quantidade de variância dentro da variável Y explicada pela variável X. Esta relação é simétrica. O valor em escala de cinzentos do número corresponde à quantidade de variação explicada (de baixa à alta).

A metodologia do GT pode ser avaliada desde 2012, quando o Google deixou disponível seu banco de informações acessíveis a sociedade, agora é importante evidenciar que o GT demonstra níveis relativos no que tange à volume e pesquisas diretas, uma vez que estes dados ofertados são normatizados previamente pela plataforma gerando assim um bloco de informações analisadas sobre uma base comum de variáveis, escalados de 0 a 100 conforme demonstrado por Dinis, G., Costa, C. e Pacheco, O. (2015).

2014 2015 2016 2017 2018 2019

Objetivo 2

1.805

3.181

2.869

2.636

2.699

1.181

Objetivo 1

512

816

1.375

957

906

384

Objetivo 3

1.489

2.708

2.741

3.023

3.191

1.408

Objetivo 4

1.349

2.434

2.576

2.613

2.719

1.131

Objetivo 5

91

224

485

934

1.305

734

Objetivo 6

1.067

1.986

2.435

2.851

2.968

1.282

Objetivo 7

2.690

4.955

4.450

4.363

4.924

2.236

Objetivo 8

1.590

2.698

2.856

2.751

3.113

1.264

Objetivo 9

113

365

1.013

858

883

135

Objetivo 10

391

561

543

707

1.403

431

Objetivo 11

945

1.891

2.001

2.447

2.370

889

Objetivo 12

1.276

1.839

2.580

2.240

2.697

1.094

Objetivo 13

1.518

2.407

2.297

2.145

2.237

1.048

Objetivo 14

0

0

0

0

0

0

Objetivo 15

0

0

0

0

0

0

Objetivo 16

110

788

516

516

612

362

Objetivo 17

0

0

0

0

0

0

TOTAL 14.946 26.853 28.737 29.041 32.027 13.579

3.2 Medidas estatísticas

Quando Auguste Comte fundou a Teoria do Positivismo foi possível demonstrar que a Ciência é capaz de resolver todos os problemas humanos, uma vez que, segundo Comte, os seres humanos devem “saber para poder prever”, sendo que o único e verdadeiro conhecimento é aquele obtido pela Ciência e apenas este tipo de saber deve ser digno de crédito.

Tendo em vista que essa é uma das ferramentas para realizar uma pesquisa de relevância em caráter multinível, conforme descrito por Azorín, Moliner, Gamero, Ortega e Tarí (2019), enfatizou-se uma análise de diversas variáveis localizadas em níveis diferentes, buscando com isso uma melhor avaliação sobre suas interpelações, assim como a operacionalização do processo.

ODS RESULTADOS % ACUMULADA PERCENTUAL %

7

3

2

8

4

23.618

14.560

14.371

14.272

12.822

16%

26%

36%

46%

55%

16%

10%

10%

10%

9%

6

12

13

11

1

10

5

9

16

14

15

17

12.589

11.726

11.652

10.543

4.950

4.056

3.773

3.367

2.904

0

0

0

64%

72%

80%

87%

90%

93%

96%

98%

100%

100%

100%

100%

9%

8%

8%

7%

3%

3%

3%

2%

2%

0%

0%

0%

Pode ser visto em Kotnik e Petrin (2017) um grande desafio de coleta prévia de dados, assim como a interpretação de diversas informações para que seja possível o estabelecimento de uma política de especialização inteligente. Dessa forma, cruzamos mais de 52 termos conexos com os 17 ODS para obter uma busca mais abrangente sobre os objetivos pesquisados.

Visando deixar a leitura e as análises mais eficientes, gerou-se os gráficos de identificação de outliers dentro dos períodos.

No caso do Gráfico 1, existem apenas dois picos de buscas dentro do período de análise, mas no final do período é possível identificar a queda no interesse do tema “acesso à energia de forma sustentável e eficiente”.

No Gráfico 2, as pesquisas se apresentam ainda mais tímidas, o que pode revelar um acentuado desinteresse em assuntos ligados à promoção da sociedade de forma justa e inclusiva.

Dessa forma, foi elaborado um “Teste T”, onde fora analisada a equivalência das amostras referentes aos ODS 7 e 16, tendo estes resultados encontrados dispostos na Tabela 6.

MÉDIA

VARIÂNCIA

OBSERVAÇÕES

VARIÂNCIA AGRUPADA

HIPÓTESE DA DIFERENÇA DE MÉDIA

GL

STAT T

P(T<=T) UNI-CAUDAL

T CRÍTICO UNI-CAUDAL

P(T<=T) BI-CAUDAL

T CRÍTICO BI-CAUDAL

ODS 7

ODS 16

3.936

1.380.709,07

6,00

484

53.121,6

6,00

716.915,33

-

10,00

7,06

0,00

1,81

0,00

2,23

O valor potencial de examinar tendências, segundo Snelson (2016), através de pesquisas qualitativas, colaborando com a correlação entre as mídias sociais e os insights sobre como e por que as pessoas se envolvem com estas, as mídias solidificam ainda mais o conceito netnográfico proposto anteriormente por Kozinets (2002) onde se estabelecem os preceitos de conduta ética para uma pesquisa etnográfica on-line.

Graficamente foi possível identificar a seguinte distribuição, onde fica visível a constância de pesquisa sobre o ODS 16, mas também as variações e declínio sobre o interesse de pesquisa referente ao ODS 7.

Uma análise de distribuição como esta demonstra que o cidadão que acessa temas ligados ao ODS 7 pode ter mais interessem em minimizar a questão de consumo, como “acesso à energia, energia sustentável, energia acessível, energia moderna”, do que assuntos ligados ao ODS 16 que estão alinhados a temas sobre “sociedades pacíficas, sociedades inclusivas, acesso à justiça para todos, instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis”.

3.3 Método de Vilfredo Pareto

O diagrama de Pareto foi desenvolvido no século XIX para estudos da população e sua relação quanto à arrecadação de tributos e impostos. Contudo, esta proposta foi amplamente utilizada em diversas áreas de estudos, expandindo assim sua aplicabilidade. No século XXI, vem sendo muito utilizada dentro de pesquisas sobre questões hídricas e ambientais, como visto em Bragalli, Fortini e Todini (2017), que estudam a necessidade de preservar as relações estruturais entre variáveis, e Garbe e Beevers (2017), que analisam os resultados no contexto da variabilidade ambiental, mesmo que este habitat sofra várias mudanças que possam ser categorizadas, e também para referenciar tomadas de decisão e ajudar na mensuração de dados e em suas implicações sobre a sociedade, tornando-se, com isso, uma importante ferramenta de melhorias de processo e planejamento, uma vez que é utilizada para indicar prioridades de ações.

A aplicação deste modelo veio em detrimento à necessidade de se mapear os resultados da coleta de dados dos ODS mais pesquisados, seguindo tanto os preceitos de Kozinets (2002) sobre o mapeamento netnográfico, como os de Kotnik e Petrin (2017) que em sua metodologia realizam uma abordagem para reduzir uma lista de setores a serem considerados para uma estratégia de especialização inteligente, e como de Snelson (2016) no que se refere à importância deste mapeamento e com isso conseguir indicar de forma quantitativa esses resultados.

4 Conclusão e implicações

Este trabalho contribui para o desenvolvimento de uma abordagem baseada em evidências para políticas de especialização inteligente. Buscou-se realizar um estudo explorativo e elaborou-se sob a análise situacional junto ao GT identificando quais são os ODS mais pesquisados no Brasil.

Além disso, apesar de esperado que os arcabouços desta pesquisa sejam implementados no Brasil, pouco ou quase nada se tem sobre, assim como formas de participação e apoio da sociedade civil, em especial do cidadão.

O modelo de pesquisa apresentado neste trabalho tem o propósito de comprovar e ranquear o nível de interesse em escala Brasil dos ODS. Portanto, apresenta-se os cincos ODS com maior impacto de buscas junto ao GT no período de junho de 2014 a junho de 2019.

Conforme já demonstrado, o 7º ODS, com 23.618 pesquisas, correspondendo a 16% do percentual acumulado, refere-se a um serviço de fornecimento de energia moderno, com qualidade e com valor justo para o cidadão, estando como a principal pesquisa realizada entre os anos de 2014 e 2019.

Já com 14.560 pesquisas, representando 26% do percentual acumulado, o 3º ODS (Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades) ocupa a segunda colocação neste estudo. E, com 14.371 pesquisas e 36% do percentual acumulado, o 2º ODS (Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável) consta em terceiro lugar.

Neste mesmo ranking temos em ordem do mais procurado para o menos pesquisado o 8º ODS (Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos) com 14.272 pesquisas e 46% do acumulado, e com 12.822 pesquisas, com 55% do percentual acumulado, o 4º ODS (Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos).

Agora, para implementações de estudos e ações que envolvam participação da sociedade, alcance local e objetivos globais, também é esperado o surgimento de novos modelos mais aperfeiçoados e específicos com base neste estudo exploratório, apesar de o modelo proposto permitir que gestores locais e a sociedade civil tomem conhecimento dos objetivos de modo geral. É importante salientar que caso não haja uma ação estruturante orientada para a solução e execução dos ODS, mais uma vez os interesses da sociedade não estarão sendo atendidos.

Para se desenvolver estudos de uma administração moderna, o estímulo do pensamento crítico das pirâmides das necessidades deve ser uma das bases de como podemos criar concepções diferentes para nos guiar para o futuro. Um dos resultados que podem ser identificados nesta pesquisa, também, são as demonstrações de que as instituições públicas, privadas e a sociedade como um todo devem trabalhar primeiramente nas questões da base da pirâmide para solucionar os óbices sociais. Para que o Brasil possa seguir o caminho correto, ele deve contar com o comprometimento de todos e as regras dos ODS para garantir a continuidade dos trabalhos.

5 Limitações e pesquisas futurasI

Este trabalho abre consideravelmente a possibilidade de estudos futuros como a relação entre o que mais foi pesquisado na internet com o que está sendo realizado pelos governos municipais, estaduais e federal, ou mesmo em projetos de responsabilidade socioambiental das empresas, independente do porte, e multinacionais instaladas no Brasil.

Esta pesquisa poderia ser realizada futuramente com entrevistas estruturadas para a confirmação e complementação dos resultados netnográficos e a realização de uma análise quantitativa e a aplicação em uma equação estrutural analisando a relação do hedonismo com o utilitarismo sobre a ótica da tecnologia, propondo assim a triangulação dos resultados.

Referências:

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Figura 1 - Etapas no Processo de Pesquisa

Fonte: Adaptada de Kozinets (2002) e Snelson (2016).

Tabela 1 - Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Fonte: Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Tabela 2 - Como o Universo Digital está Promovendo Ecossistemas mais Colaborativos

Fonte: Adaptada de Wald, Laubier e Charanya (2019)

Tabela 3 - Parâmetros da Ferramenta Google Trends

Fonte: Dados da pesquisa

Tabela 4 - Resultados do Mapeamento - Ano x ODS

Fonte: Dados da pesquisa

Tabela 5 - Análise Percentual de Consultas sobre os ODS Resultados do Mapeamento - Ano x ODS

Fonte: Elaborada pelos autores

Gráfico 1 – Identificação de Outliers do ODS 07

Gráfico 2 – Identificação de Outliers do ODS 16

Fonte: Elaborada pelos autores

Fonte: Elaborada pelos autores

Tabela 6 - Teste T: Duas Amostras Presumindo Variâncias Equivalentes

Fonte: Elaborada pelos autores

Gráfico 3 – Distribuição entre as Variações dos ODS

Fonte: Elaborada pelos autores

Gráfico 4 - Classificação ABC dos ODS de 2014 a 2019

Fonte: Elaborada pelos autores