COMUNICAÇÃO DA INFORMAÇÃO EM REDES DIGITAIS: oportunidade para muitos

No processo de publicação de periódicos, o último número do ano traz sempre uma oportunidade para reflexão acerca dos que fizemos durante o período e o que planejamos fazer nos próximos. Estamos vivendo um período de grandes desafios, no segundo ano de pandemia de Covid19, mas os periódicos científicos, e a área da Ciência da Informação, têm demonstrado capacidade de adaptação, flexibilidade e aprendizagem para superar as barreiras que surgiram e continuam a se fazer presentes no processo de comunicação da informação.

O compartilhamento de informações produzidas pelos atores sociais que atuam na produção, organização e comunicação do conhecimento, tem evoluído e superado os desafios através dos tempos. Do manuscrito ao digital, sem esquecer a revolução informacional proporcionada pela tecnologia da impressão, novas tecnologias foram surgindo e com elas a necessidade de aprender e diversificar seu uso.

Esse processo, que envolve inovação em todas as dimensões da comunicação científica, especialmente àquelas relacionadas à produção, gestão e comunicação de informação, continua a ocorrer e vem se aperfeiçoando com o uso intensivo das tecnologias digitais de informação e comunicação.

Neste contexto, surgiram novos espaços e novas formas para o compartilhamento de informação, no âmbito da ciência, abrindo espaço para novas possibilidades de acesso e uso da informação, bem como para a ampliação do número de usuários. Com o surgimento da pandemia, os recursos digitais, que já haviam sido incorporados no processo de comunicação científica, foram otimizados e ampliados.

Os eventos científicos, que sempre foram um espaço tradicional e relevante para a troca de experiências/informações entre pesquisadores e geração de novos conhecimentos, foram cancelados em um primeiro momento, mas ao longo de 2021 começaram a ser realizados de forma remota, sem que houvesse perda de qualidade, muito menos de público, no compartilhamento das pesquisas. O XXI ENANCIB é um exemplo a se destacar, por ter sido totalmente remoto e pelo sucesso alcançado, representado pelo número de comunicações apresentadas e pela participação do público em todas as sessões dos Grupos de Trabalho.

Nesse contexto, os Programas de Pós-Graduação ampliaram seus canais de comunicação através do uso das redes sociais digitais, disponibilizando notícias, lives, palestras, através de Instagram, podcast, facebook e canais no YouTube.

Os periódicos científicos criaram e desenvolveram suas próprias redes sociais, com ações de informação em duas vertentes principais: uma relacionada à gestão de suas atividades, funcionando com uma ferramenta de marketing da informação, com o objetivo principal de ampliar o número de acesso ao periódico e o engajamento dos participantes; e outra vertente, relacionada à democratização da ciência, ou seja, usando as redes sociais para facilitar o acesso à informação científica a um público fora do contexto acadêmico.

É nesse sentido que a Ciência da Informação, através de seus atores, dispositivos e artefatos, mostra a força de sua produção, vencendo os desafios através de suas principais características: inovação, flexibilidade cooperação. Continuamos nossa missão no campo científico, qual seja a de transmitir o conhecimento contido na informação para todos que dele necessitam, mesmo que não tenham consciência dessa necessidade.

Responsabilidade social é o nome do jogo, e nele os profissionais da informação têm a oportunidade de realizar a missão de levar, mediante canais de comunicação formais e informais, a luz do conhecimento científico a todos os recantos onde possa iluminar atividades e atitudes, transformando vidas e oferecendo esperança a todos que sonham com dias melhores, para o planeta e os seres que nele habitam.

Gustavo Freire

EDITOR CIENTÍFICO