A CONSERVAÇÃO PREVENTIVA NOS CURSOS DE ARQUIVOLOGIA E BIBLIOTECONOMIA NA UNIRIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA A PARTIR DE DUAS AÇÕES1.

PREVENTIVE CONSERVATION IN ARCHIVAL AND LIBRARY SCIENCE COURSES AT UNIRIO: AN EXPERIENCE REPORT FROM TWO ACTIONS

Fabiano Cataldo Azevedo

ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2772-6621

Doutor em História pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Brasil. Professor Adjunto da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Brasil.

Email: barleus@gmail.com

1

A proposta para a escrita deste texto advém de um generoso convite da bibliotecária Luciana Napoleone e do Prof. Dr. Francisco Palleta. para participar do “VI Simpósio de Preservação e Conservação de Acervo: Biossegurança e Conservação de Livros e Documentos: protocolos e melhores práticas”. Isto se deu a partir de uma parceria entre o Grupo de Pesquisa “Estudos sobre Patrimônio Bibliográfico e Documental” (GPEPBD) e o Núcleo Interdisciplinar sobre Preservação (NIP), que integra o Laboratório Multidimensional de Estudos em Preservação de Documentos Arquivísticos (PDA), com a Comissão de Patrimônio Bibliográfico e Documental do CRB-8, o Departamento de Informação e Cultura da ECA-USP e o Observatório do Mercado de Trabalho em Informação e Documentação (OMTID/CNPq). Agradecemos a ambos por essa oportunidade.

Dedicamos esse trabalho a todos aos nossos professores e profissionais que em estágios, bem como em palestras e cursos, nos ensinaram a importância do ensino da Conservação Preventiva nos cursos de Biblioteconomia e Arquivologia. Evoé!

Agradecemos aos professores Bruno Ferreira Leite (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro)

Brenda Couto de Brito Rocco (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), Stefanie Cavalcanti Freire (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) pelas leituras críticas e sugestões.

Luciana Ferreira Martins

ORCID: http://orcid.org/0000-0002-0496-4312

Graduanda em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Brasil.

Email: luciana.martins@edu.unirio.br

RESUMO: Por causa da pandemia do Covid-19, bibliotecas e arquivos foram fechados, entretanto, a necessidade de reabertura e possíveis planos de retomada suscitaram dúvidas e questões em seus gestores e funcionários. O “Observatório de Opiniões” foi criado com o objetivo de, além de mapear essas dúvidas e questões, identificar os riscos aos quais esses acervos estão expostos. Os “Seminários UNIRIO: Gerenciamento de Risco e Biossegurança em Bibliotecas e Arquivos no contexto do Covid-19” foi um evento online ocorrido durante os meses de junho a outubro, organizado pelo “Observatório”, com palestras com especialistas e tendo como intuito a geração de conteúdos confiáveis e que pudessem servir de referência a curto e médio prazos. Para isso, todas as palestras foram gravadas e disponibilizadas. A coleta desses dados foi feita através de um formulário Google com perguntas abertas. A maioria das dúvidas/questões levantadas pelo “Observatório” e no “Seminários UNIRIO” demonstram a importância do ensino de conservação preventiva na formação de bibliotecários e arquivistas e como a preservação não é uma questão alheia à rotina da gestão de unidades de informação.

PALAVRAS-CHAVE: Conservação Preventiva; COVID-19; Documentação.

ABSTRACT: Because of the COVID-19 pandemic, libraries and archives have been closed and their librarians and archivists needed to create a reopening plan. This raised many doubts and questions among them. To map these doubts and issues, and also identify the risks to which these collections are exposed, the “Observatório de Opiniões” was created. A Google form with open questions was used to collect the data. The “UNIRIO Seminars: Risk Management, Biosafety in times of Covid-19” was an online event that took place from June to October. It was organized by the “Observatório”, with lectures from specialists in risk management, biosafety and preservation. This event had the purpose of collecting reliable and scientific information that could serve as a reference/guide to those reopening plans. Therefore, all lectures have been recorded and have been made available. The data collected by the “Observatório” and most of the doubts/questions gathered by the “UNIRIO Seminars” demonstrate the importance of preventive conservation taught in library and archival science courses, and also how preservation is a part of routing of managing and caring for teaching preventive conservation in the training of librarians and archivists. The data also indicate how preservation is not an issue outside the routine of management of information units/libraries/archives.

Keywords: Preventive Conservation; COVID-19; Documentation.

1 Introdução

Compreende-se que a preservação, hoje, abrange não apenas o documento/suporte, mas a função social da informação materialmente registrada no suporte. Não se atém apenas à causa do dano, mas às consequências do dano. Não é mais uma atividade de cunho individual, de intervenção artesanal, mas uma cooperação científica, interdisciplinar e política. A pergunta não seria mais apenas “como preservar”, mas “por que preservar”, como ensina Gäel de Guichen. O profissional que responde pelos acervos de arquivo e bibliotecas, logo, também responsável pela preservação da informação custodiada, deve, entre outras funções, reconhecer a possibilidade de deterioração dessa informação, o risco de sua perda e a consequência de ambas. (SILVA, 2011, p. 241, grifo nosso).

O objetivo deste texto, que seguirá como um relato de experiência, é narrar a criação e o desenvolvimento do projeto “Observatório de Opiniões” e do “Seminários UNIRIO: Gerenciamento de Risco e Biossegurança em Bibliotecas e Arquivos no contexto do Covid-19”, atividades vinculadas ao Núcleo Interdisciplinar sobre Preservação (NIP), que integra o Laboratório Multidimensional de Estudos em Preservação de Documentos Arquivísticos (PDA), e com apoio do “Grupo de Pesquisa Estudos sobre Patrimônio Bibliográfico e Documental” (GPEPBD).

A motivação dessas duas ações incide na consciência de nosso papel como servidores públicos e professores de cursos na área de Ciências Sociais Aplicadas. Ou seja, formamos profissionais que atuam em intuições depositárias do patrimônio bibliográfico e documental analógico e em ambiente digital no país.

No cenário da gestão de bibliotecas e arquivos, a pandemia de SARS-CoV-2 (a partir daqui apenas Covid-19) evidenciou, ou talvez tenha apenas acentuado, a necessidade de competências às vezes básicas. Algo que muitos de nós que pesquisamos e lecionamos Conservação Preventiva já vínhamos, há tempos, observando em outros contextos, como, por exemplo, nos casos de roubos e furtos nessas unidades de informação, que muitas vezes poderiam ser prevenidos - tanto a ação em si quanto a própria descoberta. Como? Com recursos financeiros elevados? Alta tecnologia? Não, mas com simples ações de boas práticas de gestão associadas a conteúdos de Gerenciamento de Riscos, a propósito.

Essas duas ações, expostas por meio de um relato, representam a ponta de um iceberg que tem na sua base as características impressas nos atributos do ensino de Conservação Preventiva nos cursos de Biblioteconomia e Arquivologia da UNIRIO. Nesse conjunto está nosso constante contato com profissionais que atuam em gestão, seja por meio de diálogos diretos, convites para palestras, como parte do plano de aula e parcerias, como a que existe há pelo menos quatro anos com a Comissão de Patrimônio Bibliográfico e Documental do CRB-8.

Desse modo, será inevitável tecer algumas reflexões que endossam nossa filosofia da necessidade de o bibliotecário e o arquivista terem em suas graduações conteúdos de Conservação Preventiva. Para ambos, como futuros gestores, é de maior valia do que privilegiar, por exemplo, tópicos como práticas de restauração.

Obviamente que este não é um assunto que se esgota em si2, e nem é nossa intenção. Muito menos polemizar, apontar, criticar, etc. Afinal, não somos gestores, logo, não alcançamos os emaranhados da administração na prática. Todavia, como professores, sobretudo, temos o dever de aproveitar oportunidades como esta de suscitar e estimular o debate, regularmente difícil até mesmo dentro da universidade.

Além desta introdução, o texto preliminar está dividido em mais duas seções. Na seção 2, de forma panorâmica, apresentaremos o contexto que resultou neste trabalho; e na seção 3 elucidaremos o que consiste o “Observatório de Opiniões” e exporemos pela primeira vez os dados de pesquisa ainda brutos e preliminares; e, por fim, discorreremos sobre o “Seminários UNIRIO: Gerenciamento de Riscoe Biossegurança em Bibliotecas e Arquivos”.

2 O Conceito

O início da pandemia trouxe consigo vários desafios também para bibliotecas3 e arquivos que vão muito além da simples resposta de abrir ou não as portas e em quais condições. Uma investigação futura poderá verificar melhor essas informações, mas que pareciam ser questões específicas do contexto. Entretanto são, na realidade, problemas advindos ou potencializados por ausência de ações e medidas prévias, como, por exemplo, a falta de políticas de segurança, ausência de monitoramento ambiental, rotinas de higienização.

Sem entrar no mérito da questão de responsabilidades - pois isso não nos compete -, a partir do que estávamos acompanhando, tínhamos muitas percepções convergentes e algumas redundavam numa única reflexão já antiga: a falta do conteúdo de Conservação Preventiva na formação de bibliotecários e arquivistas estava causando muitos questionamentos entre estes profissionais4.

Na maior parte das vezes eram dúvidas, como sobre a necessidade do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), Biodeterioração e, consequentemente, Biossegurança5, os cuidados sanitários necessários na devolução de livros emprestados, limpeza de sistemas de ventilação, monitoramento e gerenciamento ambiental e até de higienização.

Mesmo que de forma empírica, certamente essa é uma pesquisa que precisará ser feita, uma vez que notávamos que algumas dúvidas eram parte do conteúdo ensinado em nossas disciplinas voltadas para a Conservação Preventiva. Disciplinas essas, lamentavelmente, que em alguns cursos não são compreendidas como essenciais para a formação do arquivista e do bibliotecário. Inclusive, por vezes, encaradas como algo acessório e opcional. Supomos que a resposta para isso possa estar na incompreensão conceitual entre o que é conservação, restauração e conservação preventiva, assim como os papéis de cada profissional.

Essa foi, a propósito, a razão pela qual passamos a estabelecer diálogos cujos objetivos estavam em buscar inter-relações acerca dos conteúdos dos nossos planos de aula, o que proporcionou trocas de bibliografias e participação em bancas, e evidenciar entre os pares, a partir de nossa própria universidade, a relação da Conservação Preventiva com a gestão de unidades de informação, como chama atenção a epígrafe usada para abrir este texto.

Ao falar do ensino de preservação6, ainda que desrespeitando o princípio de equidade das seções, cabe aqui uma breve digressão sem a qual não é possível compreender as razões que nos levaram a desenvolver as ações expostas aqui e muito menos a aproximação entre as áreas.

No que concerne ao curso de Arquivologia da UNIRIO há duas disciplinas voltadas diretamente para o ensino da preservação de documentos analógicos: Conservação Preventiva de Documentos e Restauração de Documentos7.

Com relação à Conservação Preventiva de Documentos, lecionada anteriormente pelo professor Sérgio Conde de Albite Silva, esta permanece sendo ofertada initerruptamente. Atualmente, sem deixar de cumprir a ementa prevista, a disciplina vem agregando conteúdos e práticas relativas à gestão de riscos.

Já sobre a preservação digital, o curso não possui disciplinas obrigatórias e optativas que tratem diretamente da preservação em ambiente digital. Porém, acreditamos que tal temática pode ser abordada em disciplinas optativas como “Informática Aplicada à Arquivística” e “Gestão Eletrônica de Documentos Arquivísticos”. Entretanto, essa abordagem depende do perfil do docente ministrante, pois as ementas das disciplinas são amplas e não especificam o tema “preservação em ambiente digital”. Procura-se, dessa forma, conscientizar, via o laboratório PDA, a importância e atualidade dessa temática e, também, proporcionar aos alunos acesso às questões que englobam os documentos em ambiente digitais e sua preservação.

A defesa em prol do ensino de conteúdos de Conservação Preventiva nos cursos de Biblioteconomia e Arquivologia da UNIRIO não é algo recente. No ano de 2001, a Escola de Biblioteconomia da UNIRIO, em parceria com o Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos (CPBA), realizou, na cidade do Rio de Janeiro, nos dias 28 e 29 de junho, o “I Encontro sobre o Ensino de Preservação”. Dentre os objetivos do evento estava “promover uma reflexão sobre a importância do ensino da Preservação como disciplina obrigatória nas aéreas de Documentação [...]” (ENCONTRO, 2012).

Na sequência desse debate, na conjuntura do curso de Biblioteconomia da UNIRIO, a disciplina “Políticas de Preservação de Acervos Bibliográficos”8 passou a fazer parte do currículo como resultado da reforma curricular ocorrida em 20109. Naquele momento foi considerada uma vitória – e de fato é – a inclusão desse conteúdo curricular no curso.

Quando a disciplina foi criada decidiu-se pela obrigatoriedade apenas para um dos três eixos do curso de Bacharelado, ou seja, “Biblioteconomia em Memória, Patrimônio e Cultura” (eixo 1), “Biblioteconomia em Ciência e Tecnologia” (eixo 2) e “Biblioteconomia para Gestão da Informação em Organizações” (eixo 3); a decisão foi torná-la optativa10. No entanto, para o curso de Licenciatura, ela foi instituída como obrigatória.

Na tentativa de retomar a discussão, sobretudo, porque em 2010 a reforma curricular do curso havia incluído a disciplina, em 2012 aconteceu “II Encontro sobre Ensino de Preservação: Biblioteconomia, Documentação e Preservação de Acervos de Memória na Cidade do Rio de Janeiro”. Este evento foi uma iniciativa da Escola de Biblioteconomia da UNIRIO com o apoio do Museu de Astronomia e Ciências Afins e da Fundação Casa de Rui Barbosa11. Seu objetivo, expresso no programa, foi “[...] de formalizar recomendações técnicas sobre a formação, o diálogo, a ética e as responsabilidades dos profissionais comprometidos com a Preservação [...]” (ENCONTRO, 2012).

No programa integraram mesas interdisciplinares com professores dos cursos de Arquivologia, Museologia, Biblioteconomia e de Conservação-Restauração. Ao longo de três dias, essas áreas discutiram pontos em comum e desafios relacionados ao ensino da preservação em seus cursos. Como ato espontâneo dos presentes, na plenária final foram redigidas recomendações “para promover e assegurar a longevidade, a difusão e o acesso a acervos de memória” (RECOMENDAÇÕES, 2012).

Dentre as dez recomendações atinentes a este texto, gostaríamos de chamar a atenção para seis:

1. Tornar obrigatório o ensino da Preservação, como disciplina específica, nos cursos de graduação em Biblioteconomia, Arquivologia, Museologia e afins;

2. Favorecer aproximações entre as graduações em Biblioteconomia, Arquivologia, Museologia e afins e a Pós-graduação, estimulando a articulação do ensino e da pesquisa em Preservação;

3. Focar o ensino da Preservação no âmbito da gestão e curadoria de acervos, e não no ensino orientado para ações intervencionistas;

4. Fortalecer, no ensino da Preservação, conteúdos sobre “Segurança de Acervos”” e “Educação Patrimonial”, enfatizando, sempre, a ação preventiva;

5. Estimular o desenvolvimento de competências e habilidades dos graduandos de Biblioteconomia, Arquivologia, Museologia e afins, como gestores de acervos, aptos a deliberar em processos decisórios, como curadores, pesquisadores e estudiosos dos bens sob sua guarda;

6. Formalizar diretrizes, conceitos e competências relativas a ações de preservação – prática que deve ser considerada e reiterada desde o período de formação do gestor e curador de acervos (RECOMENDAÇÕES, 2012, grifos nossos).

Não obstante o desejo de dissecar cada um desses seis pontos – isto deixamos para outros pesquisadores que podem, inclusive, estudar o contexto dos dois Encontros – para fins deste texto, essas recomendações servem como elemento ilustrativo sobre tudo o que dissemos até o momento.

Muitos pontos dessas recomendações já vinham sendo seguidos na disciplina de “Políticas de Preservação de Acervos Bibliográficos”, pois desde o primeiro plano de aula buscou-se a interdisciplinaridade por meio de frequentes palestras de conservadores-restauradores12 e bibliotecários gestores. Isto, além de aproximar os alunos da realidade, também colaborou para endossar a necessidade da relação ética entre os profissionais e esclarecer as competências e os limites da atuação do bibliotecário.

A partir da ementa, a construção do plano de aula (que sofreu várias alterações ao longo do tempo) privilegia a Conservação Preventiva e a perspectiva do bibliotecário como gestor da preservação. Como recurso metodológico passamos a ancorar a disciplina em duas outras, isto é, “Formação e Desenvolvimento de Coleções” e “Organização e Administração de Bibliotecas” – razão pela qual os docentes responsáveis sugerem que na próxima reforma curricular haja uma reflexão sobre a viabilidade da instituição dessas duas disciplinas como pré-requisito.

Para isso, a metodologia utilizada tomou os princípios do Gerenciamento de Riscos como fio condutor da disciplina, além de reforçar a relação com a disciplina “História do Livro e das Bibliotecas”, pois faz parte do seu conteúdo tópicos sobre a relação história do bibliotecário com a preservação do patrimônio bibliográfico, o que permite uma tomada de consciência.

Graças a isso, contudo, ao longo do tempo e do processo de construção da disciplina e a partir do trabalho desenvolvido pelos Professores Fabiano Cataldo e Stefanie Cavalcanti Freire foi se tornando cada dia mais evidente a necessidade de sua obrigatoriedade para todos os eixos. Um fato que vem sendo constato também pelos próprios alunos13.

Tomando-nos como elemento para endossar nosso discurso acerca da necessidade dos conteúdos de Conservação Preventiva, acreditamos que pode ter colaborado o fato de que os Professores Bruno Ferreira Leite, Fabiano Cataldo de Azevedo e Stefanie Cavalcanti Freire serem egressos da UNIRIO e terem tido contato com a disciplina, que na época era lecionada pelo Prof. Sérgio Conde de Albite Silva. E, para complementar a percepção da Conservação Preventiva igualmente fundamental para esse campo, a Profa. Brenda Couto de Brito Rocco, formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), trouxe consigo também a experiência de nove anos no Arquivo Nacional.

Em 2019, com o objetivo de retomar o debate estimulado pelo “II Encontro sobre Ensino de Preservação: Biblioteconomia, Documentação e Preservação de Acervos de Memória na cidade do Rio de Janeiro” e, de uma forma didática, elucidar entre os alunos e nossos pares o papel da Conservação Preventiva na formação dos alunos, provemos o Seminário “O ensino de preservação de acervos na UNIRIO: confluências entre a Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia” (Fig. 1).

Apesar da extensão dessa seção, ela foi necessária por quatro razões: primeiro, para evidenciar nossa percepção dos efeitos da falta de conteúdos de Conservação Preventiva nos cursos de Biblioteconomia e Arquivologia; segundo, refletir como a ausência desse conteúdo pode ser a causa das dúvidas geradas pelos profissionais; terceiro, contextualizar a criação do “Observatório de Opiniões” e do “Seminários UNIRIO: Gerenciamento de Risco e Biossegurança em Bibliotecas e Arquivos”. E, por fim, relatar que essas ações não surgiram apenas por causa da pandemia, mas tomaram-na como ponto de reflexão.

3 O “observatório de Opiniões” e os “Seminários UNIRIO: Gerenciamento de Risco e Biossegurança em Bibliotecas e Arquivos no contexto do Covid-19”14

O ano de 2020 não sairá de nossas memórias coletivas por muito tempo. No dia 13 de março de 2020, fomos surpreendidos por um decreto de lockdown, medida de prevenção ao Covid-19. Aquilo que julgávamos durar algumas semanas, afastou, a todos nós, professores universitários, de nossos ambientes de trabalho. Nesse contexto, também várias bibliotecas foram fechadas.

Retomando o que foi exposto anteriormente, desde o início da pandemia, pela necessidade de construírem planos para retomadas das atividades nas bibliotecas e arquivos, passamos a receber demandas de bibliotecários e arquivistas com as mais diversas dúvidas.

Notamos também, ainda que empiricamente falando, uma circulação de informações truncadas e pouco condizentes com teor científico, o que exprimia um desconhecimento de aspectos básicos de Conservação Preventiva.

Instigados por essa circunstância, realizamos reunião cujo objetivo era pensarmos como poderíamos oferecer nossa colaboração à sociedade, do mesmo modo que outros profissionais estavam fazendo em razão desse momento.

Nesse sentido, o primeiro passo foi planejar como poderíamos colher as dúvidas. Nessa sequência surge o “Observatório de Opiniões”. Por que “opiniões”? Porque inicialmente acreditávamos que seria uma forma mais ampla de atrair o interesse dos profissionais, e porque também estávamos interessados em saber o que pensam e como estão resolvendo alguns problemas.

3.1 O “Observatório de Opiniões”

Vinculado ao NIP15 do PDA, seu objetivo é identificar quais riscos os acervos estão expostos nesta conjuntura.

Para isso, criamos um formulário16 Google (Fig. 2) - com opções de ficar incógnito ou se identificar - geralmente com perguntas abertas para deixar o respondente à vontade para manifestar sua opinião e/ou dúvida. Assim, como um verdadeiro observatório, podemos conhecer algumas inquietações do nosso público-alvo (estudantes, trabalhadores do campo da preservação, pesquisadores e pessoas em geral interessadas no assunto).

Compreendemos que captar essas questões/opiniões em forma de observatório foi e será importante para identificarmos assuntos, problemas, etc., que estão acontecendo fora da universidade. Isso tem nos permitido incluir determinadas abordagens em nossos planos de aula e até mesmo propor temas para nossos orientandos, o que pode configurar como ações de pesquisa e ensino. Outra via é propor eventos com a presença de especialistas que possam debater a temática, como foi o caso do “Seminários UNIRIO [...]”.

Esse movimento extramuros, além da experiência que nos traz como docentes, é uma forma muito importante de extensão, ou seja, com isso temos oportunidade de uma retroalimentação, pois, por meio das palestras apresentamos algumas sugestões e recomendações e as dúvidas que surgem igualmente abrem caminhos para outros olhares.

No total de 62 respostas recebidas até o dia 08 de setembro de 202017, três pessoas responderam que “talvez”, seis responderam que “não” e 56 indicaram que “sim”, conforme o Quadro 1.

1

A maioria do acervo tem baixo uso.

2

A segurança do espaço físico, ausência de supervisão das áreas do acervo para evitar danos.

3

Archiveros enfermos, archivos abandonados, ambos en riesgo.

4

Climatização errada; possível aparecimento de fungos, bactérias, traças, formigas; deterioração do acervo sem cuidados diários; etc.

5

Como a maioria das bibliotecas estão fechadas no momento e o pessoal atuando em home office, acredito que pelos acervos estarem “sozinhos” estão sujeitos a todo tipo de risco: furtos, vazamentos, alagamentos, incêndios, proliferação de agentes biológicos degradantes, etc.

6

Como decía anteriormente sobre todo los objetos patrimoniales.

7

Considero o uso dos acervos uma forma de preservação. Ao caminhar por entre as estantes, o bibliotecário, auxiliar, funcionário pode observar o aparecimento de pragas, verificar a disposição dos livros e acompanhar o seu estado de conservação mais de perto. Com as bibliotecas e centros de documentação fechados essa possibilidade não existe. Isso sem contar com os possíveis roubos e furtos em acervos sem a movimentação de pessoas nas instituições.

8

Contágio entre pessoas e contaminação dos acervos por infectados.

9

Contaminação.

10

Contaminação e transmissão da doença.

11

Contaminação no papel através da circulação de livros para empréstimo. As bibliotecas públicas e comunitárias têm pouco recursos. Não terão equipamentos de EPI, máscaras, álcool gel, luvas para os funcionários e nem condições adequadas e material para se fazer a higienização dos livros.

12

Contaminação pelo manuseio dos acervos sem o uso de equipamento de proteção individual.

13

Contaminação pelo manuseio dos itens dos acervos que são armazenados em ambientes fechados.

14

Contaminação, furto ou roubo.

15

Contato com usuários, ambientes fechados, ambientes refrigerados, etc.

16

Degradação física, roubo e/ou extravio.

17

Deterioração do acervo.

18

Devido à ausência de monitoramento, podem ocorrer incêndio, contaminação por fungos e vazamentos.

19

Em diversos âmbitos: segurança, fungos, furto, vazamentos...

20

Enquanto estiverem trancados sem a presença de pessoas estão livres do Covid. No entanto, o fato de estarem trancados, pode maximizar a proliferação de outros agentes deteriorantes como fungos, bactérias, entre outros.

21

Falta de manutenção.

22

Funcionários afastados, acervo isolado.

23

Humedad, luz, alimentos en bibliotecas cerradas. Por que este microorganismo es silencioso y va estar siempre allí si no se tienen las medidas de prevención.

24

Imprevistos e acidentes. Quem está supervisionando sua guarda?

25

Incêndio e furto.

26

Incêndio, parasitas, furtos, enchentes.

27

Infestações, desequilíbrio em relação à temperatura ideal de manutenção do acervo.

28

Literatura.

29

Más bien pienso que los propensos al riesgo somos las personas, porque podemos contraer la enfermedad al manipular algún documento o libro que tenga el virus.

30

Mofos, traças e fungos que acometem normalmente o acervo. Entretanto, com o fechamento, a manutenção, ou tentativa de mantê-la, fica comprometida.

31

No caso das bibliotecas, os materiais, por serem passíveis de empréstimo domiciliar, podem ser veículos de contaminação, podendo transportar o vírus em suas superfícies. O uso de bibliotecas também se constitui em risco para as pessoas por serem locais de aglomeração.

32

No meu ver como conservadora, a questão é se os acervos já tiveram contato anteriormente e poderá ou não ser um risco no retorno das atividades. Algumas ações estarão mais evidenciadas como uso de EPIs, a higienização do ambiente, o número de pessoas nas salas de pesquisa, ações essas para tentar minimizar qualquer alastramento de contaminação. E, como já colocaram, o material deverá ficar numa “quarentena” para ser disponibilizado novamente. Muitas coisas a serem pensadas nessa situação atípica e complexa.

33

Nos livros. Nas roupas daqueles que trabalham em museus, bibliotecas, arquivos, etc.

34

O risco é o manuseio dos objetos e a possível transmissão que o vírus que pode causar.

35

O risco maior, neste momento, considero que seja a segurança, que certamente está mais precária. Além disso, e não menos importante, o risco de contaminação, pelo fato de o acervo não estar sendo monitorado de perto como habitualmente.

36

Os acervos fechados estão sujeitos a acúmulo de poeira, fungos e outros organismos que podem impactar a preservação do papel e outros materiais iconográficos.

37

Os riscos ocorrem tanto no período de fechamento quanto no retorno das atividades. Caso os espaços, mesmo fechados, não tenham rodízio de funcionários fazendo o controle do ambiente e acervos, os acervos correm risco de umidade, proliferação de fungos, etc. No retorno, inúmeros cuidados devem ser tomados para que o ambiente esteja propício à volta das atividades sem que ocorram danos ao quadro funcional, acervos e usuários.

38

Por conta da falta de gerenciamento, há possibilidades maiores de sinistros diversos. Seja por incêndio, proliferação de roedores, fungos, inundações. Enfim, o impacto aumenta nesse sentido. Por outro lado, o acervo se manterá preservado pelo menor tempo de manuseio, evitando degradação física.

39

Por conta do necessário isolamento social que a sociedade precisa cumprir, bibliotecas e arquivos devem permanecer fechados - sem a presença diária de funcionários - durante um período não previsto de tempo. Em vista disso, os acervos estão sujeitos a riscos como vandalismo, roubos, vazamento e/ou estouro de canos, infiltrações, grandes volumes de chuva e até mesmo danos consequentes de temperatura e umidade não controlada.

40

Por ejemplo, problemas en el edificio por falta de supervision, alguna filtración de agua o falla elecrtica; pero también el miedo, ignoracia y negligencia que la propia enfermedad puede generar respect a la interacción con los acervos documentales. Otro problema que se acerca rápidamente es el de los recortes presupuestales y la crisis económica que dejará totalmente desprotegida al ambito cultural en general.

41

Por la ignorancia de los trabajadores, usuarios y las personas en general ya que pueden dañar el patrimonio documental tanto al hacer una desinfección incorrecta, o permitir que lo lleguen a destruir otras personas pensando que contagiaran a las personas.

42

Por ser espacios cerrados además, si el personal y/o usuario no cuenta con capacitación acerca de protocolos sanitarios propios de su institución.

43

Porque as coleções e arquivos de nossa biblioteca são negligenciados em nossas casas quando se trata de higiene e conservação.

44

Quando no momento de circulação pelo empréstimo e devolução. Considerando estudos que constataram que o vírus sobrevive no papel, o livro não só é manuseado pelo leitor como ele é transportado pelo mesmo para diferentes lugares durante o período de empréstimo. Não se pode ter certeza se o leitor possui cuidados necessários tanto com a higiene de suas mãos e seus pertences, como bolsas e sacolas, bem como com as superfícies nos locais onde ele deixa o(s) livro(s) emprestado(s). Podemos considerar também que as pessoas utilizam a saliva para virar as páginas dos livros. Sendo que, na devolução, os funcionários têm contato com esse livro. E mesmo ao seguir as orientações publicadas de colocar os livros em “quarentena”, muitas vezes em bibliotecas pequenas, a partir do momento em que o(s) livro(s) é(são) devolvido(s), o(s) mesmo(s) fica(m) exposto(s) dentro do mesmo local em que os funcionários passam o dia todo trabalhando, o que pode não ser recomendado. A orientação de limpeza das capas dos livros com álcool não serve também para a parte interna, que também é manuseada pelos leitores e, algumas vezes, por outras pessoas também.

45

Relativos à preservação do acervo.

46

Risco à segurança dos acervos, risco à preservação dos documentos (infestações, alterações de temperatura, sujidade, etc.), dentre outros.

47

Risco de incêndio, contaminação por fungos e bactérias, ação de pragas, entre outros.

48

Riscos relacionados a “não presença” de alguém que possa vistoriá-los constantemente (como é o caso da minha biblioteca). Não tem ninguém no local. Fungos, pragas, excesso de sujidades, bom funcionamento do ar condicionado, vazamentos.

49

Sim, mas sobretudo no caso dos documentos em tramitação. Considerando que as nossas bibliotecas estão fechadas para consulta, assim como nosso Arquivo Permanente, são os processos em tramitação que estão expostos à contaminação, visto terem contato com os servidores que estão sujeitos aos transportes públicos. Há também os Prontuários de Pacientes no HUGG que circulam no hospital, sobretudo aqueles referentes à assistência médica prestada aos pacientes com Covid 19. Nestes casos, os Prontuários estão sendo transportados por profissionais treinados especificamente para esse fim, com EPIs, acondicionamento diferenciado e em postos em quarentena em lugar isolado dos demais prontuários e servidores.

50

Sinistros, furtos, degradação por umidade e temperatura incorretas, contaminação microbiológica, ataque de insetos e contaminação de acervo em empréstimo pelo Covid-19.

51

Todo los que surgen de la ausencia de personas en los lugares de almacenamiento: presencia de roedores e insectos, filtraciones, incendios, vandalismo.

52

Todos que sofreram manuseio ou desinfestação inadequada.

53

Transmissão direta.

54

Transmissão do vírus através das obras e materiais da biblioteca e também dos espaços ocupados como cadeiras, mesas, cabines. Além de ser um espaço onde pessoas se aglomeram para estudar, trocam seus materiais escolares e seus textos.

55

Transmissão para outro hospedeiro, no caso de não ser higienizado. Se o vírus continuar vivo por mais de minutos poderá ser transmitido ao que tocar no acervo. Dúvidas infinitas.

56

Vírus nas mãos dos usuários que leva e trás.

3.2 OS “Seminários UNIRIO: gerenciamento de risco e biossegurança em bibliotecas e arquivos no contexto do covid19

O contexto para a criação desse evento foi narrado na seção anterior, portanto, nosso objetivo aqui será complementar as informações numa sequência narrativa, como é a proposta deste relato de experiência.

Por causa das inúmeras dúvidas que profissionais de arquivo e biblioteca vinham manifestando e com base em alguns dados preliminares do “Observatório de Opiniões” e tomando como referência o título do Seminário passamos a realizar os convites. A seleção se baseou nos seguintes critérios: profissionais que já tínhamos contato por participar como palestrantes em nossas aulas, os que realizassem pesquisas dentro de algum aspecto dos assuntos evocados no título do evento e os que fizessem parte de instituições de referência. É necessário mencionar e agradecer, pois todos foram absolutamente solícitos para nos atender.

As mediações foram decididas pelo contato prévio com os palestrantes e o conhecimento de suas pesquisas, o que facilitou sobremaneira a dinâmica e, também, porque era uma oportunidade de levar as questões do “Observatório de Opiniões”, além de assuntos que nós mesmos percebíamos ao longo das semanas que antecedia uma seção. Essa maneira de conduzir também nos permitiu, mais uma vez de forma bastante didática, reforçar a diferença que os conteúdos de Conservação Preventiva fazem na formação de arquivistas e bibliotecários.

Nosso foco principal foi colaborar com a sociedade realizando um evento que pudesse gerar conteúdos confiáveis e que de algum modo pudessem servir de referência a curto e a médio prazo dentro desse cenário de pandemia.

Poucos de nós tínhamos, à época, experiências em organização de eventos online, o que, sem dúvida, no primeiro momento nos causou impacto. Todavia, além de nós quatro - os professores das disciplinas de Conservação Preventiva – precisávamos de uma plataforma de qualidade. Assim, a partir de uma parceria prévia, a cientista social Nathalia Henrich18, curadora da The Oliveira Lima Library situado na The Catholic University of America, nos ofereceu sua conta institucional no Zoom, o que nos possibilitou aceitar um número maior de inscritos, além de nos ajudar em todas as sessões. Somaram-se à equipe de realização as discentes Luciana Ferreira Martins19 (Biblioteconomia) e Cynthia Cavalcante (Arquivologia) e a bibliotecária Eva Medvedeff, que colaboraram também em diferentes frentes do Seminário.

Com exceção da última palestra, todas foram realizadas com prévia inscrição e a gravação posteriormente vinculada à página do Facebook do PDA20. Para divulgação e inscrições criamos um site21, que no pós-evento tornou-se um ponto de referência e preservou a memória do evento. No geral, os inscritos participaram com perguntas feitas no chat, e, entre nós, percebíamos uma baixa incidência de dúvidas especificamente relacionadas ao Covid-19, o que, em certa medida, corroborou com nossa premissa.

A série de palestras começou no dia 16 de junho de 2020; o primeiro convidado foi o biólogo chileno Yerko Quitral, pois, devido as suas atividades prévias com biossegurança, estava desde o início da pandemia fazendo algumas observações acerca dos protocolos que estavam em desenvolvimento. Ele, inclusive, disponibilizou um artigo inédito especialmente para nosso Seminário22. A mediação ficou sob a responsabilidade do Prof. Fabiano Cataldo. Do total de 185 inscritos, 183 registraram presença23 e o vídeo teve, até 2 abril de 2023, 393 visualizações24.

Na sessão seguinte, no dia 25 de julho, o Prof. Bruno Leite mediou a nossa maior referência em gerenciamento de riscos, José Luiz Pedersoli Jr. (ICCROM), que apresentou a palestra “Percepção e gestão de riscos à saúde e aos acervos bibliográficos e documentais: um paralelo”. Com uma abordagem muito dinâmica, apresentou um diálogo que aproximou as realidades de bibliotecas e arquivos. A atividade contou com 383 inscrições, das quais 207 pessoas registraram presença. O vídeo teve, até 2 abril de 2023, 1.100 visualizações25.

A conservadora-restauradora da Fundação Biblioteca Nacional, Jandira Flaeschen, proferiu a palestra “Conservação Preventiva em bibliotecas e COVID-19: ações e reflexões” com uma abordagem, na qual dirigiu um olhar mais amplo, para além da própria instituição, porém, ainda muito centrado na realidade das bibliotecas, o que despertou também muitas perguntas dos profissionais presentes. A sessão aconteceu no dia 4 de agosto de 2020, sendo mediada pela Profa. Stefanie Freire, e teve como debatedora a bibliotecária Luciana Napoleone, cuja participação foi possível mediante a proposta de uma parceria entre a Comissão de Patrimônio Bibliográfico e Documental do CRB-8, o Departamento de Informação e Cultura da ECA-USP e do Observatório do Mercado de Trabalho em Informação e Documentação (OMTID/CNPq). Para nós foi algo verdadeiramente honroso e estrategicamente positivo, uma vez que a participação de um representante de um órgão de classe nos proporcionou maior proximidade com os profissionais da área. A atividade teve um total de 457 inscrições, das quais 207 pessoas registraram presença. O vídeo, até hoje [2 de abril de 2023], teve 689 visualizações26.

A inclusão da discussão da preservação digital teve o objetivo de suscitar o debate acerca do que estava sendo produzido no nosso contexto de bibliotecas e arquivos e que, dadas as circunstâncias, estavam sendo produzidas unicamente em ambiente digital. A sessão seguinte e a última nos proporcionaram isso.

A palestra “O futuro dos arquivos e o risco da amnésia digital”, proferida por Adriana Hollós (Arquivo Nacional) no dia 8 de setembro de 2020, contou com a mediação da Profa. Brenda Rocco que, além de ter pertencido a mesma instituição, se dedica à pesquisa do tema e, por isso, pode propor questões bem mais direcionadas. A presença da bibliotecária Luciana Napoleone, mais uma vez como debatedora, foi importante para traçar paralelos com as bibliotecas. Houve um total de 542 inscrições, mas apenas 203 pessoas registraram presença. O vídeo, até hoje [até 2 de abril de 2023], teve 789 visualizações27.

No dia 22 de setembro de 2020, Tiago César (Arquivo Nacional), mediado pela Profa. Stefanie Freire, apresentou a palestra “Gerenciamento de riscos no Arquivo Nacional dentro do contexto do Covid-19”. Essa sessão foi uma volta ao contexto analógico com a retomada de alguns dos pontos expostos por Perdersoli. Tiago, com sua fala muito elucidativa, trazendo um exemplo real, mostrou aos presentes a importância do planejamento. Para essa sessão 309 pessoas se inscreveram e 134 registraram presença. Até o dia até 2 de abril de 2023, na página no PDA no Facebook, a palestra possui cerca de 633 visualizações.

No dia 6 de outubro, a preservação digital voltou com a participação de Miguel Arellano (IBICT) na última sessão com a palestra “O que falta para você preservar digitalmente seus arquivos?”, e foi transmitida, sem inscrição prévia, diretamente na página do Facebook do PDA. A mediação ficou sob a responsabilidade da Professora Brenda Rocco que propôs uma discussão sobre a segurança e a preservação da informação que nós, servidores públicos, estamos produzindo em casa durante a pandemia.

Em todas as palestras tivemos a presença de bibliotecários, arquivistas, museólogos, conservadores-restauradores. A proporcionalidade entre eles não é possível obter pela imprecisão dos dados. Notamos também a participação de profissionais e estudantes e ambos participaram com questionamentos. Em vários momentos trouxemos aos palestrantes questões cotejadas no “Observatório de Opiniões”.

Apesar de imprecisas, as diferenças de público entre palestra era algo a se esperar, considerando que os palestrantes alternaram suas abordagens sobre bibliotecas e arquivos, bem como acervos analógicos e digitais. Notamos também o que pareceu ser um aumento de lives sobre o tema a partir de junho, fato altamente positivo, pois aos poucos outros colegas foram percebendo a necessidade de manter o debate ativo e, assim, proporcionaram excelentes eventos com abordagens múltiplas.

Endossando o exposto anteriormente, nosso foco não foi alcançar um alto número de inscrições, mas produzir um material que pudesse servir de apoio aos bibliotecários e arquivistas e, pelo número de visualização, podemos supor que o resultado tem sido positivo.

4 Considerações finais

Na primeira parte deste texto comentamos o contexto que nos conduziu à realização do “Observatório de Opiniões” e “Seminários UNIRIO [...]”; nela argumentamos sobre a importância do ensino de conteúdos de Conservação Preventiva nos cursos de Arquivologia e Biblioteconomia. A partir de observações, ainda iniciais, que determinados questionamentos de profissionais atuantes nessas áreas, feitos a partir da necessidade de gerar protocolos de segurança em razão do Covid-19, são resultado do que ocorreu na graduação.

Não somos gestores, e foi como docentes, teóricos, que fizemos essas reflexões. Para nós, é inevitável não perceber a questão do ensino. Ver as dúvidas dos profissionais nos faz questionar também como e o que estamos ensinando. A nossa escolha em usar os princípios do gerenciamento de riscos como guia metodológico para conduzir nossas disciplinas tem se mostrado até o momento como positivo, sobretudo, porque é uma forma de o aluno encontrar o sentido que muitos profissionais já perderam ou sequer adquiriram: a preservação não é alheia à rotina da gestão de unidades de informação.

Devemos ter o compromisso em preservar, mas não apenas no sentido de lacrar, fechar, não dar acesso, pois esse é a caminho sempre mais fácil. A preservação de documentos jamais fará sentido se não consideramos o “para quem”, e ao considerarmos esse indivíduo devemos pensar nele como um personagem do passado, do presente e do futuro.

Escrever este texto nos colocou diante de uma oportunidade de retomar o assunto do ensino da preservação, um debate de longa data na UNIRIO, mas que sem dúvida precisa avançar muito. Por isso, o início de um trabalho colaborativo de discussão entre quatro docentes que lecionam a disciplina.

Urge que cursos de Biblioteconomia e Arquivologia retomem – sim, pois um dia tiveram – a consciência de que a preservação deve estar no contexto da formação, organização e administração de um acervo. Não faz sentido algum interpretá-la como algo acessório. Ou, como em muitos cursos acontece, tratá-la como algo quase de “segunda linha”. Não deveria, em absoluto, ser assunto comum apenas para os professores responsáveis por essas disciplinas específicas, pois o pensamento preservacionista deve estar entranhado em vários conteúdos dos nossos cursos.

Beck (2006, p. 2) lembra que o Programa Memória do Mundo “ao integrar a preservação às atividades de gerenciamento da informação” consolidou “uma proposta de aproximação - que há muito já vinha conduzindo - entre os campos de gestão da informação e de preservação documental”.

Ora, sem essa base na formação temos um ciclo negativo no qual o aluno formado sai para o mercado sem essa formação ou volta como docente também sem essa percepção. O que poderia explicar, às vezes, discursos tão aguerridos, porém pouco fundamentados, sobre a suposta inexplicável necessidade da Conservação Preventiva como componente curricular.

Há que se lembrar, por fim, que essa “informação” da qual se fala não é uma total abstração, em muitos casos é parte do nosso patrimônio bibliográfico e documental, ou seja, se é nosso dever manter o acesso a eles, será que fazemos apenas a representação descritiva, por exemplo? Administramos apenas bibliotecas e arquivos com coleções virtuais?

A falta de compreensão de que a Conservação Preventiva é uma mentalidade que deve estar atrelada ao cotidiano de uma biblioteca é algo grave e que destoa dos próprios juramentos que fazemos. Afinal, concordando com Silva (2011), formamos responsáveis pela preservação da informação, seja em qual suporte estiver, que está em diferentes tipos de bibliotecas. Não vamos discutir currículos aqui, mas sim que cabe ao bibliotecário e ao arquivista serem os gestores da preservação, e, para isso, em sua formação, eles não precisam aprender restauração, por exemplo, pois para tal procedimento existe um profissional específico que se forma para isto.

Poderá parecer ao leitor deste texto que fugimos do objetivo, mas o que estamos dizendo é que a discussão sobre protocolos de segurança é bem mais complexa do que se apresenta. Afinal, não deveria ser novidade a necessidade do uso de EPIs. O que estamos vendo, em alguns documentos que analisamos, são alguns procedimentos ensinados há anos. Como, por exemplo, faz Francelina de Alvarenga Lima e Silva nos cursos de Segurança de Acervos do MAST.

Bibliotecas e arquivos fechados por tanto tempo é um contexto que nunca vivemos antes e as consequências disto, acreditamos, demorará para ser avaliado. Acreditamos que ainda é incomensurável o trabalho que conservadores-restauradores, bibliotecários e arquivistas terão pela frente; por isso gostaríamos de exortar que os cursos de graduação em Biblioteconomia e Arquivologia considerem a possibilidade de oferecer aos seus alunos conhecimentos, mesmo que iniciais, de Conservação Preventiva. Sabemos que a inclusão de um componente curricular não é algo simples e que pode ser feito da noite para o dia, porém há de se pensar em propostas como parceria com os órgãos de classe; oferta de cursos de educação continuada; promoção de seminários (como o que ocorreu em 2020). E, claro, que os alunos de graduação sejam estimulados a participar, e que os docentes, inclusive de outras disciplinas, tomem essa mesma consciência, pois não é, como muitas vezes pode parecer, um alarido para jogar luz sobre disciplina a ou b, mas nosso papel como documentalistas e servidores públicos de salvaguardar o patrimônio bibliográfico e documental do Brasil.

Referências

BECK, Ingrid. O ensino da preservação documental nos cursos de Arquivologia e Biblioteconomia: perspectivas para formar um novo profissional. 2006. 109 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2006. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/handle/1/12642. Acesso em: 18 fev. 2021.

Encontro sobre o Ensino de Preservação: Biblioteconomia, Documentação e Preservação de Acervos de Memória na cidade do Rio de Janeiro, 2., Programa. Rio de Janeiro, 9 a 11 de junho de 2012. Disponível em: https://livrozilla.com/doc/743472/ii-encontro-sobre-o-ensino-de-preserva%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 16 fev. 2021.

RECOMENDAÇÕES DO II ENCONTRO SOBRE O ENSINO DE PRESERVAÇÃO: Biblioteconomia, Documentação e Preservação de Acervos de Memória na cidade do Rio de Janeiro. Programa. Rio de Janeiro, 9 a 11 de junho de 2012. Disponível em: https://abdf.org.br/sobre-abdf/noticias/item/855-recomendacoes-do-ii-encontro-sobre-o-ensino-de-preservacao. Acesso em: 16 fev. 2021.

SILVA, Sérgio Conde de Albite. A preservação da informação: um cenário em arquivos e bibliotecas. Verbo de Minas, Juiz de Fora, v. 11, n. 19, jan./jul. 2011. Disponível em: https://seer.cesjf.br/index.php/verboDeMinas/article/view/360. Acesso em: 16 fev. 2021.

2

Desde 2013, o Professor Fabiano Cataldo de Azevedo vem sistematicamente debatendo esse assunto em palestras e dentro do próprio plano de aula. Com isso, tem procurado explicar a relação, até mesmo histórica, entre inicialmente a prática de preservação, pelo menos desde o início do século XVI e, depois, com a inclusão deste conteúdo no ensino dos bibliotecários a partir do século XIX. Ambos em contexto europeu. Para alguns exemplos, confere: AZEVEDO, Fabiano Cataldo de. A política de seleção do Real Gabinete Português de Leitura: identificação a partir da compilação de atas e relatórios do período de 1837-1847. 2007. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Biblioteconomia) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: https://bit.ly/3k9j8ue. Acesso em: 22 fev. 2021. AZEVEDO, Fabiano Cataldo de. O Bibliotecário, a História do Livro e a Preservação. [11 out. 2016]. 81 slides. Apresentação em Power Point. Disponível em: https://bit.ly/2ZANNam. Acesso em: 22 fev. 2021. AZEVEDO, Fabiano Cataldo de. O Bibliotecário e a Preservação de Acervos: de onde viemos, onde estamos e para onde vamos?. 2016. Material elaborado para o III EREBD SE/CO/SUL. Disponível em: https://bit.ly/3qVvWHj. Acesso em: 22 fev. 2021. LINO, Lucia Alves da Silva; HANNESCH, Ozana; AZEVEDO, Fabiano Cataldo de. Política de preservação no gerenciamento de coleções especiais: um estudo de caso no Museu de Astronomia e Ciências Afins. Anais da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, v. 123, p. 59-75, 2007. Disponível em: https://bit.ly/3aHII6h. Acesso em: 22 fev. 2021. AZEVEDO, Fabiano Cataldo de. Da Biblioteca Nacional e a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro: traços do ensino de conservação na formação de bibliotecários. In: ENCONTRO LUSO-BRASILEIRO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO, 2., 2013, São João del Rei. Anais [...]. São João del Rei: PPGA, 2013. Disponível em: https://bit.ly/3u36qS6. Acesso em: 16 fev. 2021. Uma das referências mais importantes sobre o ensino de preservação em Biblioteconomia no Brasil: WEITZEL, Simone da Rocha. Origem e Fundamentos do ensino do Desenvolvimento de Coleções no Brasil: a partir da 1ª Fase do Curso de Biblioteconomia da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, 2009. Relatório Final de Projeto de Pesquisa.

3

Vale citar aqui o projeto de pesquisa “Gestão de bibliotecas em contexto de pandemia” coordenado pela Profa. Dra. Jaqueline Santos Barradas, com a colaboração da Profa. Dra. Roberta de Roode Torres e da Profa. Ma. Stefanie Cavalcanti Freire, desenvolvido pelo Departamento de Biblioteconomia da UNIRIO. O objetivo é “[...] refletir acerca da gestão de bibliotecas em contexto de pandemias. Para tanto, esta pesquisa tem por objetivo investigar o planejamento e coordenação de ações de gestores públicos e privados para adequação do funcionamento das bibliotecas durante e depois da pandemia e suas consequências”.

4

Cabe ressaltar que muito tempo antes a conservadora Ingrid Beck já havia percebido isso, o que resultou no seguinte trabalho que hoje é uma referência: BECK, Ingrid. O ensino da preservação documental nos cursos de Arquivologia e Biblioteconomia: perspectivas para formar um novo profissional. 2006. 109 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2006. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/handle/1/12642. Acesso em: 18 fev. 2021.

5

Uma leitura atenta aos dois trabalhos a seguir pode ajudar a evidenciar a nossa inferência de que um conhecimento prévio em Conservação Preventiva talvez desse mais conforto aos bibliotecários dentro do contexto atual: SANTANA, Rogério. Biossegurança em Biblioteconomia: uma abordagem para conservação de acervos, profissionais e usuários em bibliotecas. 2014. 112f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Biblioteconomia) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: https://bit.ly/2LUV817. Acesso em: 16 fev. 2021. SILVA, Rayssa Tavares da Silva. Biossegurança para os alunos de Biblioteconomia da UNIRIO: uma proposta para sua inserção desde os primeiros períodos da graduação. 66f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Biblioteconomia) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019. Disponível em: http://www.unirio.br/cchs/eb/tcc/tccs-defendidos/Rayssa.pdf. Acesso em: 16 fev. 2021. Ambos orientados pelo Prof. Dr. Fabiano Cataldo de Azevedo

6

Vide: AZEVEDO, Fabiano Cataldo de. Apontamentos históricos sobre o Bibliotecário e a Preservação de Acervos. Preservação em Foco. Museu de Astronomia e Ciências Afins. Rio de Janeiro. 23 set. 2015. 26 slides. Apresentação em Power Point. Disponível em: https://bit.ly/3rZIpcV. Acesso em: 16 fev. 2021. LIMA, Iraci Candida de. A gestão de preservação na formação do bibliotecário: uma análise a partir do conteúdo ensinado no curso de Bacharelado em Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. 56f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Biblioteconomia) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: http://www.unirio.br/cchs/eb/arquivos/tccs-acima-de-9/TCC-%20IRACI%20CANDIDA%20DE%20LIMA.pdf. Acesso em: 16 fev. 2021. SOUZA, Juliana Bride de. Uma prospecção do cenário de ensino de Preservação nos cursos de Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia da UNIRIO. 60f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Biblioteconomia) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: http://www.unirio.br/unirio/cchs/eb/graducao/tcc/tccs-defendidos/2015.1. Ambos os Trabalhos de Conclusão de Curso orientados pelo Prof. Dr. Fabiano Cataldo de Azevedo. LLORENTE, Adriana Gómez; AZEVEDO, Fabiano Cataldo de. Editorial. Revista Eletrônica da ABDF, 2020, v. 4, n. Especial (Conservação Preventiva em Bibliotecas). Disponível em: https://revista.abdf.org.br/abdf/article/view/146/111. Acesso em: 16 fev. 2021.

7

Não tem sido ofertada desde a aposentadoria da professora Julia Bellesse da Silva Lins

8

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Escola de Biblioteconomia. Quadro dos componentes curriculares do curso de graduação. Bacharelado em Biblioteconomia. Rio de Janeiro, 2010b. Disponível em: http://www2.unirio.br/unirio/cchs/eb/ementario-bacharelado/view. Acesso em: 16 fev. 2021. Uma breve história da presença da preservação no curso de Biblioteconomia da UNIRIO pode ser lida em: AZEVEDO, op. cit., 2013.

9

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Escola de Biblioteconomia. Projeto Pedagógico do curso de Bacharelado em Biblioteconomia. Rio de Janeiro, 2010a. Disponível em: http://www2.unirio.br/unirio/cchs/eb/projeto-politico-pedagogico-bacharelado. Acesso em: 16 fev. 2021.

10

Ver: op. cit.

11

Esse evento fez parte das comemorações do centenário da Escola de Biblioteconomia. Ver programação completa e histórico em: https://bit.ly/2M0n4AS. Acesso em: 16 fev. 2021.

12

Dentre vários profissionais, gostaríamos de destacar Ozana Hannesch, conservadora-restauradora do Museu de Astronomia e Ciências Afins, pois desde a primeira turma sempre atendeu aos pedidos de colaboração para leituras críticas e sugestões ao plano de aula.

13

Há uma discussão inicial sobre esse assunto em: AZEVEDO, op. cit., 2013. Como exemplo da percepção dos alunos, dentre outros, ver também: LIMA, op. cit., 2015; DIAS, Mariana Gonçalves. Biblioteca Universitária inserida em contexto hospitalar. Revista Eletrônica da ABDF, v. 4, n. Especial, p. 205-222, 26 nov. 2020. Disponível em: https://revista.abdf.org.br/abdf/article/view/132. Acesso em: 16 fev. 2021; SILVA, Rayssa Tavares. A importância da biossegurança para os estagiários de Biblioteconomia. Revista Eletrônica da ABDF, v. 4, n. Especial, p. 362-374, 26 nov. 2020. Disponível em: https://revista.abdf.org.br/abdf/article/view/140. Acesso em: 16 fev. 2021; ARAUJO, Jullyana Monteiro Guimarães. A segurança física de coleções especiais. Revista Eletrônica da ABDF, v. 4, n. Especial, p. 165-185, 26 nov. 2020. Disponível em: https://revista.abdf.org.br/abdf/article/view/130. Acesso em: 16 fev. 2021; MARTINS, Carolina Cristina Alves. Uma análise dos aspectos e práticas da Conservação Preventiva de livros presentes em vídeos amadores de booktubes brasileiros. Revista Eletrônica da ABDF, v. 4, n. Especial, p. 223-249, 26 nov. 2020. Disponível: https://revista.abdf.org.br/abdf/article/view/133. Acesso em: 16 fev. 2021.

Figura 1: Cartaz do evento

Fonte: Seminário...(2019)

14

Em 5 de maio de 2020 tivemos a primeira oportunidade de falar publicamente sobre o trabalho do Observatório de Opiniões do NIP em uma das palestras da série “!?Pesquisar é preciso?!”, organizada pela Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação (PROPGPI) da UNIRIO. Nessa ocasião, pudemos expor um pouco sobre o trabalho realizado no âmbito do NIP, que até então se resumia ao “Observatório de Opiniões”. Nessa palestra, anunciamos outro projeto do Núcleo intitulado “Seminários UNIRIO: Gerenciamento de Risco e Biossegurança em Bibliotecas e Arquivos no contexto do Covid-19”, que teve significativa repercussão no campo da preservação em 2020 e sobre o qual abordamos na próxima seção.

15

O NIP passou a fazer parte da estrutura do PDA a partir de 19/03/2020, quando foi deliberada sua criação em reunião do Conselho Técnico-Científico do laboratório. Este Núcleo tem a finalidade de produzir projetos sobre preservação de forma interdisciplinar. Atualmente, participam dele docentes dos cursos de Arquivologia e Biblioteconomia da UNIRIO, além de discentes de Arquivologia desta mesma instituição.

16

O formulário foi postado na página do NIP em 21/04/2020 e ainda pode ser respondido por meio do link https://forms.gle/qPPErm77dkbgCTeG6.

17

O recorte até setembro foi escolhido como amostragem dos dados. Caso haja interesse em mais informações, por favor contactar os coordenadores do PDA, Professores Bruno Ferreira Leite (bruno.leite@unirio.br) e Brenda Couto de Brito Rocco (brenda.rocco@unirio.br).

Fonte: Extraído de https://forms.gle/qPPErm77dkbgCTeG6

Figura 2: Formulário

Quadro 1: Respostas até dia 08/09/2020

Fonte: Dados da pesquisa (2020).

20

Confere: https://www.facebook.com/watch/laboratoriopda/

21

Confere: https://www.even3.com.br/seminariosunirio2020/

22

QUITRAL, Yerko Andrés. Bibliotecas frente a la pandemia COVID-19: fundamentos y acciones en Latioamérica. 2020. Material elaborado para o evento Seminários UNIRIO: Gerenciamento de risco e biossegurança em bibliotecas e arquivos no contexto do COVID-19. Disponível em: http://www.unirio.br/cch/pda/publicacoes Acesso em: 17 fev. 2021.

23

Importante ressaltar, para além da prática negativa de realizar inscrição e não participar, um número de pessoas que participam, porém, não assinam a lista de presença.

24

Confere: https://www.facebook.com/101952278133573/videos/552669325409783

18

Reiteramos nosso agradecimento a sua colaboração que foi além do simples compartilhamento da conta do Zoom.

19

Reiteramos nosso agradecimento a ajuda inestimável e presente também organização deste artigo.

25

Confere: https://www.facebook.com/101952278133573/videos/619025862058148

26

Confere: https://www.facebook.com/101952278133573/videos/608154503420946

27

Confere: https://www.facebook.com/101952278133573/videos/608154503420946