LENA VANIA RIBEIRO PINHEIRO:
CORRENTEZA QUE TRANSBORDA NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
LENA VANIA RIBEIRO PINHEIRO:
CURRENT THAT OVERFLOWS IN INFORMATION SCIENCE
Lillian Maria Araujo de Rezende Alvares
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8920-0150
Docente da Faculdade de Ciência da Informação da Universidade de Brasília (UnB). Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). Pós-doutora pela Escola Superior de Tecnologia i Ciències Experimentals da Universitat Jaume I, Espanha (2017) e pelo Departamento de Engenharia do Conhecimento na Universidade Federal de Santa Catarina (2021).
E-mail: lillianmariaalvares@gmail.com
RESUMO: Homenagem à trajetória marcante de Lena Vania Ribeiro Pinheiro na Ciência da Informação, destacando sua origem amazônica e a metáfora dos rios como símbolo de sua força e contribuição. Sua atuação no Ibict foi decisiva para a consolidação institucional e epistemológica da área no Brasil. Participou de debates estratégicos, enfrentou crises e consolidou fundamentos teóricos, especialmente sobre epistemologia, comunicação científica, divulgação e gestão da informação. Sua produção acadêmica é vasta e influente, com obras que se tornaram referências — como sua tese doutoral e textos amplamente citados sobre interdisciplinaridade, gênese da área, fronteiras conceituais e comunicação científica. O tributo situa Lena Vania entre os grandes pesquisadores que estruturaram a comunicação científica no Brasil e mostra seu protagonismo na concepção e concretização das políticas de informação, na Ancib e na revista Ciência da Informação. Reconhece sua capacidade interdisciplinar e transdisciplinar, bem como sua sensibilidade humana, generosidade acadêmica e influência na formação de orientandos e pesquisadores. Sua trajetória é descrita como fértil, sólida e inspiradora, associando sua identidade simbólica ao rio e aos Pilares de Lena, na Rússia. O texto encerra ressaltando a permanência de seu legado intelectual e afetivo, evocando seus próprios versos sobre a eternidade das palavras.
PALAVRAS-CHAVE: Lena Vania Ribeiro Pinheiro; ciência da informação; comunicação científica.
ABSTRACT: A tribute to the remarkable trajectory of Lena Vania Ribeiro Pinheiro in Information Science, highlighting her Amazonian origins and the metaphor of rivers as a symbol of her strength and contribution. Her work at IBICT was decisive for the institutional and epistemological consolidation of the field in Brazil. She took part in strategic debates, faced crises, and solidified theoretical foundations, especially on scientific communication, dissemination, epistemology, and information management. Her academic output is vast and influential, with works that became references—such as her doctoral thesis and widely cited texts on interdisciplinarity, the genesis of the field, conceptual boundaries, and scientific communication. The tribute places Lena Vania among the leading researchers who structured scientific communication in Brazil and shows her protagonism in the conception and implementation of information policies, within ANCIB and the journal Ciência da Informação. It acknowledges her interdisciplinary and transdisciplinary capacity, as well as her human sensitivity, academic generosity, and influence on the education of students and researchers. Her trajectory is described as fertile, solid, and inspiring, associating her symbolic identity with the river and the Lena Pillars in Russia. The text concludes by emphasizing the permanence of her intellectual and emotional legacy, evoking her own verses about the eternity of words.
KeywordsLena Vania Ribeiro Pinheiro; information science; scientific communication.
1 INTRODUÇÃO
Em 29 de agosto de 2025, teve lugar o “I Seminário Lena Vania Ribeiro Pinheiro de Comunicação e Divulgação Científicas: o Legado de Lena Vania Ribeiro Pinheiro para Comunicação e Divulgação Científicas no Brasil”, organizado pelo Grupo de Pesquisa Briet, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), em parceria com o Grupo de Pesquisa de Tecnologias e Comunicação em Instituições de Memória do Programa de Pós-Graduação em Memória e Acervo da Fundação Casa de Rui Barbosa.
O evento foi resultado do esforço de um grupo de pesquisadores cujas trajetórias se entrelaçaram com a de Lena Vania, com quem mantiveram afetuosa convivência e por quem continuam nutrindo imensa admiração. Em celebração a esse rico e amoroso vínculo, nasceu a obra “Lena Vania Ribeiro Pinheiro: diálogos interdisciplinares”, dedicada à mulher que iluminou caminhos e sustentou, com firmeza e sensibilidade, a construção institucional e epistemológica da Ciência da Informação no Brasil.
A comissão científica da publicação, cuidadosamente liderada por Luana Farias Sales, Alegria Benchimol e Ana Lígia Medeiros, foi composta por Jaqueline Barradas, Moisés André Nisenbaum, Tânia Chalub, por mim e pela muito saudosa Isa Freire. Durante a realização, já com a saúde fragilizada, Lena Vania acompanhou com entusiasmo e rigor cada etapa da produção, opinando sobre o que não poderia faltar, selecionando fotos e poemas, reafirmando, até o fim, sua lucidez intelectual e seu compromisso afetivo com a área.
Trago no coração a alegria de ter convivido com uma força intelectual determinante para a Ciência da Informação no Brasil e, por ocasião do Seminário, pude registrar meu apreço profundo à amiga e mestra generosa durante a mesa de abertura — esta compartilhada com dois pesquisadores estimados e profundamente admirados, Gustavo Saldanha e Gustavo Freire. Ao deixar aqui publicado aquele momento de memória e reconhecimento, reafirmo o quanto a presença de Lena Vania irradiava sentido e inspiração muito além dos espaços acadêmicos. Com seus livros, capítulos, artigos, aulas, orientações e conferências, seguimos aprendendo com sua perspectiva, antes de tudo, humana.
2 DESENVOLVIMENTO
Conheci a Prof. Lena Vania em meados dos anos 1990. A primeira lembrança que guardo, é dela é me explicando que seu nome era Vania, sem acento, como no idioma russo. Mal sabíamos naqueles anos de internet, ainda incipiente, que é também na Rússia onde corre o gigante Rio Lena, fluindo pelas montanhas e planícies, levando vida e fertilidade àquele imenso território. Lena nasceu em terra de rios, Belém, e fez da Ciência da Informação uma correnteza vibrante, que avança com força, abrindo caminhos e desaguando em territórios do saber.
Com a energia das águas amazônicas, em Brasília tornou-se protagonista na construção dos caminhos institucionais da Ciência da Informação, cujo crescimento também foi nutrido por sua visão e dedicação. Conheceu e trabalhou nas várias sedes do Ibict. Uma vez, comentou que gostaria de fazer um livro para apresentar as trajetórias arquitetônicas daquela unidade de pesquisa, que preencheu sua vida profissional e moldou parte importante da história da Ciência da Informação no Brasil. Participou de incontáveis reuniões sobre o futuro da instituição e sobre os cenários da informação científica e tecnológica no Brasil. Esteve ao lado de vários diretores, sempre com o espírito de colaboração e compromisso, buscando soluções estratégicas e defendendo os princípios que acreditava serem fundamentais para o desenvolvimento da área.
Nunca conheci nesses 30 anos, alguém tão dedicada ao Ibict. Voltava a sua atenção incansavelmente, de um lado, às crises políticas que poderiam afetar a casa, a governança, o cotidiano e a infraestrutura, e de outro, mergulhava nas questões epistemológicas e metodológicas da área, articulando ideias, fortalecendo fundamentos teóricos, promovendo debates, ampliando a discussão sobre temas específicos, entre eles comunicação e divulgação científica.
Das águas que se estendem pelos leitos, irromperam estruturas permanentes: às margens do Rio Lena, erguem-se os famosos Pilares de Lena, formações rochosas imponentes, reconhecidas como patrimônio da humanidade. Resistem ao tempo, como símbolos de força e permanência. Assim também se ergue a obra de Lena Vania: são pilares sólidos, estruturantes, feitos para atravessar gerações, inspirando e orientando caminhos na Ciência da Informação.
Essa solidez ganhou forma no Rio de Janeiro, quando a sua contribuição acadêmica atingiu novos patamares de excelência. Brilhou na produção científica, somou mais de uma centena de orientações, liderou e fortaleceu grupos de pesquisa e teceu redes de conhecimento que se expandiram pelo país e além dele. Suas publicações tornaram-se referência obrigatória em estudos e pesquisas, que buscam compreender e ampliar os fundamentos da área. Consolidou conceitos e inspirou novas abordagens.
Sua tese doutoral, que recebeu a representativa designação de A Ciência da Informação entre sombra e luz: domínio epistemológico e campo interdisciplinar, tornou-se um marco da literatura acadêmica em Ciência da Informação e ecoou em toda sua produção científica, incluindo os seguintes textos que serão republicados na obra que será lançado hoje:
Mas, Lena Vania não se situa em apenas uma área de sua mandala. Além da epistemologia e história da Ciência da Informação, contribuiu diretamente para a informação tecnológica, gestão do conhecimento, artes, museologia, estudos métricos e para a comunicação e divulgação científica (objeto desse encontro).
Nessa linha de pesquisa, foram selecionados seguintes textos para republicação na mesma obra a ser lançada logo mais:
A revista Ciência da Informação também a homenageou, com edição especial 52 de 2023, em que eu destaco os artigos que ela analisou a própria revista Ciência da Informação em seus 32 anos (1972-2004), publicada em 2003 com Marisa Bräscher e Sonia Burnier e em seus 45 anos, em 2018, comigo.
À propósito, a revista Ciência da Informação – reconhecida como a principal memória da pesquisa no campo em nível nacional e um dos mais importantes repositórios da produção científica brasileira – evidencia a relevância da Comunicação Científica ao longo de sua trajetória. Em 2018, na análise comemorativa dos 45 anos da publicação, esse assunto ocupava a quarta posição entre os descritores mais recorrentes. À frente estavam Ciência da Informação (primeiro lugar) e Informação (segundo), termos amplos que funcionam mais como marcadores do campo do que como tópicos específicos. Em terceiro aparecia Bibliometria, que, embora considerada separadamente, mantém relação direta com a Comunicação Científica.
Esse dado confirma que a Comunicação Científica não apenas se consolidou como linha de pesquisa, mas também acompanhou a evolução da Ciência da Informação no Brasil, mantendo-se como um eixo estruturante da área. Para compreender como esse protagonismo se formou, é necessário retomar sua trajetória histórica, identificando os primeiros estudos e os contextos em que surgiram.
A pesquisa na área começou, efetivamente, nos anos 1970, com a publicação do artigo “Problemas de Comunicação da Informação Científica”, em 1971, escrito pelo Prof. Edson Nery Fonseca, na Revista do Serviço Público, da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), um dos primeiros, senão o primeiro a tratar dos problemas na comunicação da informação científica no país.
Na sequência desse movimento, em 1973, a Profa. Gilda Maria Braga publica na revista Ciência da Informação, o artigo “Relações bibliométricas entre a frente de pesquisa e revisões da literatura: estudo aplicado a Ciência da Informação”, sendo umas das primeiras a introduzir no Brasil a análise bibliométrica como ferramenta para compreender a dinâmica da produção científica.
Ato contínuo, em 1974, Profa. Gilda publica na mesma revista o artigo “Informação, Ciência, Política Científica: O Pensamento de Derek de Solla Price1”, considerada obra de referência na área, apresentando e discutindo as ideias do autor sobre crescimento da ciência, comunicação científica e sua relação com a formulação de políticas científicas.
Ainda em 1973, a Revista de Biblioteconomia de Brasília, publica em seu primeiro número, “Alguns aspectos sociológicos dos sistemas formais de comunicação do conhecimento”, de Douglas John Fosket, da Universidade de Londres, apresentado em uma conferência promovida pela Universidade de Brasília, realizada no auditório do Instituto Nacional do Livro. Essa revista ainda viria a publicar, em 1978, o artigo “Comunicação cientifica e tecnológica: a disseminação seletiva de informações”, de Jorge Eduardo Freund e Mari Tomita, abordando o uso dessa técnica como estratégia para otimizar a circulação da informação.
Em 1975, o americano Bert Roy Boyce, publica o trabalho “Ordem e Progresso” na Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG. Nesse artigo, Boyce discute a comunicação científica no contexto do desenvolvimento nacional, ressaltando a importância de sistemas organizados para coleta, tratamento e disseminação da informação científica, bem como a adoção de normas e procedimentos padronizados e a integração entre centros de informação como meios para tornar mais eficiente o fluxo da produção científica no país.
No final dos anos 70, em 1979, Nice Menezes de Figueiredo, primeira doutora em Ciência da Informação no Brasil, publica na revista Ciência da Informação o artigo “O processo de transferência da informação. Nesse trabalho, a autora analisa as etapas do processo de comunicação e transferência da informação científica, abordando desde a geração até a utilização do conhecimento, e destaca a necessidade de compreender os canais, os agentes e as barreiras que influenciam esse fluxo, trazendo contribuições conceituais para o entendimento da comunicação científica no âmbito da Ciência da Informação.
No final da década de 1970 e início dos anos 1980, observa-se um movimento de ampliação do escopo da área, que passa a incorporar a comunicação científica como eixo estratégico para a transferência de tecnologia e para a promoção da inovação, como pode ser visto nas publicações de Vânia Maria Rodrigues Hermes de Araújo e Jeannette M. Kremer, que tratam da comunicação científica e tecnológica, com os trabalhos “Estudo dos canais informais de comunicação técnica: seu papel na transferência de tecnologia e na inovação tecnológica”, de 1979, e “Fluxo de informação entre engenheiros: uma revisão da literatura”, de 1980, respectivamente, ambos publicados na revista Ciência da Informação.
Com efeito, não é possível falar da trajetória de uma linha de pesquisa na Ciência da Informação, sem considerar sua evolução no contexto do Enancib, nosso maior evento da pesquisa na área. O Grupo de Trabalho 7 foi criado já no I Enancib, em 1994, com o nome Produção Científica/Literatura Cinza e sob a coordenação de Geraldina Porto Witter, que reassumiu essa função no III Enancib, em 1997. No II Enancib, realizado em 1995, a coordenação ficou a cargo de Dinah Aguiar Población.
Em 2000, sob a Coordenação de Marlene Oliveira, muda sua denominação para Comunicação Científica. No evento seguinte (2003, V Enancib), ainda sob sua Coordenação, a denominação muda para Comunicação e Produção Científica/Literatura Cinzenta. Entre 2005 e 2006, Suzana Pinheiro Machado Müeller, coordena o GT, com a nova denominação Informação para Diagnóstico, Mapeamento e Avaliação. Com Ida Regina Chittó Stumpf (VIII Enancib e IX Enancib) recebe o nome atual de Produção e Comunicação da Informação em Ciência, Tecnologia e Inovação. De 2009 a 2012, assume a Coordenação Sônia Elisa Caregnato, seguida em 2013 por Leilah Santiago Bufrem.
Sua ementa atual é: “Estudos teóricos, aplicados e metodológicos sobre a produção, comunicação e uso da informação em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Processos de comunicação, divulgação e análise da informação em CT&I, com atenção aos princípios de diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade nas práticas científicas na perspectiva da sociologia da ciência e política científica e tecnológica. Investigações sobre ciência aberta, métricas responsáveis e metrias críticas da informação, formulação de indicadores para planejamento, avaliação e gestão em CT&I. Análise das más condutas científicas, desinformação científica e seus impactos na comunicação e percepção da ciência”, com a Coordenação de Ronaldo Ferreira Araújo (UFAL) e Coordenação Adjunta de Kizi Mendonça de Araújo (FIOCRUZ).
Ao analisar a contribuição de pesquisadoras e pesquisadores da Comunicação Científica no Enancib e demais plataformas da produção intelectual de professores e pesquisadores brasileiros, alguns nomes são obrigatórios como as primeiras grandes contribuições para o ensino e pesquisa na área. Em ordem alfabética:
Leilah Santiago Bufrem:
Lena Vania:
Suzana Pinheiro Machado Mueller:
As contribuições dessas pesquisadoras refletem a evolução conceitual e metodológica da comunicação científica no Brasil e sua ampliação para dimensões epistemológicas, sociais, tecnológicas e políticas. Suzana Pinheiro Machado Mueller consolidou estudos sobre o sistema de comunicação científica e seus canais. Leilah Santiago Bufrem, por sua vez, ampliou o debate para práticas de mensuração, coautoria e questões socioculturais, evidenciando a complexidade da comunicação científica como processo social.
Lena Vania Ribeiro Pinheiro ocupou posição central nesse processo, pela amplitude temática e pela articulação de diálogos interdisciplinares. Ela compreendeu o movimento entre as ciências, na própria ciência e além dela. Não ao acaso sua tese tratou também dos aspectos interdisciplinares da Ciência da Informação e hoje, analisando sua rica, profunda e extensa trajetória, é possível afirmar que a transdisciplinaridade coabitou em sua obra de forma íntima e inexorável, pois a transdisciplinaridade é dinâmica: não apenas integra, mas transcende as perspectivas disciplinares, ultrapassando fronteiras conceituais e metodológicas.
Assim foi sua fala na Conferência de Abertura do Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, em 2009, intitulada: “Ciência da Informação e sociedade: uma relação delicada entre a fome de saber e de viver”. Abrir esse Encontro foi uma distinção da qual ela muito se orgulhou profissionalmente e que muito representou em sua vida pessoal.
Em sua humanidade extraordinária, acolheu alunos e colegas com respeito, empatia e compromisso acadêmico, oferecendo sempre escuta atenta, palavras generosas, orientação firme e coração aberto. Era presença intensa e, ocasionalmente, serena. Criou ambientes de confiança e aprendizado, onde toda palavra encontrava eco. Tinha orgulho das pesquisas de seus orientandos, celebrava suas conquistas com alegria genuína.
Teve dissabores profundos, como todo aquele que se entrega com intensidade. Foram poucos, mas devastadores, deixando marcas silenciosas na memória e no coração. Ainda assim, seguiu firme, sem perder sua grandeza e generosidade.
Sua vida, que começou entre rios amazônicos, traçou um curso de águas férteis, nutrindo gerações e semeando ideias. Como o Rio Lena, profundo e vital, e como os Pilares de Lena, firmes e majestosos, Lena Vania tornou-se rio de conhecimento e pilar da Ciência da Informação no Brasil.
Sua trajetória foi de claridade, graça e inspiração — exatamente como sugerem os significados de seu nome. Lena, “a que brilha” e Vania, “agraciada por Deus”, evocando luz, inspiração, proteção e bênção. Juntos, esses nomes revelaram um destino: “aquela que brilhou com a graça de Deus”. Um legado que permanecerá vivo, iluminando caminhos, levando conhecimento, fluindo como a correnteza dos rios e sólido como os Pilares de Lena.
Termino minha participação nessa mesa de abertura, com uma poesia, de 1987, escrita por nossa Lena:
A permanência das palavras.
Imantadas.
Remanescentes.
A imortalidade e a infinitude das palavras.
Eternas.
Como a eternidade dos poetas.
REFERÊNCIAS
ALVARES, Lillian Maria Araujo de Rezende; MEDEIROS, Ana Ligia. Transdisciplinaridade em Lena Vania Ribeiro Pinheiro: a compreensão do movimento epistemológico da ciência da informação. In: SALES, Luana Faria; BENCHIMOL, Alegria; MEDEIROS. Ana Ligia (org). Lena Vania Ribeiro Pinheiro: diálogos interdisciplinares. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2025.
ANCIB (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO). Portal. Disponível em: https://ancib.org/. Acesso em: 13 out. 2025.
BARRADAS, Jaqueline; CHALHUB, Tania. A comunicação científica na produção científica de Lena Vania Ribeiro Pinheiro. In: SALES, Luana Faria; BENCHIMOL, Alegria; MEDEIROS. Ana Ligia (org). Lena Vania Ribeiro Pinheiro: diálogos interdisciplinares. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2025.
FREIRE, Isa Maria; ALVARES, Lillian Maria Araujo de Rezende. 25 anos da Ancib: relato sobre sua história e contribuição para a área da ciência da informação no Brasil. Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação, v. 6, n. 2, jul./dez., 2013
FREIRE, Isa. Lena Vania Pinheiro: uma referência. In: SALES, Luana Faria; BENCHIMOL, Alegria; MEDEIROS. Ana Ligia (org). Lena Vania Ribeiro Pinheiro: diálogos interdisciplinares. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2025.
SALDANHA, Gustavo Silva. “Me obrigarás a novas saudades”: Lena Vania Ribeiro Pinheiro, sobre e sob árvores. In: SALES, Luana Faria; BENCHIMOL, Alegria; MEDEIROS. Ana Ligia (org). Lena Vania Ribeiro Pinheiro: diálogos interdisciplinares. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2025.
SALES, Luana Faria; BENCHIMOL, Alegria; MEDEIROS. Ana Ligia (org). Lena Vania Ribeiro Pinheiro: diálogos interdisciplinares. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2025.
UNESCO WORLD HERITAGE CENTRE. Lena Pillars Nature Park. Paris: Unesco, 2012. Disponível em: https://whc.unesco.org/en/list/1299/. Acesso em: 20 ago. 2025.
1
Cabe trazer que os estrangeiros que publicaram nesse período nas 3 revistas disponíveis em Ciência da Informação no Brasil, foram professores que vieram ao país para participar do início da pós-graduação em Ciência da Informação no IBICT. Esses docentes estrangeiros, de diversas formações e procedências, contribuíram significativamente na orientação das primeiras dissertações de mestrado. São eles: Bert Roy Boyce, Douglas Foskett e Derek de Solla Price, aqui citados e também: Tefko Saracevic, Frederick Wilfrid Lancaster, Jack Mills, Derek Langridge, LaVahn Marie Overmyer, Suman Datta, John Joseph Eyre, James Whitney Perry e Jessica Perry.