CURSO DE BRANCO: UMA ABORDAGEM SOBRE ACESSO E PERMANÊNCIA ENTRE ESTUDANTES DE ORIGEM POPULAR NOS CURSOS DE SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA (UFRB)

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Dyane Brito Reis Santos

Resumo

As Universidades brasileiras tradicionalmente tiveram entre os seus cursos aqueles chamados de “cursos de elite” ou cursos de alto prestígio, entre estes estavam o Direito, a Medicina e as Engenharias, trata-se de cursos superiores em que a entrada de pretos e pobres era estatisticamente improvável. Há pouco mais de uma década, as Políticas de Ações Afirmativas trouxeram ao ensino superior uma parcela significativa de jovens, antes excluídos da Universidade e que passaram a frequentar os cursos da “elite”. No caso da UFRB, encravada no Recôncavo Baiano, região marcadamente negra, o Centro de Ciências da Saúde (CCS) concentra os cursos de Nutrição, Psicologia, Enfermagem e Medicina, cujo acesso se dá, exclusivamente pelo Bacharelado Interdisciplinar em Saúde. Neste artigo, pretendemos abordar as questões que envolvem o acesso e a permanência simbólica destes jovens na Universidade.

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Seção
Número Temático: Avaliação educacional: desafios e perspectivas no cenário nacional e internacional
Biografia do Autor

Dyane Brito Reis Santos, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Professora Adjunta do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, onde desenvolve o Projeto de Pesquisa Educação e Ações Afirmativas: um olhar sobre a permanência de estudantes negros na UFRB. É Tutora do PET Afirmação: Acesso e Permanência de Jovens das Comunidades Negras Rurais no Ensino Superior. Professora do quadro permanente do Mestrado em Educação do Campo (Mestrado Profissional) na UFRB e Professora Colaboradora do Programa de Pós Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Universidade (EISU/UFBA). Possui Doutorado em Educação(UFBA), Mestrado em Ciências Sociais pelo Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA (2001) e Graduação em Ciências Sociais também pela Universidade Federal da Bahia (1998). Atuou como pesquisadora da UNESCO e MEC/SECAD na avaliação das Ações Afirmativas no Ensino Superior e como Consultora do UNICEF para a implementação da LEI 10.639/03 na região do Semi Àrido Brasileiro. Tem uma considerável experiência de pesquisa no âmbito das Relações Raciais, Ações Afirmativas e Cotas Raciais, Discriminação, Justiça Criminal, Suspeição Policial e Identidade.

Referências

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