136 HOMENAGENS
À memória de Darcy Ribeiro
Angela Ganem
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Trata-se de imenso desao render uma justa homenagem ao grande brasileiro Darcy
Ribeiro e à complexidade e importância de seu legado. Entretanto, e para nosso
alento, Darcy, em seu último livro, “Testemunho, publicado 12 anos após sua morte,
nos fornece preciosas pistas para compreendermos o sentido maior de seus escritos,
a importância de seus feitos e ainda os traços marcantes de sua personalidade. Seus
bem-humorados e irônicos ditos nos mostram que nada nele foi realizado sem
paixão, inteligência e ironia. Ao recuperar sua trajetória teórica e suas intervenções
político/práticas, Darcy vai nos revelando a sua bela e incondicional paixão pela vida
e pelo Brasil. Seus deslumbrados escritos às nossas matrizes índia e negra mostram
a paixão alegre e esperançosa que teve pelo povo sofrido. Paixão que não ofuscou
uma outra tão importante quanto: a indignação constante pela vida cruel que o
capitalismo colonizador e atual impôs e impõe aos brasileiros explorados, pobres e
marginalizados. Sublinho isso para contrapor à ideia triste da cienticidade ligada à
neutralidade e à postura arrogante de inúmeros cientistas em seus discursos cada vez
mais distantes e frios, que revelam a total falta de empatia com o drama e o sofrimento
do povo. Darcy Ribeiro, para além de denunciar a alienação e a irresponsabilidade de
uma boa parte dos intelectuais, mostrou que a indignação e a revolta são elementos
vitais para se identicar o que realmente interessa, ou seja, as condições necessárias
para superar o sofrimento do povo e construir um processo “civilizatório” digno
desse nome no Brasil.
Seu olhar humanista o levou às mais variadas formas de estar no mundo:
antropólogo atuante, teórico crítico, político, educador, romancista. Nestas poucas
linhas destaco uma face de sua grandeza: a contribuição teórica do olhar inquieto e
indignado do antropólogo crítico. Como marxista, Darcy construiu uma teoria sobre
o Brasil a partir da perspectiva dialética, em que revoluções tecnológicas da base
econômica e suas relações de classe devem ser compreendidas e articuladas aos valores
e à cultura. Só dessa forma seria possível um processo dialético vivo, contraditório
e aberto às novas questões. Sua resposta ao desao de compreender a complexidade
do “objeto Brasil” em sua totalidade antagônica o levou à crítica ao mecanicismo e
ao “economicismo, descaminhos provocados pelo dogmatismo stalinista, ao mesmo
tempo em que o aproximou dos marxismos de Lukács e Gramsci. Acrescento que
* Doutora em Economia pela Universidade de Paris X. Professora colaboradora do Instituto de
Economia da UFRJ
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embora não declarada, Darcy sofre inuência de Adorno em vários pontos de sua
obra e sobretudo quando destaca a importância da dominação cultural massicadora
da indústria cultural, promovendo os valores vazios do capitalismo atual. De toda
forma, é no marxismo que trata da cultura, dos valores, da ideologia e da alienação
como elementos cruciais a serem levadas em conta para processos de transformação
social a que ele se aninha e em que se sente confortável.
Suas perguntas demonstraram a profunda extensão que sua teoria deveria cobrir.
Quem é o nosso povo? Qual a sua formação? Quais as possibilidades de transformação,
de superação dos limites para a construção de um povo autônomo, livre, num Brasil
justo? As duas primeiras conduziram seu olhar para aspectos econômicos, políticos,
étnicos, culturais e ideológicos. Dentre as condições necessárias destacou a questão
que considerou nevrálgica: a superação da alienação consequência da dominação
cultural sobre e no Brasil. Esta seria, aos seus olhos, a condição determinante para
uma possível transformação em direção a um mundo melhor, um mundo civilizado.
E sem titubeios arma: um mundo socialista. Nesse processo teórico, Darcy destacou
a importância da observação como uma grande aliada teórica e reforçadora de sua
utopia de uma forma de vida alternativa a um mundo dividido em classes sociais.
Sua vivência durante nove anos com os índios foi determinante. Aprendeu a olhar
os índios com os olhos deles mesmos e constatou que a observação empática com os
índios lhe deu o senso acurado de compreender a dignidade desses povos que não
passaram pela estraticação social. Observou também que beleza e criatividade
seriam atos naturais da vida diária. Em suas contundentes palavras: “Os índios foram
me desasnando, fazendo-me ver que eles eram gente, capaz de dor, amor, vergonha,
desengano. Gente que sofria a suprema dor de ser índio num mundo hostil, mas que
guardava no peito um louco orgulho de ser índio. (Ribeiro, 2009, p. 42) A vivência
com os índios o levou às ações políticas que marcaram indelevelmente a defesa do
povo índio, de sua cultura e memória no Brasil: o Museu do Índio e a criação do
Parque Indígena do Xingu.
Para além de ações concretas constatou que a pesquisa de campo o libertou do
formalismo estruturalista, do funcionalismo da etnograa e da esterilidade dos
estudos de aculturação. Foi nesse momento que Darcy tomou conhecimento do
atraso e do reacionarismo das teorias antropológicas em voga e fez duras críticas à
atitude “seguidista” das teses em moda e à futilidade da temática clássica dos estudos
etnológicos. Essas teses representavam em suas palavras: “[...] uma infecundidade
cientíca ditada pela antropologia metropolitana, só visando a redigir o seu discurso
doutoral, sem qualquer compromisso etnográco, nem indigenista. Neutros enm,
diante do drama indígena. (Ribeiro, 2009, p. 40)
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No exílio de 10 anos resultado do golpe de 1964, atuou politicamente assessorando
presidentes em diversos países da América Latina ao mesmo tempo em que delineou
o projeto teórico que perseguiu até os últimos dias de vida. Seu edifício teórico, dentro
de uma perspectiva de totalidade contraditória, incluiu sem titubeios o resgate da etnia
e a importância da cultura para compreender o Brasil e suas mazelas e ainda nos deu
condições de entender que é na superação dessas mazelas que está a potencialidade
de transformação social. Não à toa articulou claramente a cultura à necessidade da
educação, realizando intervenções históricas educacionais que marcaram o Brasil
para sempre, como a criação dos CIEPS (Centro Integrado de Educação Pública) e da
Universidade de Brasília. Em poucas palavras, Darcy defendia uma educação crítica,
que resgatasse nossa cultura, como condição para a libertação do povo brasileiro.
A obra teórica de Darcy, intitulada Estudos de Antropologia da Civilização,
envolve: O Processo Civilizatório (1968), As Américas e a Civilização, O Dilema da
América Latina (1971), Os Índios e a Civilização Brasileira (1970), Teoria do Brasil,
dividida em 1. Os Brasileiros (1969) e 2. O Povo Brasileiro (1995).
Em Teoria do Brasil Darcy elabora uma síntese atualizadora de suas obras
anteriores, refazendo esquemas conceituais e nalizando com o estudo sobre as
condições necessárias para a revolução capaz de superar o atraso e a dependência.
Nesse último momento de vida escreveu também Testemunho, sua obra biográca
póstuma, nalizada em 1997 e publicada em 2009, trabalho, como já armei
anteriormente, imprescindível para caminhar pelos feitos e escritos desse grande
brasileiro. Nesta vasta obra destacou dois fenômenos que aparecem simultaneamente
no processo civilizatório das sociedades ocidentais. Os movimentos acelerativos de
autoconstrução, modeladores de povos autônomos, que expressam a progressão de
um povo para outra etapa de evolução sociocultural, própria das economias centrais
etapa na qual seriam preservadas a autonomia cultural e política desses povos. Já o
fenômeno de atualização histórica diz respeito aos movimentos reexos de atualização
ou incorporação histórica que plasmam os povos dependentes, objetos de domínio
do núcleo cêntrico (proletariados externos, destinados a produzir excedentes para a
manutenção dos padrões de vida do núcleo cêntrico). Neste fenômeno, e para além dos
elementos econômicos e sociais, são ameaçadas a cultura, a etnia e a política desses
povos.
Para além da perspectiva histórica consensual entre historiadores, economistas
e sociólogos de processos civilizatórios construídos em dois polos, os centros
dominadores e as periferias colonizadas, Darcy destaca um ponto perturbador a
ser estudado devidamente: a interrupção da linha evolutiva prévia dos indígenas
e a inestimável perda de autonomia étnica e cultural. A este fenômeno nomeou
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transguração. Etnias e nacionalidades surgem e se transguram dentro da corrente
de expansão dos povos dentro do chamado “processo civilizatório. Darcy analisou a
transguração em três planos: tecnológico, social e ideológico, este último envolvendo
a língua, os valores e a cultura. Para ele, tanto os conceitos de aceleração evolutiva
e de incorporação histórica fornecem as vias de condução dos processos, mas não
mostram suas causas e nem suas consequências trágicas. Faz se necessário, segundo
Darcy, considerar a questão crucial da transguração para a compreensão do
processo de desenvolvimento ou de conformação das nações colonizadas. Só assim
é possível entender segundo ele como os povos se transguram e quais as diferenças
que explicam trajetórias diferenciais de desenvolvimento. Para isso introduziu três
conceitos diferenciadores: conguração étnica, deculturação e transguração étnica.
E, na exposição desses fenômenos, foi contundente e crítico: “Há uma antropologia
de direita identicada com a ordem social vigente geralmente chamada de relativista,
e outra de esquerda” (Ribeiro, 2009, pp 68) a qual se identica, mas esta última deve
superar o marxismo dogmático incapaz de focalizar a realidade em si mesma. (Idem,
pp 69). No fenômeno transgurações étnicas destacou para além das inestimáveis
perdas étnicas e culturais, as bravas resistências étnicas de índios e de negros aos
violentos e dramáticos movimentos de conformação impostos pelas classes dirigentes
ao longo de nossa história.
Seu ponto de partida para o estudo de nossas matrizes originárias revelou de
forma profunda, bela e ímpar as nossas raízes. Da matriz indígena, nossa matriz
genética e agente cultural, Darcy sublinha o que de mais belo herdamos: a experiência
milenar de adaptação ecológica e a fórmula de sobrevivência nos trópicos. Da ligação
dessa matriz genética com o branco nasceu o mameluco, o brasilíndio, um mestiço
gerado por europeus nos ventres de mulheres indígenas. Os índios sofreram tanto as
consequências desastrosas do “desenvolvimentismo” cego quanto da introjeção de
valores impostos pela igreja católica através de seu plano jesuítico salvacionista. O
primeiro provocou perseguição e mortes, e o segundo uma triste consequência: a
vida que era uma dádiva para os índios se torna sofrimento, castigo e culpa. De outro
tanto, os índios, para manterem sua identidade e cultura e enfrentarem a imposição
econômica e ideológica de um mundo que não era o seu, lutando e sofrendo massacre
das guerras e do avanço do “progresso” em um enfrentamento nada idílico que foi
e continua sendo uma hecatombe. Apesar da constatação dessa tragédia viva, Darcy
nos deixa a ideia de que os índios quanto mais são perseguidos mais buscam suas
raízes, mais se afundam dentro de si mesmos.
A matriz negra constituída pelo povo negro cassado da África é o testemunho
vivo dos horrores da escravidão. Dos negros, Darcy arma com orgulho que apesar
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de serem desenraizados, deculturados, desumanizados cruelmente, nós brasileiros
herdamos deles, seus valores, sentimentos, musicalidade, gostos e crenças.
Darcy constata que os negros conseguiram honrosamente, depois desse processo
de desfazimento, em que tudo lhes foi negado, habitação, educação, assistência, se
mantiveram humanos, resistindo bravamente e enobrecendo nossa cultura. E cita
como realizações o carnaval, iemanjá, a capoeira, o samba do morro, o samba de
raiz, o pagode, os movimentos funks e o futebol. Sabemos que não parou por aí. As
poucas possibilidades educacionais que lhes foram oferecidas são aproveitadas com
garra e inteligência por esse bravo povo negro.
Já as referências de Darcy à matriz branca são desabonadoras, como não
poderiam deixar de ser. Ela, como promotora dessa façanha colonizadora sangrenta,
foi a reprodutora das instituições ordenadoras da vida social e agente de expansão
cultural que criou nas Américas réplicas de suas pátrias de origem, linguisticamente
e culturalmente mais homogênea que tais pátrias de origem. Como classe dominante,
implantou feitorias de escambo, fazendas (modelo organizacional de empresa) e a
escravidão. No catulo de Teorias do Brasil intitulado “Alienação e classes sociais,
arma acidamente que a nossa classe dominante é alienada e alienante, incapaz de
ver e compreender a sociedade em que viveu e vive. Seu componente erudito não
se constituiu como burguesia e sua perspectiva classista foi a de manutenção da
dependência aos centros de poder. A consequência direta foi a sua não proposição de
um projeto de desenvolvimento autônomo para o Brasil
Darcy destaca que o Brasil foi experimentando um caldeamento racial ou
entrecruzamento cultural que deu lugar ao advento maciço de mestiços gerados por
europeus e índias (mamelucos, depois caboclos) e de mulatos gerados por europeus e
negras, um estrato-social intermédio, distanciado das matrizes originais. Já o crioulo
era o que nascia aqui. A conjunção das matrizes originárias – indígena, africana e
europeia (imposta pelo colonizador) – deu lugar a uma protoetnia, um novo tecido
cultural e socioeconômico resultado da agregação de novos contingentes humanos
e culturais.
Darcy dene o Brasil dentro da categoria de “povos novos, que, diferentemente de
outras congurações étnicas, são populações oriundas do entrecruzamento cultural e
de um processo de deculturação de suas origens índias, africanas e europeias.
E ainda arma que somos povos tábua-rasa, desapegados de nosso passado, a
nós resta o futuro (e, portanto, chamados a criar uma nova condição humana, quiçá
mais solidária) e uma utopia de transformação de nosso povo no caminho de uma
nova condição humana. Entretanto a realização dessa utopia passa por uma exigência
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inadiável: compreender o que foi o processo de deculturação, desenraizamento pelo
caldeamento, aculturação e emprobrecimento cultural. O negro e o índio, primeiro
desumanizados (tratados como coisas ou como bichos), boçais, re-humanizados
se converteram em ladinos (ladino que vem de latino e quer dizer povo latino/
americano), na sua expressão “uma ninguendade, que é o brasileiro. Uma nova
espécie no plano étnico, não indígena, não africana, não europeia e inteiramente
distinta de todas elas. Esse ninguém e homem tábua rasa é o brasileiro comum que
se construiu mais receptivo às inovações do progresso que o camponês europeu
tradicionalista. Por outro lado, e não menos importante, Darcy destaca em todos seus
principais livros que o brasileiro é sobretudo um homem traumatizado e deculturado,
produto do caldeamento racial de seus contingentes e de sua aculturação no corpo
de novas etnias. Daí a importância de estudos sobre processos de deculturação e
trauma, processos traumáticos de natureza biótica, econômica e psicossocial. “Biótica
pelas epidemias, “econômica” por massacres e etnocídios, mesmo levando em conta
as bravas resistências dos índios e as lutas cruentas dos negros contra a escravidão.
Já os processos de natureza psicocultural são processos traumáticos oriundos do
sofrimento causado pelo preconceito social e pela discriminação interiorizada em
seus valores básicos, que produzem as mais variadas e sérias doenças psíquicas.
Para Darcy, nos processos de deculturação e trauma, há, no Brasil, um aspecto ainda
mais perverso: a imagem de solidariedade quando de fato se desarma o negro da
luta contra a pobreza e se dissimula as condições a que é submetido. Essa ideologia
assimilacionista ilude e esconde que a vitória só é alcançável com a revolução social.
Neste ponto, sublinho a constatação de Darcy na leitura do discurso ideológico
neoliberal, teoria e ideologia que se sustentam na elegia ao individualismo, à
concorrência e à introjeção da fatalidade na naturalização da pobreza na ideia
perversa de que o indivíduo (pobre) é o responsável por sua própria pobreza.
Entretanto, Darcy vai além ao constatar que o fundamentalismo do mercado no
Brasil dá mais um passo na sua perversidade, destacando a raça como fator de atraso.
Ou seja, índios, negros, mulatos são os responsáveis por seus próprios fracassos.
Além de toda essa violência econômica, social e psíquica, Darcy adiciona mais um
elemento na deculturação sofrida: a violência imposta pela indústria cultural através
da rádio, cinema e TV, uma massa de bens culturais que carregam o marketing de
uma forma de vida vazia, voltada para o consumo, no capitalismo atual. Darcy
sublinha que todos esses fenômenos ameaçadores da vida e da cultura brasileira se
fazem com a conivência de uma classe dominante que, entre outros desabonos, é
enferma de desigualdade” e se afunda na defesa do espontaneísmo do mercado
e na irresponsabilidade social do neoliberalismo..(Ribeiro, 2008, p. 247). Mas em
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contrapartida, Darcy sublinha esperançoso que mesmo sofrendo todas as formas de
dominação, o Brasil vai se construindo e ainda pode ensinar o mundo a ser mais feliz.
Seu prognóstico entusiasmado pode ser resumido nesta frase: “O Brasil ainda será uma
nova Roma, matriz ativa da civilização neolatina. Melhor que as outras, porque lavada
em sangue negro e em sangue índio, cujo papel menos que absorver europeidades, será
ensinar ao mundo a viver mais alegre e mais feliz. (Ribeiro, 2008, p. 265)
Mas como em Darcy nada é simples, linear, previsível, a par da utopia de um
Brasil alegre e feliz está o antropólogo, educador e político realista que, ao receber
o Título de Honoris Causa na Sorbonne em 1978, arrebatou o público com suas
palavras amargas, certeiras sobre seu trágico fracasso em tudo a que se propôs: a
salvação dos índios, a escolarização para todas as crianças brasileiras, a reforma
agrária e a Universidade de Brasília como promotora do desenvolvimento. Mas
não cou aí. Com coragem e lucidez armou em seguida: “tenho orgulho dos meus
fracassos, não queria estar do lado dos que venceram. Sim, Darcy, com certeza. E nós
nunca poderíamos imaginar que esses “fracassos” fossem apenas a ponta do iceberg
do retrocesso econômico, político e social que o Brasil tem vivido nos últimos anos
sob a égide deste atual desgoverno.
Darcy morreu em 1997 após nalizar O Povo Brasileiro, livro que Antônio Cândido
considera como entre as dez mais importantes interpretações do Brasil. Faço meus
tanto o pesar pela partida desse grande brasileiro como a provocadora e inquietante
questão de Eric Nepucemo no prefácio do livro:
Darcy cometeu a suprema indelicadeza de ir-se embora num 17 de fevereiro de 1997, uma
segunda feira perversa. Muitas vezes me acossa a curiosidade de saber o que diria ele dos
rumos desse mundo e desse país em que acreditou até o m. Saberemos ser merecedores da
sua Memória?
(Ribeiro, 2009, p. 11)
Referências
Ribeiro, Darcy, 2008- O Povo Brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. São Paulo, Companhia das
Letras.
Ribeiro, Darcy, 1972- O Processo Civilizatório, São Paulo, Civilização Brasileira.
Ribeiro, Darcy, 2009- Testemunho, Fundação Darcy Ribeiro, Editora Apicuri,/ Editora Universidade de
Brasília.
Ribeiro, Darcy. 1978 Os Brasileiros 1. Teoria do Brasil, RJ Editora Vozes
Ribeiro, Darcy 1975- A Universidade Necessária. Editora RJ Paz e Terra