A terapia ocupacional e o banho humanizado em recém-nascidos pré-termos e seu impacto nas respostas adaptativas do ambiente/Occupational therapy and the humanized bath in premature newborns and their impact on the adaptative responses to the environment

Autores

  • Raquel da Silva Martins Universidade Federal do Triângulo Mineiro
  • Victória Pereira Jardim Cordeiro Universidade Federal do Triângulo Mineiro
  • Lucieny Almohalha Universidade Federal do Triângulo Mineiro http://orcid.org/0000-0003-0127-1032

DOI:

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto32296

Palavras-chave:

Humanização da Assistência, Recém-Nascido de Baixo Peso, Recém-nascido Prematuro, Imersão.

Resumo

Introdução: Sabe-se que durante a hospitalização, os recém-nascidos são submetidos a diversos procedimentos clínicos e manuseios que são geradores de estresse, que aumentam o gasto energético dos bebês e interferem diretamente com seu sistema nervoso central em desenvolvimento. O banho é considerado um procedimento desta natureza. Objetivos: Investigar os efeitos do banho humanizado para os recém-nascidos prematuros e de baixo peso, internados em enfermaria pediátrica de um hospital de clínicas, para verificar os efeitos do banho humanizado para as respostas adaptativas dos bebês ao ambiente hospitalar. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional e descritivo, com 4 recém-nascidos prematuros e de baixo peso, perante autorização de seus responsáveis. Os dados desta pesquisa foram coletados através de entrevista inicial com os responsáveis, filmagem e roteiro de observação dos banhos de rotina e humanizado. Resultados/Conclusão: Verificou-se uma mudança no comportamento dos bebês conforme o tipo de banho oferecido a eles. Em sua maioria, durante e após o banho humanizado, os bebês apresentaram-se mais relaxados e calmos, com melhor bem-estar. Portanto, o banho humanizado inserido em um ambiente hospitalar pode diminuir o desconforto e o impacto da hospitalização nas respostas adaptativas do bebê ao ambiente, interferindo diretamente no seu comportamento. Logo, pode ser verificado que uma atividade antes estressora, quando adaptada, pode oferecer aos recém-nascidos pré-termos uma melhor organização comportamental.

 

Abstract

Introduction: It is known that during hospitalization, the premature newborn is submitted to many clinical procedures and handling that create stress, increase the energy expenditure and interfered directly with their central nervous system that is developing. The bath is considered a procedure of this nature. Objectives: Investigate the effects of the humanized bath in premature newborn with low weight admitted to pediatric ward of a hospital clinic and verify the effects of the humanized bath on the newborns and their adaptative responses to the hospital environment. Methodology: It was a qualitative, observational and descriptive research with 4 premature newborns with low weight who have had their parents’ authorization to participate. Data were collected through an initial interview with parents, a recording of baths and filling out an observational questionnaire about the routine bath and the humanized bath. Results/Conclusions: It was verified a changing on the newborn behavior depending of the type of the bath that they received. For the most part, during and after humanized bath premature newborns were more organized and calm. Therefore, the humanized bath inserted in a hospital environment can reduce discomfort and the impact of hospitalization on the adaptative responses of the premature newborn to the environment, directly interfering in their behavior.

Key words: Humanization of assistance; Premature newborn with low weight; Premature; Occupational Therapy.

Resumen

Introducción: Se sabe que, durante la hospitalización, los recién nacidos son sometidos a diversos procedimientos clínicos y manejos que son generadores de estrés, que aumentan el gasto de energía de los bebés e interfiere directamente con su sistema nervioso central en desarrollo. El baño se considera un procedimiento de esta naturaleza. Objetivos: Investigar los efectos del baño humanizado para los recién nacidos prematuros y de bajo peso internados en sector de pediatría de un hospital clínico, para verificar los efectos del baño humanizado en las respuestas adaptativas de los bebés al ambiente hospitalar. Metodología: Se trata de un estudio cualitativo, observacional y descriptivo, con 4 recién nacidos prematuros y con bajo peso al nacer, con previa autorización de sus responsables. Los datos de esta investigación se recopilaron a través de una entrevista inicial con los responsables, grabación y guión de observación de los baños de rutina y humanizados. Resultados / Conclusión: Se observo un cambio en el comportamiento de los bebés según el tipo de baño que se les ofreció. Principalmente, durante y después del baño humanizado, los bebés estaban más organizados y tranquilos. Por lo tanto, el baño humanizado implementado en el ambiente hospitalar puede reducir la incomodidad y el impacto de la hospitalización en las respuestas adaptativas del bebé al entorno, interfiriendo directamente en su comportamiento. Por lo tanto, se puede ver que una actividad previamente estresante, cuando se adapta, puede ofrecer a los recién nacidos pre-término una mejor organización comportamental.

Palabras clave: Humanización de la Asistencia; Recién nacido de bajo peso; Recién nacido prematuro; terapia ocupacional.

 

 

Biografia do Autor

Raquel da Silva Martins, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Bacharel em Terapeuta Ocupacional pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM (2013). Especialista em Neuropsicopedagogia e Educação Inclusiva pelo Censupeg.

Victória Pereira Jardim Cordeiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Graduada em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Terapeuta Ocupacional na empresa Clínica Lúdica, Ribeirão Preto, São Paulo. 

Lucieny Almohalha, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Graduada em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de Minas Gerais; Especialização em Saúde Mental pela Escola de Saúde Pública de Minas Gerais; Mestrado em Therapeutic Science pela University of Wisconsin-Madison, USA; Doutora pelo Programa de Pós graduação em Saúde Pública da Escola de Enfermagem da USP-RP.

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Publicado

30-04-2020

Edição

Seção

Artigo Original