Terapia Ocupacional no Campo do Trabalho/Occupational therapy in the work field

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto52378

Palavras-chave:

Terapia Ocupacional. Saúde do trabalhador. Colaboração intersetorial.

Resumo

Introdução: A Terapia Ocupacional (TO) no Campo do Trabalho passou por mudanças importantes que possibilitaram o diálogo e a produção de saberes, auxiliando na caracterização da prática profissional no contexto do Brasil. Objetivo: refletir sobre os saberes e as práticas da TO, considerando suas transformações históricas, a partir de uma perspectiva que englobe as dimensões individual e coletiva dos sujeitos, mas também o contexto social e os serviços e sistemas relacionados, envolvidos na atenção e cuidado aos trabalhadores brasileiros. Métodos: Trata-se de um ensaio teórico-reflexivo que analisou os conhecimentos específicos de um campo de atuação. Resultados: Identificou-se que a construção do conhecimento sofreu grande influência do Paradigma Mecanicista, porém a Reforma Sanitária trouxe novos debates e formas de intervenções. As questões do trabalho na contemporaneidade desafiam a prática da TO e colocam em evidência a necessidade de uma visão sistêmica, por diferentes disciplinas e saberes, compreendendo o indivíduo (microestrutura) e o seu contexto social (macroestrutura), dentro de uma rede de atuação, chamada de “arena do trabalhador”. Conclusão:o recorte de tempo e histórico possibilitou pontuar as intervenções e revelou novos caminhos para a prática desse profissional, principalmente no Brasil. Entretanto, sem desconsiderar os conhecimentos específicos e formas de atuação já enraizadas pela profissão. 

Palavras-chave: Terapia Ocupacional. Saúde do Trabalhador. Colaboração Intersetorial


Abstract

Introduction: In capitalist sociability it is necessary that the capital meets some interests of the working class, so that it is in objective and subjective conditions to be exploited. Public policies appear as a way to satisfy some of these interests and are presented as citizens' rights. Objective: Occupational Therapy (OT) in the Work Field has undergone fundamental changes which enabled the dialogue and knowledge production, supporting to shape professional practice in Brazil. Method: This is a theoretical and reflexive essay that analyzed the specific knowledge of a field of practice. Results: We identified that the knowledge production had major influence by the Mechanistic Paradigm, however, sanitary reform movement brought new debates and methods of interventions. Contemporary work questions challenge OT practice and highlight the need for a systemic view, by different disciplines and fields of knowledge, understanding the individual (microstructure) and his social context (macrostructure), within a network service called: the “worker arena”. Conclusion: The historical milestones made it possible to highlight the interventions and showed new paths for the practice of this professional, mainly in Brazil. On the other hand, taking into account the specific knowledge and approaches to practice already rooted by the profession.

Keywords: Occupational Therapya. Occupational Health. Intersectoral Collaboration

 

Resumen

Introducción: La Terapia Ocupacional (TO) en el Campo del Trabajo ha pasado por cambios importantes que han posibilitado el diálogo y la producción de conocimiento, contribuyendo a caracterizar la práctica profesional en el contexto de Brasil. Objetivo: reflexionar sobre los saberes y prácticas de la TO, considerando sus transformaciones históricas, desde una perspectiva que abarque las dimensiones individual y colectiva de los sujetos, pero también el contexto social y los servicios y sistemas relacionados, involucrados en la atención y cuidado de los pacientes Trabajadores brasileños. Método: Se trata de un ensayo teórico-reflexivo que analizó los saberes específicos de un campo de actividad. Resultados: Se identificó que la construcción del conocimiento estuvo muy influenciada por el Paradigma Mecanicista, pero la Reforma Sanitaria trajo nuevos debates y formas de intervención. Los problemas del trabajo contemporáneo desafían la práctica de la TO y resaltan la necesidad de una mirada sistémica, por diferentes disciplinas y saberes, comprendiendo al individuo (microestructura) y su contexto social (macroestructura), dentro de una red de acción, denominada “arena del trabajador”. Resultados: Presentamos las limitaciones de la política pública en cada uno de los pilares para la resocialización, y concluimos que las actividades en la cárcel tienen como objetivo alterar las subjetividades de las personas privadas de libertad para que: i) se comporten como buenos trabajadores y sean aptos para la explotación directa o indirecta del Capital en la cárcel; ii) sean explotados por el Capital en condición de esclavitud con la mediación del Estado. Conclusión: el corte de tiempo e historia permitió puntuar las intervenciones y reveló nuevos caminos para la práctica de este profesional, especialmente en Brasil. Eso sí, sin dejar de lado los saberes específicos y las formas de actuación ya arraigadas en la profesión.

Palabras clave: Terapia Ocupacional. Salud del Trabajador. Colaboración Intersectorial

Referências

Antunes, R. (2019). Empreendedorismo é um mito em um país que não cria trabalho digno. Empregos e Carreiras (Entrevista). https://economia.uol.com.br/empregos-e carreiras/noticias/redacao/2019/09/14/entrevista-sociologo-ricardo-antunes-trabalho emprego-empreendedorismo.htm>.

Antunes, R & Alves, G. (2004). As Mutações no Mundo do Trabalho na Era da Mundialização do Capital. Educ. Soc., 25(87), 335-351. https://doi.org/10.1590/S0101-73302004000200003.

Brasil. (2012, 23 de agosto). Portaria n.º 1.823 de 23.08.2012 que institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNST). Recuperado em 10 mai 2020, de: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt1823_23_08_2012.html>.

Bregalda, M. M. & Lopes, R. E. (2016). A Reabilitação Profissional no INSS: caminhos da terapia ocupacional. Saúde soc., 25(2), 479-493. https://doi.org/10.1590/S0104-12902016150784.

Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO. Resolução nº 459, de 20 de novembro de 2015 do COFFITO. (2015). Dispõe sobre as competências do terapeuta ocupacional na Saúde do Trabalhador, atuando em programas de estratégias inclusivas, de prevenção, proteção e recuperação da saúde. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília.

Campos, G. W. S. (2000) Saúde pública e saúde coletiva: campo e núcleo de saberes e práticas. Ciênc. saúde coletiva, 5(2), 219-230. https://doi.org/10.1590/S1413-81232000000200002.

Campos, G. W. S. (2007). A clínica ampliada e compartilhada, a gestão democrática e redes de atenção como referenciais teórico-operacionais para a reforma do hospital. Ciênc. saúde coletiva. 12(4), 849-859. https://doi.org/10.1590/S1413-81232007000400007.

Cruz, D. M. C. (2018). Os modelos de terapia ocupacional e as possibilidades para prática e pesquisa no Brasil. Revisbrato, (Editorial 2018), 204-518. Recuperado de: https://revistas.ufrj.br/index.php/ribto/article/view/18436

Drummond, A. F. & cruz, D. M. C. (2018). History of occupational therapy in Brazil: inequalities, advances, and challenges. Annals of International Occupational Therapy, 1, 103-112. https://doi.org/10.3928/24761222-20180409-01.

Duarte, M. L. M. C. (2016). Terapia ocupacional e a questão social no Brasil: uma análise de suas publicações. [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de São Carlos]. https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/8037

Feriotti, M. L. (2013). Construção de Identidade(s) em Terapia Ocupacional no Contexto das Transformações Paradigmáticas da Saúde e Ciência. In: Pádua, E. M. M. & Feriotti, M. L. Terapia Ocupacional e complexidade: práticas multidimensionais (pp.43-70). CRV.

Gomez, C. M., Vasconcellos, L. C. F. & Machado, J. M. H. (2018). Saúde do trabalhador: aspectos históricos, avanços e desafios no Sistema Único de Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 23(6), 1963-1970. https://doi.org/10.1590/1413-81232018236.04922018.

Guérin, F., Laville, A., Daniellou, F., Duraffourg, J. & Kerguelen, A (2001). Compreender o trabalho para transformá-lo. A prática da Ergonomia. Blücher.

Jackson Filho, J. M., Pina, J. A., Vilela, R. G. A. & Reis, K. S. (2018). Desafios para a intervenção em saúde do trabalhador. Rev. Bras. de Saúde Ocup., 43(supl. 1), 1-7. https://doi.org/10.1590/2317-6369AP0141218.

Lacaz, F. A. C. (2007). O Campo da Saúde do Trabalhador: resgatando conhecimentos e práticas sobre as relações trabalho-saúde. Cad. Saúde Pública, 23(4), 757-766. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2007000400003.

Lancman, S. & Ghirardi, M. I. G. (2002) Pensando novas práticas em terapia ocupacional, saúde e trabalho. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, 13(2), 44-50. https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v13i2p44-50

Law, M., Baptiste, S., Carswell, A., McColl, M. A., Polatajko, H. L. & Pollock, N. (2009). Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM). Trad. Lívia C. M., Lilian V. M. & Ana Amélia C. Belo Horizonte: Editora Universidade Federal de Minas Gerais.

Loisel, P et al. (2005). Prevention of Work Disability Due to Musculoskeletal Disorders: The Challenge of Implementing Evidence. Journal of Occupational Rehabilitation, 15(4), 507-524. https://doi.org/10.1007/s10926-005-8031-2.

Malfitano, A. P. S. (2016). Contexto social e atuação social: generalizações e especificidades na terapia ocupacional. In: R. E. Lopes & A. P. S. Malfitano (Org.). Terapia ocupacional social: desenhos teóricos e contornos práticos (117-134). São Carlos: EDUFSCar.

Malfitano, A. P. S. (2005). Campos e núcleos de intervenção. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, 16(1), 1-8. https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v16i1p1-8

Mattos, R. & Dias, E. C. (2012). Curso saúde do trabalhador e ecologia humana: caderno do aluno. EAD/ENSP.

Mendes, R. & Dias, E. C. (1991). Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Rev. Saúde Públ., 25(5), 341-349. https://doi.org/10.1590/S0034-89101991000500003

Meneguetti, F. K. (2011). O que é um Ensaio-Teórico? RAC, 15(2), 320-332.

Pinto, J. M. (1990). As correntes metodológicas em terapia ocupacional no Estado de São Paulo: 1970-1985. [Dissertação de mestrado, Faculdade de Educação da Universidade Federal de São Carlos]. https://www2.ufscar.br/.

Pires, M. F. C. Reflexões sobre a interdisciplinaridade na perspectiva de integração entre as disciplinas dos cursos de graduação Revista do IV Circuito PROGRAD: As disciplinas de seu curso estão integradas? UNESP. São Paulo, 1996. https://www.scielosp.org/article/icse/1998.v2n2/173-182/pt/

Rodrigues, D. S., Nogueira, L. F. Z. & Souza, M. B. C. A. Terapia Ocupacional no Campo do Trabalho: a saúde e a sociedade contemporânea como questões necessárias na compreensão do trabalhador. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, 4(4), 568-579. https://revistas.ufrj.br/index.php/ribto/article/view/34785/pdf_pt

Soares, L. B. T. (1991). Terapia Ocupacional: Lógica do Capital ou Trabalho? Hucitec.

Sorj, B. (2000). Sociologia e trabalho: mutações, encontros e desencontros. Rev. bras. Cienc. Soc., 15(43), 25-34. https://doi.org/10.1590/S0102-69092000000200002

Souza, M. B. C. A. & Lussi, I. A. O. Terapia Ocupacional e trabalho informal: reflexões para a prática. (2022). Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 30(e2901), 1-15. https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoAO21902901.

Takahashi, M. A. B. C. (2006). Incapacidade e Previdência Social: trajetória de incapacitação de trabalhadores adoecidos por LER/DORT no contexto da reforma previdenciária brasileira da década de 1990. [Tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas]. http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/308420/1/Takahashi_MaraAliceBatistaConti_D.pdf

Watanabe, M. & Nicolau, S. M. A. (2001). Terapia Ocupacional na interface da saúde e do trabalho. In: M. R. P. De Carlo & C. C. Bartalotti. (Org). Terapia Ocupacional no Brasil: fundamentos e perspectivas (pp. 155-171). Plexus.

p

Downloads

Publicado

07-03-2023

Edição

Seção

Temas da Atualidade