PATH e ilha semântica; PLACE e condição de referencialidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2019.v15n3a28475

Palavras-chave:

nanossintaxe, primitivos semânticos, aquisição de língua materna.

Resumo

Este trabalho faz um recorte teórico: o comportamento de traços PATH e PLACE, em fenômenos do português brasileiro (PB) em que a posição de sujeito é preenchida por outro constituinte, que não o agente. Dados como João temperou a carne > A carne temperou opõem-se aos de tipo João atravessou a rua > ?A rua atravessou. No segundo caso, PATH, dado pela extensão de a rua, contribui para o significado temporal do evento atravessar; e isso causa restrição. Quanto ao traço PLACE, observamos maior licenciamento quando ele se realiza: Firmino entrou a bola no gol e Ele correu os meninos da sala. Mesmo em sentenças em que não há sujeito agente implícito, este traço parece favorecer a interpretação: Maria secou a roupa no varal > O varal secou a roupa. Os fenômenos, tradicionalmente conhecidos como “alternância causativa”, “causativização de intransitivos” e “inversão locativa” já foram amplamente discutidos (NAVES; LUNGUINHO, 2013; CANÇADO; AMARAL, 2010; NEGRÃO; VIOTTI, 2011). Mas nossa intenção é adotar uma alternativa teórica que generalize os diferentes tratamentos, recorrendo à Nanossintaxe (STARKE, 2009; RAMCHAND, 2008, 2017; RAMCHAND; SVENONIOUS, 2014; PANTCHEVA, 2009, 2011; CAHA, 2009; e no PB, FEREIRA, 2017, PIRES, 2016). Dados de produção e compreensão de crianças em fase de aquisição do PB corroboram as hipóteses de que PATH é restrição para movimentos, ao passo que PLACE licencia mais fenômenos.

 

---

DOI: http://dx.doi.org/10.31513/linguistica.2019.v15n3a28475

Biografia do Autor

Teresa Cristina Wachowicz, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Paraná (1992), mestrado em Letras pela mesma instituição (1997) e doutorado em Lingüística pela Universidade de São Paulo (2003). Atualmente é professora adjunto da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Semântica Formal, atuando principalmente nos seguintes temas: tempo, aspecto e aquisição de tempo e aspecto. Tem igualmente trabalhos de extensão na área de ensino de língua portuguesa.

Downloads

Publicado

2019-12-30