Estudo diacrônico da ordenação das construções causais com porque e por+infinitivo sob a perspectiva de princípios funcionais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31513/linguistica.2020.v16n2a33693

Palavras-chave:

construções causais, porque, por infinitivo, ordenação, mudança.

Resumo

As construções causais conectadas por porque e por+infinitivo compartilham diversas semelhanças. Dentre elas, destaca-se a flexibilidade de posição da oração causal, que pode ser anteposta, posposta ou interposta à oração efeito. Neste artigo, investigamos a relação entre essas diferentes possibilidades de organização e princípios funcionais mais gerais, quais sejam, iconicidade e distribuição de informação, nos períodos clássico e moderno do português. O objetivo central é discutir possíveis mudanças na organização sintagmática dessas construções, motivadas pela própria representação da relação causal, que pressupõe que causas precedem seus efeitos e pelo princípio discursivo de que informação velha precede informação nova. Para tanto, analisamos uma amostra de textos não literários produzidos entre os séculos XVII e XX/XXI. Através de uma análise quantitativa, mostramos que, contrariando as expectativas, tanto as orações causais com porque como as com por+infinitivo são predominantemente pospostas à oração efeito no intervalo de tempo considerado, independentemente do seu estatuto informacional e da sequencialidade entre os estados de coisas codificados, indicando a fixação de uma ordem default.

Biografia do Autor

Mayra França Floret, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Licenciada em Letras pela UFRJ, mestre e doutoranda em Linguística pela mesma instituição.

Maria da Conceição Auxiliadora de Paiva, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

A pesquisadora possui graduação em português/inglês pela Faculdade de Letras de São João Del Rei (1977), mestrado em Lingüística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1983) e doutorado em Lingüística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992). A atualmente, é professora do Programa de Pós-graduação em Lingüística da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Publicado

2020-10-06