Estudo experimental do fluxo de umidade em argamassas de cal aérea

Autores

  • Mateus Antônio Nogueira Oliveira
  • Miguel Azenha
  • Paulo Barbosa Lourenço
  • Anna Meneghini
  • Erika Guimarães

Resumo

Uma parte significativa do património histórico construído ao redor do mundo é constituída de alvenaria
estrutural, com juntas preenchidas com argamassa. Nesses sistemas estruturais, a argamassa usualmente
representa uma parcela pequena/moderada do volume total da estrutura, no entanto, a argamassa é
reconhecida como a principal fonte de movimentos/deformações, dessa forma, justifica-se a necessidade
de um melhor conhecimento do comportamento. Na fabricação de argamassas antigas, a cal aérea é um
dos ligantes mais recorrentes. Nessas argamassas, o endurecimento do material é gradual a partir da
superfície, em correspondência com os processos de carbonatação e secagem. Os dois processos citados
condicionam diversas propriedades do material. Para argamassas de cal aérea, o estudo da carbonatação é
difundido na literatura, porém para o fluxo de umidade, o número de estudo ainda é reduzido. Durante a
fabricação da argamassa parte da água utilizada é evaporada pela reação de hidratação. Todavia,
permanece no material um alto teor de umidade. No presente trabalho, são descritos estudos realizados
para compreensão dos fluxos internos de umidade nessas argamassas. A campanha experimental, inicia-se
com a caracterização dos materiais, bem como a definição da composição/traço da argamassa. Os corposde-
prova foram armazenados em ambiente controlado, dentro de uma câmera climática, sendo que os
mesmos possuem geometrias que simulam condições de fluxos uniaxial (1D) e axissimétricos. Foi
efetuada a monitorização da umidade interna dos corpos-de-prova em várias profundidades ao longo do
tempo. Os resultados indicam um processo de difusão acelerado, com decréscimo rápido da umidade
quando comparados com valores usuais observados em concretos ou argamassas à base de cimento.
Palavras-chave: Cal aérea, Argamassa, Construções históricas, Análise experimental, Umidade.

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Publicado

2020-02-19

Edição

Seção

Artigos