Desenvolvimento de biocompósitos fúngicos utilizando resíduos industriais

Autores

  • Maria Isabel Rocha
  • Sara Benkendorf
  • Regina Maria Miranda Gern
  • Josiane Costa Riani
  • Elisabeth Wisbeck

Resumo

O processo de fabricação de alimentos produz grande quantidade de resíduos orgânicos. Uma indústria de extração de aromas, por exemplo, pode gerar, anualmente, 104 e 92 toneladas de resíduo de erva-mate e guaraná, respectivamente. Uma alternativa para o reaproveitamento desse material lignocelulósico seria utilizálos na produção de biocompósitos com micélio fúngico atuando como ligante das partículas do substrato. Sendo assim, objetivou-se nesse trabalho a produção de biocompósitos a partir de Pleurotus sajor-caju utilizando os resíduos de erva-mate e guaraná na proporção (1:1) (m/m), verificando a influência da fração de inóculo 10, 20 e 30% e da temperatura de secagem de 40 e 60°C. Para cada condição testada foi avaliado o tempo de crescimento micelial, o teor de umidade inicial, a velocidade inicial de secagem, a resistência à compressão, absorção de umidade do ar e absorção de água. A condição determinada foi a de 10% de inóculo e secagem a 60°C, pois apresentou maior resistência à compressão (0,094 MPa), menor absorção de água (91%), maior velocidade de secagem (27,7 g/dia). Os biocompósitos utilizam o crescimento biológico e não processos de fabricação com intenso desperdício de energia, ainda exigem apenas resíduos orgânicos de baixo custo como matéria-prima, podendo preencher geometrias complexas apresentando potencial para a confecção de embalagens, pois são materiais seguros que apresentaram boa resistência a compressão e baixa absorção de umidade do ar e de água.

Palavras-chave: Pleurotus sajor-caju, resíduos industriais, cultivo sólido, biocompósitos. 

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Publicado

2020-12-18

Edição

Seção

Artigos