O que Informam os Formulários de Referência sobre as Características e Remuneração de Executivos?

Authors

  • Jean Carlo Rissatti Universidade Federal de Santa Catarina
  • João Antônio Salvador de Souza Universidade Federal Fluminense, Universidade Federal de Santa Catarina
  • Jose Alonso Borba UFSC - Santa Catarina Federal University

DOI:

https://doi.org/10.21446/scg_ufrj.v0i0.17527

Keywords:

Conflito de Interesses, Remuneração Executiva, Pagamento Baseado em Ações

Abstract

Utilizados como mecanismos para minimizar o conflito de interesses, os instrumentos de remuneração executiva estão associados às metas das empresas bem como as características dos gestores. Este artigo tem como objetivo identificar os tipos e os determinantes da remuneração dos executivos que compõem o conselho de administração, a diretoria estatutária e o conselho fiscal das empresas com ações negociadas no mercado acionário brasileiro. Para operacionalizar a pesquisa, foi composta uma amostra entre 2013 a 2016 com as companhias abertas que integravam o índice Ibovespa de 2017. As variáveis de remuneração executiva e característica dos conselheiros foram coletadas manualmente dos formulários de referência, sendo analisadas as características de 3.923 executivos/anos. As evidências indicaram que a remuneração baseada em ação aumentou nos três primeiros anos analisados, revertendo esta tendência em 2016. Pela análise econométrica foi possível identificar que: (i) conselhos maiores influenciam diretamente  os planos remuneratórios; (ii) a presença de mulheres torna a remuneração mais conservadora; (iii) a dualidade de cargos reduz a remuneração executiva; (iv) a falta de independência tem impacto negativo na compensação dos executivos; (v) empresas com maior rentabilidade tendem a remunerar melhor seus executivos e; (vi) empresas onde o controlador é o Estado apresentam maior monitoramento o que reduz os planos de remuneração dos órgãos administrativos. Os achados são úteis para os participantes do mercado, que podem relacionar seus investimentos prospectivos com o perfil e tipos de remunerações dos executivos.

References

BAJTELSMIT, V. L.; BERNASEK, A. Why Do Women Invest Differently than Men? SSRN Electronic Journal, n. 970, 1996.

BALSAM, S. An Introduction to Executive Compensation. Philadelphia, Pennsylvania: Academic press, 2002.

BARBER, B. M.; ODEAN, T. Boys will be Boys: Gender, Overconfidence, and Common Stock Investment. The Quarterly Journal of Economics, v. 116, n. 1, p. 261--292, 2001.

BEBCHUK, L.; FRIED, J. Pay without Performance The Unfulfilled Promise of Executive Compensation. [s.l: s.n.].

BERTRAND, M.; SCHOAR, A. Managing with style: The effect of managers on firm policies. The Quarterly Journal of Economics, v. 118, n. 4, p. 1169--1208, 2003.

CAMPBELL, K.; MÍNGUEZ-VERA, A. Gender diversity in the boardroom and firm financial performance. Journal of Business Ethics, v. 83, n. 3, p. 435--451, 2008.

CONYON, M. J.; HE, L. Executive Compensation and Corporate Governance in China. Journal of Corporate Finance, v. 17, n. 4, p. 1158--1175, 2011.

CORTEZ, C. Bônus para quem fica mais tempo na empresa. Disponível em: <http://www2.valor.com.br/carreira/2852770/bonus-para- quem-fica-mais-tempo-na-empresa>. Acesso em: 14 jul. 2017.

DAVIS, S. M. Developments, trends & useful proposals for the attention of managers: No connection between executive age and corporate performance. Harvard Business Review, v. 23, n. 2, 1979.

ELKINAWY, S.; STATER, M. Gender differences in executive compensation: Variation with board gender composition and time. Journal of Economics and Business, v. 63, n. 1, p. 23--45, 2011.

FERNANDES, N. EC: Board compensation and firm performance: The role of “independent” board members. Journal of Multinational Financial Management, v. 18, n. 1, p. 30--44, 2008.

FIRTH, M.; TAM, M.; TANG, M. The determinants of top management pay. Omega, v. 27, n. 6, p. 617--635, 1999.

FRANKEN, R. B. . The determinants of executive compensation An optimal mix in fixed and variable executive rewards for listed companies in the Netherlands Master. [s.l.] Tilburg University, 2010.

FRYDMAN, C.; JENTER, D. CEO Compensation. Annual Review of Financial Economics, v. 2, p. 75--102, 2010.

FUNCHAL, J. DE A.; TERRA, P. R. S. Remuneração de Executivos, Desempenho Econômico e Governança Corporativa: um Estudo Empírico em Empresas Latino-Americanas. EnANPAD. Anais...2006

GHOSH, C.; SIRMANS, C. F. On REIT CEO compensation: Does board structure matter? Journal of Real Estate Finance and Economics, v. 30, n. 4, p. 397--428, 2005.

GRAHAM, J. R.; HARVEY, C. R.; PURI, M. Managerial attitudes and corporate actions. Journal of Financial Economics, v. 109, n. 1, p. 103--121, 2013.

GUJARATI, D. N.; PORTER, D. C. Econometria Básica. 5. ed. [s.l: s.n.].

HEALY, P. M.; WAHLEN, J. M. A Review of the Earnings Management Literature and Its Implications for Standard Setting. Accounting Horizons, v. 13, n. 4, p. 365--383, 1999.

JENSEN, M. C.; MURPHY, K. J. CEO Incentives — It ' s Not How Much You Pay, But How. Harvard Business Review, v. 3, n. 3, p. 138--153, 1990.

JIANAKOPLOS, N. A.; BERNASEK, A. Are women more risk averse? Economic inquiry, v. 36, n. 4, p. 620--630, 1998.

KIEL, G. C.; NICHOLSON, G. J. Board Composition and Corporate Performance: how the Australian experience informs contrasting theories of corporate governance. Corporate Governance, v. 11, n. 3, p. 189--205, 2003.

KOLB, R. W. Too Much is Not Enough: incentives in executive compensation. New York: Oxford University Press, 2012.

KUHN, K. M.; YOCKEY, M. D. Variable pay as a risky choice: Determinants of the relative attractiveness of incentive plans. Organizational Behavior and Human Decision Processes, v. 90, n. 2, p. 323--341, 2003.

LAM, K. C. K.; MCGUINNESS, P. B.; VIEITO, J. P. CEO gender, executive compensation and firm performance in Chinese-listed enterprises. Pacific Basin Finance Journal, v. 21, n. 1, p. 1136--1159, 2013.

LIPMAN, F. D.; HALL, S. E. Executive compensation best practices. New Jersey: John Wiley & Sons, Inc., 2008.

MURPHY, K. J. Executive Compensation. In: Handbook of Labor Economics. [s.l: s.n.]. v. 3p. 2485--2563.

MURPHY, K. J. Explaining Executive Compensation: Managerial Power vs. the Perceived Cost of Stock Options. University of Chicago Law Review, v. 69, n. 3, p. 847--869, 2002.

OAKLEY, J. G. Gender-based barriers to senior management positions: Understanding the scarcity of female CEOs. Journal of Business Ethics, v. 27, n. 4, p. 321--334, 2000.

PENI, E. CEO and Chairperson characteristics and firm performance. Journal of Management and Governance, v. 18, n. 1, p. 185--205, 2014.

SIGOLLO, R. Crise afeta salário e remuneração variável em todos os setores. Disponível em: <http://www.valor.com.br/carreira/4278722/crise-afeta-salario-e-remuneracao-variavel-em- todos-os-setores>. Acesso em: 14 jul. 2017.

SILVEIRA, A. D. M. DA; BARROS, L. A. B. DE C. Concentration of Power and Corporate Performance Variabilityworking paper. [s.l: s.n.]. Disponível em: <http://www.efmaefm.org/0EFMAMEETINGS/EFMA

ANNUAL MEETINGS/2012-Barcelona/papers/EFMA2012_0177_fullpaper.pdf>.

SOUZA, J. A. S. DE. Transações com partes relacionadas: determinantes e impactos no desempenho das empresas. [s.l.] Universidade Federal do Espírito Santo, 2014.

WANZENRIED, G. How feminine is corporate America? A recent overview. Journal of Economic Inequality, v. 6, n. 2, p. 185--209, 2008.

WHITE, H. A Heteroskedasticity-Consistent Covariance Matrix Estimator and a Direct Test for Heteroskedasticity. Econometrica, v. 48, n. 4, p. 817--838, 1980.

WOOD JUNIOR, T.; PICARELLI FILHO, V. Remuneração estratégica: a nova vantagem competitiva. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

YAN, Y. Determinants and Consequences of Executive Compensation: Empirical Evidence from Chinese Listed Companies. [s.l.] University of Bath, 2015.

YERMACK, D. Do Corporations Award Ceo Stock-Options Effectively. Journal of Financial Economics, v. 39, n. 2--3, p. 237--269, 1995.

Published

2019-02-11

Issue

Section

Artigos