Práticas de Governança e Desempenho de Cooperativas Financeiras Brasileiras com base na Segmentação no Sistema Financeiro Nacional (SFN)

Authors

DOI:

https://doi.org/10.21446/scg_ufrj.v0i0.45155

Keywords:

Governança, Desempenho, Cooperativa de Crédito.

Abstract

Este estudo tem como objetivo identificar o nível de adesão de práticas de governança cooperativa e sua relação sobre o desempenho das cooperativas financeiras brasileiras, considerando o contexto de Segmentação do Sistema Financeiro Nacional (SFN), normativo que instituiu proporcionalidade regulatória e adequou à regra brasileira aos padrões internacionais de Basileia. A metodologia foi dividia em duas etapas: a primeira identificou a proxy de  Governança Cooperativa (GCoop) com aplicação de questionário, exclusivamente, por meio de dados secundários para evitar o viés do respondente. A segunda etapa contou com a análise financeira de variáveis do Sistema PEARLS, por se tratar de indicadores padronizados para estas instituições. A operacionalização foi realizada pelo Método de Mínimos Quadrados Ordinário (MQO), com cross-section em 2018, modelado com três proxies de desempenho mensurado pelas variáveis de rentabilidade (ROA e ROE) e crescimento do patrimônio líquido ajustado (CPLA), analisado sob duas vertentes: “com e sem governança”, tendo 81 cooperativas como amostra. Os resultados indicaram que aproximadamente 43% das cooperativas estudadas adotam práticas de governança, destacando-se em cumprimento de questões normativas. Em relação ao Desempenho, a proxy de governança (GCoop) não apresentou significância estatística, demonstrando que estas instituições não têm a mesma lógica de mercado em maximizar os ganhos. Entretanto, ao testar a amostra retirando GCoop foi possível observar relações indiretas ou adjacentes na amostra, inferindo que as práticas de governança contribuem para melhorar o desempenho nas cooperativas financeiras. Além disso, a carteira de empréstimo líquido demonstrou ser um importante determinante para o desempenho destas instituições, pois apresentou o mesmo sinal positivo e nível de significância estatística variando de 1% a 5% em todas as estimações.

Author Biographies

Alexsandra Silva, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Mestra em Administração (finanças) no Departamento de Ciências Administrativas na Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Contadora independente - Maceió - AL. 

Joséte Florencio dos Santos, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Doutora em Administração pela COPPEAD/ UFRJ. Professora do Departamento de Ciências Administrativas da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Administração (PROPAD/UFPE) e Coordenadora do Mestrado Profissional em Administração (MPA/UFPE), Recife, Pernambuco, BR.

Ramon Rodrigues dos Santos, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE.

Doutorando em Administração (Finanças) no Departamento de Ciências Administrativas na Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. 

Adhemar Ranciaro Neto, Universidade Federal de Alagoas - UFAL

Doutor em Física pela Universidade Federal de Alagoas - UFAL. Professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade - FEAC  na Universidade Federal de Alagoas - UFAL, Maceió – Alagoas, BR.

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Published

2022-07-08

Issue

Section

Finanças Corporativas e Mercado Financeiro