v. 2 n. 2 (2019)
Artigos

A subjetividade de um artista soviético: Shostakovich e a luta pela vida

Pedro Taam
PUC-SP
Biografia

Publicado 2019-04-30

Resumo

Lemos aqui o modo de vida do compositor soviético Dmitri Shostakovich à luz do conceito de subjetividade, conforme utilizado por Félix Guattari e Suely Rolnik. Partindo de proposições de Muniz Sodré, nossa leitura envereda pelo campo da luta micropolítica e, em paralelo com a cultura negra no Brasil, busca explicitar as formas de resistência possíveis para um artista soviético. A questão é como produzir arte sob um regime de patrulhamento ideológico e manter a própria autonomia criadora. Concluímos que, ao rejeitar o regime de produção de sentido vigente sem necessariamente atacá-lo frontalmente, Shostakovich foi capaz de, ao mesmo tempo, fazer resistência política ao regime, manter a autonomia de sua criação e preservar sua própria vida.

Referências

  1. CLARK, Bruce. The differences between the Catholic and Orthodox churches. The Economist, Londres, 12 fev. 2016. Disponível em: <https://www.economist.com/the-economist-explains/2016/02/12/the-differences-between-the-catholic-and-orthodox-churches>. Acesso em: 20 mai. 2018.
  2. CLASTRES, Pierre. A Sociedade contra o Estado. São Paulo: Cosac Naify, 2003.
  3. DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mille plateaux. Paris: Les Éditions de Minuit, 1980.
  4. _________. Mil Platôs, vol. 2. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2011.
  5. _________. Mil Platôs, vol. 4. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2012.
  6. ESPINOSA, Baruch de. Ética. São Paulo: EDUSP, 2015.
  7. FAY, Laurel. Shostakovich: a life. Oxford: Oxford University Press, 2000.
  8. HOBBES, Thomas. Leviatã, São Paulo: Edipro, 2015.
  9. JALLAGEAS, Neide. Estratégias de construção no cinema de Andriêi Tarkóvski: a perspectiva inversa como procedimento. 2007. Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica) – Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
  10. LEBEDINSKIY, Lev. О некоторых музыкальных цитатах в произведениях Д. Шостаковича [O nekotorykh muzykalnykh tsitatakh v proizvedenyakh D. Shostakovicha]. Новый Мир [Novyi Mir] 3, 1990.
  11. LOURENÇO, Frederico. Nota do Tradutor in: BÍBLIA. N. T. Tradução de Frederico Lourenço. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
  12. MCSMITH, Andy. Fear and the Muse Kept Watch, the Russian Masters : from Akhmatova and Pasternak to Shostakovich and Eisenstein - under Stalin. New York: New Press, 2015.
  13. PELBART, Peter Pál. Orelha de livro. In: DELEUZE, Gilles. Dois regimes de loucos. São Paulo: Editora 34, 2016.
  14. PIGNATARI, Décio. Semiótica e literatura. 6. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.
  15. SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Linguística Geral. 28. ed. São Paulo: Cultrix, 2012.
  16. SCHLOESSER, Stephen. Visions of Amen: The Early Life and Music of Olivier Messiaen. Grand Rapids, Michigan: Eerdmans Publishing, 2014
  17. SODRÉ, Muniz. A Verdade seduzida. 3. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
  18. SZYMBORSKA, Wisława. Autotomia. Inimigo Rumor, 7Letras/Cosac Naify, v. 10, mai. 2001. p. 106.
  19. TAAM, Pedro. Dmitri Shostakovich e a Sétima Sinfonia – “Leningrado”: Micropolítica e Máquina de Guerra. 2018. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Semiótica) – Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
  20. ROLNIK, Suely. Esferas da insurreição: notas para uma vida não cafetinada. São Paulo: N-1 edições, 2018.
  21. TARUSKIN, Richard. On Russian Music. Berkeley; Los Angeles : University of California Press, 2009.
  22. VIGNA, Elvira. Art contemporain d’inspiration islamique. Aguarrás, Rio de Janeiro, v. 7, n. 35, jan./fev. 2012. ISSN: 1980-7767.
  23. VOLKOV, Salomon. Testimony: The Memoirs of Dmitri Shostakovich, as related to and edited by Solomon Volkov. New York: Limelight Editions, 1979.
  24. WENTWORTH, Jean. Oliver Messiaen: Visions de l'Amen by John Ogdon, Brenda Lucas and Oliver Messiaen. The Musical Quarterly, Oxford, v. 59, n. 2, abr. 1973.