Uma leitura comparada entre “O Grande circo místico” de Jorge de Lima, e “Acrobata da Dor” de Cruz e Sousa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55702/3m.v25i46.36285

Palavras-chave:

Simbolismo, Modernismo, Jorge de Lima, Cruz e Sousa

Resumo

Embora não se possa falar de uma continuidade entre simbolismo e modernismo brasileiros, é possível verificar uma tradição lírica em comum. Consagrou-se, por muito tempo, a ideia de completa ruptura e isolamento da estética simbolista, mas os estudos, nas últimas décadas, têm rejeitado essa tese. A comparação entre o poema “O Grande circo místico”, de Jorge de Lima, e “Acrobata da Dor”, de Cruz e Sousa, nasce, assim, tanto da compreensão de que o simbolismo atuou na constituição de nosso sistema literário quanto da concepção de que não é necessária uma influência direta e explícita para que haja a leitura de dois autores e suas obras. O pressuposto de nossa análise é que o paralelismo temático possa contribuir na leitura dos dois poemas no que se refere à percepção das representações em torno da artista moderno. A partir das imagens do artista, constatam-se as diferenças e as semelhanças, com o intuito de revelar o modo de apreensão e representação da arte.

Biografia do Autor

Douglas Ferreira de Paula, Universidade Federal do Amazonas

Professor Adjunto do curso de Letras do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente da Universidade Federal do Amazonas, onde desenvolve pesquisa sobre a poesia e a crítica literária do começo do século XX. Doutor em Literatura brasileira pela Universidade de São Paulo.

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Publicado

2021-05-31