Feminismo minoritário e devir-mulher das mulheres

Autores

  • Letícia Conti Decarli Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.59488/tragica.v14i2.35992

Palavras-chave:

Devir-mulher, Feminismo, Deleuze, Guattari, Micropolítica

Resumo

Este artigo tem como ponto de partida uma questão que permeia os debates feministas e que diz respeito à universalização do termo mulher e como, na história dos feminismos, isso se mostrou um problema. Pretende-se evidenciar o risco interno aos movimentos políticos de instaurar novos padrões que fixem sujeitos e apaguem suas diferenças. Deste modo, este artigo pretende explorar como a filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari pode se fazer aliada neste contexto, principalmente a partir de seus escritos sobre o tema das minorias. Mobilizando seu conceito de devir-mulher como um fator desestabilizante de um modelo do que é ser mulher, buscou-se tocar no terreno propriamente micropolítico do feminismo. Ao evidenciar o aspecto de sua filosofia que se dispõe a recusar a existência de qualquer modelo como instância de julgamento, a escrita caminha em direção a uma perspectiva minoritária do feminismo, que se furta a um tal modo de funcionamento.

Biografia do Autor

Letícia Conti Decarli, Universidade Federal Fluminense

Graduada em Filosofia (Licenciatura e Bacharel) pela Universidade Federal Fluminense e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFF. Pesquisadora na linha de Ética e Filosofia política.

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Publicado

2021-09-17