As tragédias pessoais de Quintiliano na Institutio oratoria: captatio beneuolentiae, interlúdio ou desabafo público? (Inst. 6, Proêmio)
DOI:
https://doi.org/10.25187/codex.v6i1.15261Palavras-chave:
Quintiliano, Institutio oratoria, Tragédia pessoal, Páthos, Comoção do públicoResumo
Neste artigo temos como objetivo apresentar uma tradução do proêmio do sexto livro da Institutio oratoriade Quintiliano, analisando as estratégias retóricas utilizadas pelo autor para a comoção do público através do seu relato. No proêmio deste livro, que encerra a primeira metade da obra, Quintiliano expõe os dramas da sua vida pessoal e lastima a morte prematura da esposa e dos dois filhos, em uma narrativa envolvente, trágica e fortemente marcada pelo tom patético. Com base no estudo do texto em latim, nas influências aristotélicas e na bibliografia dos pesquisadores que já se debruçaram sobre o tema, tentaremos colocar sob suspeita a prerrogativa de que o proêmio seria tão somente um desabafo público de Quintiliano sobre as suas próprias tragédias pessoais, como autor empírico, e procuraremos, para isso, apontar algumas das evidências textuais que nos permitem afirmar que o proêmio deste livro se consolida também como um exercício retórico de aplicação dos ensinamentos prescritos ao longo de seu manual retórico, particularmente no tocante à manipulação das emoções.
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