Querefonte, o amigo mais desvairado de Sócrates.
DOI:
https://doi.org/10.25187/codex.v8i2.38601Palavras-chave:
Querefonte, oráculo, diálogo, Sócrates, manikósResumo
Neste artigo, apresento uma análise acerca dos elementos que, na Apologia e no Cármides, de Platão, ligam os personagens Sócrates e Querefonte no que concerne à prática dialógica filosófica. Assim, pretendo demonstrar que, de acordo com uma argumentação que parte desses dois textos, de um lado, Querefonte foi figura imprescindível para que Sócrates estabelecesse o diálogo como essência de sua filosofia, na medida em que a consulta que fizera ao oráculo de Delfos foi o ponto de partida para que a investigação socrática tal como a que temos delineada nos diálogos se concretizasse. De outro lado, diferentemente dos seguidores de Sócrates, Querefonte é um personagem que apresenta dedicação à filosofia com certa independência intelectual em relação ao seu amigo, manifestando, assim, ações que expressam a liberdade de pensamento que desfruta e, portanto, o coloca em pé de igualdade a Sócrates. Nesse sentido, caracterizar Querefonte como filósofo tal qual Sócrates pode nos fazer avançar na compreensão sobre o uso do diálogo socrático como ferramenta pedagógico-filosófica, destinada aqueles que, diferentemente de Querefonte, não são capazes ainda de filosofarem por si mesmos.
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