A lógica secreta de Fedra
censura, sigilo e mistérios no Hipólito de Eurípides
DOI:
https://doi.org/10.25187/codex.v13i1.69121Palavras-chave:
Hipólito, Fedra, censura, Mistérios, sigiloResumo
Em duas contribuições recentes ao estudo da tragédia grega (2018 e 2023), David Konstan enfatizou a uchronie, ou seja, o convite ao leitor para imaginar possibilidades narrativas alternativas, como uma característica deste gênero específico. Partindo dessa observação, argumento que, em Hipólito, de Eurípides, Fedra acaba por ser não apenas uma personagem dentro da trama trágica, mas também sua autora, uma vez que cria uma narrativa alternativa que acaba por guiar a trama — a falsa narrativa de que Hipólito a havia estuprado. O roteiro secreto de Fedra também pode ser lido, por um lado, em conexão com a censura operada na primeira versão da tragédia de Eurípides (o Hippolytos kalyptomenos) e, por outro lado, seguindo uma sugestão de Renate Schlesier (2002), como uma reconstituição teatral dos mistérios eleusinianos, aos quais tanto Hipólito quanto Fedra estão ligados por Afrodite no prólogo da peça.
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