A DESBANALIZAÇÃO DA SEXUALIDADE FEMININA NO FILME MULHERES, SEXO, VERDADES E MENTIRAS
Résumé
RESUMO Neste artigo as autoras analisam o filme brasileiro Mulheres, sexo, verdades e mentiras com base em sua estratégia narrativa para abordar a sexualidade das mulheres. Baseiam-se no processo de desbanalização do discurso sobre o sexo. O documentário é uma narrativa que aposta no escancaramento de duas instâncias de realidade: a criação ficcional e os depoimentos de pessoas reais. Dessa forma, esta obra revela uma produção engenhosa e atual sobre as circunstâncias que envolvem o sexo, as verdades e mentiras sobre a sexualidade feminina. Adotou-se como procedimento metodológico a exibição coletiva do filme e grupo de discussão. Neste trabalho aborda-se o tema da sexualidade feminina na perspectiva da autonomia das mulheres. Palavras-Chave: Sexualidade feminina, banalização/desbanalização, cinema brasileiro.ABSTRACT
In this article, the authors analyze the Brazilian movie “Women, sex, truths and lies” focusing on the narrative's strategy to approach the women's sexuality. They are based on the process of the undoing the trivialization of the speech on the sex. The documentary is a narrative which explicitly tries to show two realities: the ficcional creation and the real people's testimony. In that way, this work reveals an ingenious and current production on the circumstances that involve the sex, the truths and lies about the women's sexuality. It was adopted as methodological procedure the collective exhibition of the film and a discussion group. The article approaches the theme of the feminine sexuality in the perspective of the women's autonomy.
Key-word: Feminine sexuality, trivialization/undoing trivialization, Brazilian movies.
1- Introdução
A proposta deste artigo aponta para a questão filosófica acerca da desbanalização do banal que, no entendimento do neopragmatismo rortyano defendido por Ghiraldelli (2012), é tarefa da filosofia. A desbanalização é um campo da Filosofia moderna que pressupõe o lançar-se ao que é banal, corriqueiro. Implica também lançar-se ao cotidiano, não para iluminá-lo ou explicá-lo, mas para lambuzar-se nele e dele indagar o que ninguém indaga. Nas palavras de Ghiraldelli para fazer Filosofia
1 Professora