O luto das mulheres na Antígona, de Sófocles

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17074/cpc.v1i39.35277

Palavras-chave:

Tragédia, Sófocles, Antígona, Luto, Morte, Feminino

Resumo

Através da análise do drama Antígona (442-1 a.C.), do poeta Sófocles (497/6-406 a.C.), o objetivo do presente escrito é identificar quais são as reações à morte das agentes dramáticas mulheres (Antígona, Ismene e Eurídice) e verificar como o poeta representa o feminino em seu teatro através de três formas distintas de luto. Nosso método consiste na análise de excertos selecionados – no idioma original, em grego, e em traduções em português e inglês – e previamente justificados, bem como na apresentação da literatura acadêmica pertinente ao tema. Ao final, concluímos com o levantamento de uma hipótese sobre a relação paradoxal entre dois desejos da personagem homônima: a saber, o de velar pela família e, por outro lado, seu anseio por uma morte gloriosa.

Biografia do Autor

Rodrigo de Miranda, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Graduado em Licenciatura em História (2018) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde desenvolveu pesquisa sobre o teatro de Sófocles, com ênfase nas representações do luto e da morte. Mestre em História (2021) na mesma Universidade, onde desenvolveu pesquisa, na linha de Cultura e representação, sobre a construção do êthos na tragédia Antígona.

Referências

Referências:

Fontes:

ARISTÓTELES. Sobre a poética. Tradução e notas: Eudoro de Souza. In: Os Pensadores, vol IV. Rio de Janeiro: Abril. 1ª Edição, 1973.

______. A arte Retórica. Tradução e notas: Manuel Alexandre Júnior. Lisboa: Imprensa nacional-Casa da Moeda. 2ª edição. 2005.

HERÓDOTO. Tradução de A. D. Godley. Cambridge: Harvard University Press. 1920. Disponível em: http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0126%3Abook%3D1%3Achapter%3D1%3Asection%3D0. Acesso em 25/06/2020).

______. História. 1ª edição. Tradução: J. B. Broca. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2019.

HOMERO. Ilíada. Tradução, notas e prefácio: Carlos Alberto Nunes. 25ª Edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2015.

______. Odisséia. Tradução, notas e prefácio: Carlos Alberto Nunes. 25ª Edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2015.

HESÍODO. Trabalhos e Dias. Tradução e introdução: Christian Werner. São Paulo: Hedra. 2013.

PLATÃO. A República. Tradução de Carlos Alberto Nunes. 3ª Edição. Belém: EDUFPA, 2000.

______. A República. Tradução, introdução e notas de Maria Helena da Rocha Pereira. 9ª Edição. Porto: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.

PLUTARCO. Vidas Paralelas: Sólon e Publícola. Tradução, apresentação e notas: Delfim F. Leão e José Luís Lopes Brandão. Coimbra: Coimbra University Press. 2012.

SÓFOCLES. Sophocles. Vol 1: Oedipus the king. Oedipus at Colonus. Antigone. With an English translation by F. Storr. The Loeb classical library, 20. Francis Storr. London; New York. William Heinemann Ltd.; The Macmillan Company. 1912. Disponível em: http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus:text:1999.01.0185. Acesso em: 25/06/2020.

______. Antígona. Tradução: Guilherme de Almeida. In: Três tragédias gregas: Antígona, Prometeu Prisioneiro, Ájax. São Paulo: Perspectiva. 1997.

______. Antígone. Tradução e introdução: Trajano Vieira. São Paulo: Perspectiva. 2009.

______. Antígona. Introdução, tradução e notas: Maria Helena da Rocha Pereira. Coimbra: Fundação Calouste Gulbenkian. 6ª Edição. 2003.

TUCÍDIDES. The Peloponnesian War. Londres; Nova Iorque: E. P. Dutton. 1910. Disponível em: http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus:text:1999.01.0200. Acesso em 25/06/2020.

______. Historiae in two volumes. Oxford: Oxford University Press. 1942. Disponível em: http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus:text:1999.01.0199. Acesso em 25/06/2020.

______. História da Guerra do Peloponeso. Tradução: Mario da Gama Kury. 4ª edição. Brasília: UnB. 2001.

Bibliografia final

AHRENSDORF, Peter. Greek tragedy & political philosophy: rationalism and religion in Sophocles Theban plays. Cambridge University Press. 2009.

AIRÈS, P. História da morte no ocidente. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2017[1977].

ANDRADE, M. A vida comum: espaço, cotidiano e cidade na Atenas Clássica. Rio de Janeiro: DP&A. 2002

______. Marta. M. de. O espaço funerário: comemorações privadas e exposição pública das mulheres em Atenas (séculos VI-IV a.C.). In: Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 31, nº 61, p. 185-208. 2011.

ARNOUTOGLOU, Ilias. Leis da Grécia Antiga. 1ª edição. São Paulo: Odysseus. 2003.

BUDELMANN, F. The language of Sophocles: community, communication and involvment. Cambridge University Press, 2000.

BUTLER, Judith. Antigone’s claim. In: Antigone’s claim: kinship between life and death. Columbia University press. 2000. p. 1-25.

______. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

CASTORIADIS, Cornelius. A polis grega e a criação da democracia. In: As encruzilhadas do labirinto II: os domínios do homem. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1987.

CARTLEDGE, Paul. O poder e o estado. In: CARTLEDGE, P. (org). História Ilustrada da Grécia Antiga. Rio de Janeiro: Ediouro. 2002 [1999]. (p. 202-234).

COULANGES, Fustel de. A cidade antiga. São Paulo: Hemus. 1975.

CULHAM, Philys. Ten years after Pomeroy: studies of the image and reality of women in Antiquity. Helios 13.2. p. 9-30. 1986.

FREUD, Sigmund. Luto e melancolia. Tradução, introdução e notas: Marilene Carone. São Paulo: Cosac Naify. 2013.

HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Editora Autêntica. 2011.

______. Evidência da história: o que os historiadores vêem. Belo Horizonte: Autêntica. 1ª Edição, 2011.

______. Crer em história. Belo Horizonte: Autêntica. 1a edição. 2017.

HAVELOCK, Eric. A revolução da escrita na Grécia e suas consequências culturais. Tradução: Ordep José Serra. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1996.

HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito, vol: I. Petrópolis: Vozes. 2ª Edição. 1992.

KATZ, Marilyn. A. Mulheres, crianças e homens. In: CARTLEDGE, P. (org) História ilustrada da Grécia antiga. Rio de Janeiro: Ediouro. 2002. p. 158-201.

KNOX, Bernard. The heroic temper. Berkeley: University of California Press. 1964.

LIDDEL, Peter. Civic obligation and individual liberty in ancient Athens. Oxford University Press. 2007.

LORAUX, Nicole. Maneiras trágicas de matar uma mulher: imaginário da Grécia antiga. Tradução: Mario da Gama Cury. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. 1988.

MORRIS, Ian. Attitudes toward death in Archaic Greece. In: Classical Antiquity, by the regents of University of California, volume 8, nº 2, October 1989.

MURNAGHAN, Sheila. Tragic realities: fictional women and the writing of ancient history. EuGeStA – nº5 – 2015. p. 178-196.

PLÁCIDO SUÁREZ, Domingo. La presencia de la mujer griega en la sociedade: democracia y tragedia. In: Ediciones Universidad de Salamanca. Stud. Hist. Hª antig. 18, 2000, pp.49-63.

POMEROY, Sarah. Goddesses, Whores, Wives, and Slaves: women in classical antiquity. 2ª edição. Schocken Books Inc. 1995.

POWERS, Melinda. Athenian Tragedy in performance: a guide to contemporary studies and historical debates. University of Iowa Press. 2014.

RABINOWITZ, Nancy. Greek Tragedy. Oxford: Blackwell Publishing. 2008.

ROMILLY. Jacqueline de. A tragédia Grega. Lisboa: Edições 70. 1997.

ROSENFIELD, Kathrin. Antigone: Sophocles' Art, Hölderlin's Insight. Aurora: The Davies Group, Publishers. 2010.

SEGAL, Charles. Sophocles Tragic World: Divinity, Nature, Society. Cambridge: Harvard University Press. 1998.

______. Tragedy and Civilization: an interpretation of Sophocles. Norman: University of Oklahoma Press. 1999.

STERNBERG, Rachel. Tragedy Offstage: suffering and sympathy in Ancient Athens. Austin: University of Texas press. 1ª edição. 2006.

STEVANOVIC, Leda. Funeral Ritual and Power: farewelling the dead in the ancient greek funerary ritual. Bulletin of the Institute of Ethnography SASA LVII (2), 2009, p. 37-52.

VERNANT, J-P. e VIDAL-NAQUET, P. Mito e tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Perspectiva. 1999.

VERNANT, J-P. Origens do pensamento grego. São Paulo: Difel. 1984.

______. Mito e religião na Grécia Antiga. São Paulo: Martins Fontes. 2006.

VOVELLE, Michel. As almas do purgatório ou o trabalho de luto. São Paulo: Editora Unesp. 2010.

WOLFE, Rachel. M. E. Woman, tyrant, mother, murderess: an exploration of the mythic character of Clitemnestra in all her forms. Women’s Studies, 38:6, 2015, p. 692-719.

Downloads

Publicado

2021-03-10

Edição

Seção

Artigos