AQUILES E AS VIRTUDES CARDEAIS NO CANTO I DA ILÍADA

Autores

  • Pedro Luz Baratieri UFRJ PPGF

DOI:

https://doi.org/10.17074/cpc.v1i43.50885

Palavras-chave:

Aquiles, Homero, Ilíada, Canto I, Virtudes Cardeais

Resumo

Contra a tendência de ver em Aquiles simplesmente o modelo do caráter aristocrático da Grécia Arcaica, que seria virtuoso apenas por ser corajoso e hábil em combate e que teria saído da guerra somente por sua honra ofendida, o artigo pretende mostrar que no canto I da Ilíada, portanto em um contexto por assim dizer cívico em vez de bélico, o filho de Peleu mostra ter as quatro virtudes cardeais da piedade, coragem, moderação e justiça, além de uma nobre compaixão e de considerável sabedoria. O texto também procura mostrar que Aquiles se retira da guerra, muito mais do que por ter a sua honra ferida por Agamêmnon, por ser vítima de uma injustiça da parte do Atrida e - é preciso sublinhar - dos gregos em geral, de modo que sua saída e seu desejo de que os gregos sejam castigados não deixariam de ser justos. Diante disso, o artigo conclui sugerindo que o filho de Peleu poderia ser considerado modelo de virtude tout court e não só da virtude aristocrática e guerreira da Grécia Arcaica.    

Biografia do Autor

Pedro Luz Baratieri, UFRJ PPGF

Possui graduação e mestrado em filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina, onde também exerceu função de professor. Atualmente é doutorando em filosofia na UFRJ-PPGF.

Referências

ARIETI, James A. Achilles' Alienation in "Iliad 9". In The Classical Journal, Vol. 82, No. 1 (Oct. - Nov., 1986), pp. 1-27.

_______________. Achilles' Guilt. In The Classical Journal, Vol. 80, No. 3 (Feb. - Mar., 1985), pp. 193-203.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco (Os pensadores, Aristóteles v. II). Trad. Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Nova Cultural, 1987.

_____________. Ethica Nicomachea. Oxford: Oxford university Press, 1984.

_____________. Retórica. Trad. Manuel Alexandre Júnior, Paulo Farmhouse Alberto e Abel do Nascimento Pena. São Paulo: Martins Fontes, 2012.

ASSUNÇÃO, Teodoro Rennó. A philótes de Aquiles e Pátroclo na Ilíada (um esboço). In https://www.researchgate.net/publication/332625211_A_philotes_de_Aquiles_e_Patroclo_na_Iliada. 2019.

BASSET, Samuel Eliot. The Ἁμαρτία of Achilles. In Transactions and Proceedings of the American Philological Association, Vol. 65 (1934), pp. 47-69.

CICERO, M. Tullius. In Catilinam Orationes Quatuor. Pro Archia Poeta Oratio. Zürich: Art. Institut Orell Füssli AG, 1967.

GIORDANO, Manuela (org.). Homero. Iliade. Libro I. La peste – L'ira. Introduzione e commento. Trad. di Giovanni Cerri. Roma. Carocci. 2010. pp. 254.

DODDS, E. R. The Greeks and the Irracional. Los Angeles: University of California Press, 1951.

HAMMER, Dean. Achilles as Vagabond: The Culture of Autonomy in the "Iliad". In The Classical World, Vol. 90, No. 5 (May - Jun., 1997), pp. 341-366.

HERÓDOTO. História (v. I). Trad. J. Brito Brocca. São Paulo: W. M. Jackson Inc. Editores, 1952.

___________. História (v. II). Trad. J. Brito Brocca. São Paulo: W. M. Jackson Inc. Editores, 1953.

HESÍODO. Teogonia: a origem dos Deuses. Trad. Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras, 2003.

HOLWAY, Richard. Achilles, Socrates, and Democracy. In: Political Theory, Vol. 22, No. 4 (Nov., 1994), pp. 561-590.

HOMERO. Ilíada. Trad. Carlos Alberto Nunes. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.

_________. Ilíada. Trad. Frederico Lourenço. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2013.

_________. Ilíada. Trad. Trajano Vieira. São Paulo: Editora 34, 2020.

_________. Odisseia. Trad. Donaldo Schuler. Porto Alegre, RS: L&PM, 2011.

_________. Odisseia. Trad. Jaime Bruna. São Paulo: Cultrix, 2006.

_________. Odisseia. Trad. Frederico Lourenço. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2013.

JAEGER, Werner. Paidéia: a Formação do Homem Grego. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

KIRK, G. S. The Iliad: a commentary. Vol. I, Books 1-4. Cambridge: Cambridge University Press, 1985.

LAMPERT, Laurence. Socrates' defense of Polytropic Odysseus: Lying and Wrong-Doing in Plato's "Lesser Hippias". In: The Reviw of Politics, Vol. 64, No. 2 (Spring, 2002), pp.-231-259.

LOURENÇO, Frederico. Prefácio. In HOMERO. Ilíada. Trad. Frederico Lourenço. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2013.

MALTA, André. AQUILES X ODISSEU: A ILÍADA À LUZ DO HÍPIAS MENOR. In HYPNOS, São Paulo, número 23, 2o semestre 2009, p. 278-289.

MOTTO, Anna Lydia; CLARK, John R. ISÊ DAIS: THE HONOR OF ACHILLES. In Arethusa, Vol. 2, No. 2 (Fall, 1969), pp. 109-125.

NIETZSCHE, F. Além do Bem e do Mal. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

PARRY, Adam. The Language of Achilles. In Transactions and Proceedings of the American Philological Association Vol. 87 (1956), pp. 1-7.

PLATÃO. Platonis Opera, 4 vols. (Org. John Burnet). Oxford: Clarendon, 2002 (1900).

________. Cármides. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: ed.ufpa, 2015.

________. Eutífron. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: ed.ufpa, 2015.

________. Laques. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: ed.ufpa, 2015.

________. República. Trad. Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.

RABEL, Robert J. Apollo as a Model for Achilles in the Iliad. In The American Journal of Philology, vol. 111, No. 4 (Winter, 1990), pp.429-440.

RAWLS, John. A Theory of Justice. Harvard: Harvard University Press, 1971.

REDFIELD, James. Nature and Culture in the Iliad: The Tragedy of Hector. In HOMERO. Ilíada. Trad. Trajano Vieira. São Paulo: Editora 34, 2020.

WILSON, Pearl Cleveland. The πάθει μάθος of Achilles. In Transactions and Proceedings of the American Philological Association, Vol. 69 (1938), pp. 557-574.

XENOFONTE. Ditos e feitos memoráveis de Sócrates (Os Pensadores, Sócrates). Trad. Líbero Rangel de Andrade. São Paulo: Abril Cultura, 1980.

Downloads

Publicado

2023-02-15

Edição

Seção

Artigos