Clássicos em Movimento: pessoas, lugares, paradigmas e o "global turn"
DOI:
https://doi.org/10.17074/cpc.v1i47.66717Resumo
A discussão analisa as implicações do recente global turn na teoria cultural para os estudos clássicos e a recepção clássica. Inicia-se com um resumo das associações mais amplas do conceito global, que têm implicações negativas para a pesquisa e o ensino no âmbito das clássicas, e que influenciam a construção e a interpretação de paradigmas. O global turn é então situado no contexto de outros turns culturais e conceituais que impactaram o estudo da antiguidade grega e romana e suas recepções: o cultural turn, o translation turn, o performative turn, o democratic turn e, mais recentemente, o existential turn. Esses turns estão inter-relacionados, e a compreensão desse nexo fornece uma base para negociar a relação entre o estudo da antiguidade clássica e as políticas culturais do global. A parte principal do artigo aborda exemplos do papel de pessoas e lugares nas mudanças paradigmáticas em andamento, incluindo a citação de algumas importantes pesquisas recentes que exploram a recepção e a reinterpretação do material clássico na América do Sul, especialmente no Brasil. Elementos importantes na análise incluem comparanda; o repensar das concepções de temporalidade, agência e suas narrativas; o reconhecimento de que acadêmicos, tradutores, profissionais criativos e o público em geral têm uma variedade de pontos de entrada em um rizoma de engajamento com a antiguidade grega e romana. A seção de conclusão foca em paradigmas e aspirações, incluindo o imperativo de "elaborar seriamente o passado" (Adorno) e suas relações tanto com o presente quanto com o futuro. As histórias e urgências das disciplinas que se agrupam no estudo clássico não apenas representam um microcosmo dos desafios enfrentados pelas sociedades e pela geopolítica, mas também têm a capacidade de fornecer um espaço no qual os princípios da investigação imparcial e do compromisso ético podem ser mutuamente enriquecedores.
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