O sábio Apolônio de Tiana em testemunnhos contrastantes: a tradição epistolar e a obra do sofista grego Filóstrato (séc. III d.C.)

Autores

  • Semíramis Corsi

DOI:

https://doi.org/10.17074/cpc.v1i29.7419

Resumo

A realidade em torno do sábio Apolônio de Tiana, polêmico personagem envolto
em magia e filosofia pitagórica, que viveu, provavelmente, no séc. I d.C., é permeada por dúvidas. Além da biografia Vida de Apolônio de Tiana, escrita pelo sofista grego Flávio Filóstrato, em meados do séc. III d.C., temos algumas menções sobre Apolônio em textos e testemunhos da cultura material e uma série de cartas transmitidas como de autoria do próprio Apolônio. Contudo, a autoria dessas cartas é muito questionada, assim como os demais testemunhos trazem visões esparsas sobre o tianeu, carregadas dos julgamentos de seus autores. Portanto, temos poucas informações sobre quem foi e o que fez Apolônio além do que é mostrado por Filóstrato, sendo o retrato de Apolônio no texto filostratiano também discutido pelos estudiosos que percebem diversos elementos do contexto do biógrafo na obra. Dessa forma, o objetivo deste
artigo é apresentar uma análise desses dois documentos, as cartas e a obra de Filóstrato, em contraste. Partimos do pressuposto de que há elementos de identificação entre Apolônio e o grupo que Filóstrato fazia parte, os sofistas gregos da Segunda Sofística, que não se encontram nas cartas. Tal análise documental traz informações importantes para a compreensão do momento histórico em que viveu o biógrafo e suas intenções na obra. Além disso, com tal análise, percebemos aspectos sobre a política e a administração do Império Romano do séc. III d.C. e podemos discutir a interessante relação entre biógrafos e biografados na escrita das biografias.

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Publicado

2017-03-11

Edição

Seção

Artigos