O deslocamento como lugar de enunciação na literatura hispano-americana contemporânea

Autores

  • Diogo de Hollanda Cavalcanti UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro

Resumo

Imaginemos um aluno de Letras que, com a ementa da disciplina em mãos, queira pesquisar um pouco sobre os autores que lerá no curso de literatura hispano-americana. Considerando um programa bastante plausível (o Inca Garcilaso de la Vega, Sor Juana Inés de la Cruz, Andrés Bello, Esteban Echeverría, Rubén Darío, Jorge Luis Borges, Julio Cortázar, Roberto Bolaño), o aluno se surpreenderá com o fato de que, com exceção de Sor Juana (que se moveu apenas pelos domínios da Nova Espanha), todos os escritores previstos passaram parte importante da vida -- às vezes a mais fecunda -- fora da América Latina. A situação não mudaria muito se o professor privilegiasse outras leituras (por exemplo: Simón Bolívar, Domingo Faustino Sarmiento, José Martí, Oliverio Girondo, Gabriel García Márquez e Ricardo Piglia). Em qualquer abordagem panorâmica, o deslocamento dos escritores aparecerá como uma condição permanente da literatura hispano-americana.

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Publicado

2016-09-19

Edição

Seção

Artigos