O Pai, a Mãe e a Filha (2010) de Ana Luisa Escorel: uma Análise do Eu em Terceira Pessoa

Autores

  • Monique Cunha de Araújo UFRGS

Resumo

Este artigo pretende analisar a construção narrativa do livro O pai, a mãe e a flha (2010) de Ana Luisa Escorel. O livro marca a estreia da escritora, que em 2014 recebe o prêmio São Paulo de Literatura pelo livro Anel de Vidro (2013). Assim como primeira mulher a receber o prêmio paulista, foi também pioneira na formação regular em designer no Brasil: fez parte da primeira geração formada pela Escola Superior de Desenho Industrial do Rio de Janeiro. Como uma das estratégias da construção narrativa, Ana Luisa Escorel não cita claramente seus pais famosos: o crítico literário Antônio Cândido e a socióloga Gilda de Mello e Souza. Há, porém, menções sutis por meio de estratégias estéticas, como a inserção de desenhos de Escorel criança, em que dedica aos pais ou os desenha, a escolha do título e suas cores: “o pai” e “a mãe” estão em letras pretas em negrito e “a flha” em letras brancas, bem mais claras, contrastando com a foto de fundo de Escorel criança, “sob o olhar da mãe” (p.285). Mesmo sem a menção direta aos pais, o livro é sobre eles, sobre a relação dela e seus pais, Ana Luisa Escorel dedica o livro a eles. A autora assina também o projeto gráfco do livro e parte da editoração, pois o livro foi lançado em 2012 pela editora da família, a Ouro sobre o Azul.

Biografia do Autor

Monique Cunha de Araújo, UFRGS

Doutoranda na linha de pesquisa em Teoria, Crítica e Comparatismo do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre em Literaturas de língua alemã pela mesma universidade com Bolsa do CNPq. É, atualmente, professora substituta em Língua e Literaturas em Língua alemã na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)

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Publicado

2018-03-13

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Artigos